Ultimato do Bacon

Star Wars: Episódio IX – A Ascensão Skywalker – O Ultimato

Em 19 de Dez de 2019 5 minutos de leitura
Star Wars: Episódio IX – A Ascensão Skywalker (Star Wars: Episode IX – The Rise of Skywalker)
Ano: 2019 Distribuição: Disney/Buena Vista
Estreia: 19 de Dezembro

Direção: J.J. Abrams

Roteiro: Chris Terrio, J.J. Abrams (roteiro); Chris Terrio, J.J. Abrams, Derek Connolly, Colin Trevorrow (história); George Lucas (baseado nos personagens de)

Duração: 141 Minutos  

Elenco: Carrie Fisher, Mark Hamill, Adam Driver, Daisy Ridley, John Boyega, Oscar Isaac, Billy Dee Williams

Sinopse: Com o retorno do Imperador Palpatine, todos voltam a temer seu poder e, com isso, a Resistência toma a frente da batalha que ditará os rumos da galáxia. Treinando para ser uma completa Jedi, Rey (Daisy Ridley) ainda se encontra em conflito com seu passado e futuro, mas teme pelas respostas que pode conseguir a partir de sua complexa ligação com Kylo Ren (Adam Driver), que também se encontra em conflito pela Força.

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

Em Star Wars: A Ascensão Skywalker, J.J. Abrams não se arrisca e finaliza a saga de maneira satisfatória porém burocrática

Com um trabalho ingrato em mãos, diretor apela para o trivial em longa que estreia hoje, 19 de dezembro nos cinemas

por Alexandre Baptista

 

J.J. Abrams embarcou num “trem maluco”, como diria Ozzy Osbourne, quando aceitou a tarefa impossível de comandar os novos episódios de Star Wars em 2013. Seis anos atrás, a gigantesca tarefa de produzir um filme do porte da franquia em apenas dois anos era algo ainda mais absurdo do que é hoje. Tanto que, originalmente escalado para dirigir os episódios VII, VIII e IX, acabou abrindo mão do oitavo, que ficou a cargo de Rian Johnson.

Em Star Wars: Episódio IX – A Ascensão Skywalker porém, a já hercúlea tarefa ainda agrega fatores de maior peso: trata-se do capítulo final da saga principal deste universo iniciado em 1977 e todas as expectativas de fãs e detratores da franquia estão em cima do longa.

Com isso em mente, faço hoje uma crítica diferente do comum e portanto estejam avisados: spoilers do novo filme à frente! Mencionarei trechos importantes da trama neste texto, então, se não quiser saber nada do filme antes de assistir, guarde o link pra ler depois!

 

 

Avisos feitos, vamos lá! Em termos técnicos, o longa de J.J. segue a mesma linha dos anteriores, com sua marca registrada de flares, reflexos e rastros de luz e alguns ângulos de câmera um pouco mais ousados que no restante da franquia.

O elenco também apresenta uma grande melhora, principalmente no trabalho de Daisy Ridley (que ria o tempo todo como Rey em Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força [Star Wars: Episode VII – The Force Awakens, 2015] e quebrava a magia de cena) e de John Boyega (Finn), mais natural, menos forçado. E Ian McDiarmid, em seu retorno como Palpatine, entregando a melhor interpretação do personagem em toda a franquia.

No entanto, a trama é óbvia e oscila bastante. Amarrando todos os produtos possíveis do universo Star Wars, faz referência aos jogos, livros, quadrinhos, séries animadas e tudo o que você puder imaginar: temos a medalha recebida por Han Solo em Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (Star Wars: Episode IV – A New Hope, 1977), entregue por Maz Kanata à Chewbacca, remetendo a um arco dos quadrinhos uma antiga reclamação dos fãs; temos a morte de Brentin Temmin “Snap” Wexley, um dos personagens principais da Trilogia Aftermath (leia crítica aqui), num dos momentos mais emocionais do longa; e tantas outras referências que foram “socadas” no filme – com alguma habilidade, mas de maneira urgente e afobada.

Aliás, esse é o tom de quase todo o filme: “corre que a Carrie Fisher morreu, precisamos mudar tudo e não dá tempo de fazer nada direito”.

A história tem um clima de urgência que só é superado pelas resoluções instantâneas que caem no colo dos protagonistas. O primeiro trecho do longa, com toda a busca pela adaga, o localizador Sith, o hacker de droides etc. parece um A Lenda do Tesouro Perdido (National Treasure, 2004) ou qualquer filme de aventura no estilo Indiana Jones, só que ainda mais precipitado.

E os probleminhas seguem. Embora seja bacana ver o sabre-de-luz de Luke restaurado, o diretor optou por simplesmente ignorar o capítulo anterior e não justificar que ele esteja inteiro em nenhum momento. Nada.

 

"Vamos em frente, o sabre está inteiro e boas… temos muita história pra contar."

 

O retorno de Palpatine também é pouco explorado e, embora haja um aceno em direção a Star Wars: Império do Mal (Star Wars – Dark Empire, 1991), a cena vem e vai rapidamente e tudo o que resta ao espectador é aceitar que Darth Sidious está de volta.

Aliás, uma das grandes sacadas do filme é fazer de Rey uma Palpatine. Um baita retcon apelão, mas que funciona até que bem. A gente só precisa ignorar as cenas no castelo de Maz Kanata de Star Wars: Episódio VIII – Os Últimos Jedi (Star Wars: Episode VIII – The Last Jedi, 2017), não querer saber de onde Maz tirou o sabre, o por que Rey ouve a voz de Obi-Wan Kenobi em seu flashback e várias outras coisinhas.

Nesse sentido, tem muita coisinha pra ser ignorada. Lá pelas tantas, face à morte certa, Finn vai falar algo importante para Rey. O momento passa, todos se salvam e o ex-stormtrooper fica sem dizer o que pretendia. Assim como em outros trabalhos, J.J. larga a “caixa mágica” sem nada dentro e não revela o que havia de tão importante para Finn dizer. Típico momento "enganei a plateia", tão usado pelo diretor.

 

"Ou vai ver o diretor decidiu punir o ator John Boyega por ter esquecido o roteiro num quarto de hotel e quase ter comprometido a estreia do filme com isso, cortando a sua fala mais icônica…"

 

Fato é que Abrams ficou com medo. Medo de ousar e ser mal recebido como Rian Johnson ou Ron Howard. Medo de seguir um caminho diferente demais e ter sua carreira despedaçada pelo fandom tóxico da franquia. E o medo meus amigos, o caminho para o lado sombrio da Força é, como diria o mestre Yoda.

J.J. passou pra lá com força (badumtss).

Entregou um filme apressado, burocrático e que engana bem: é visualmente muito bem realizado; reproduz as frases de efeito e bordões tradicionais da saga; tem seus dois ou três momentos de heroísmo, irmandade, resistência…

Mas não emociona. Não de verdade. A “morte” de Chewbacca já havia sido entregue pelo trailer, que mostra o Wookie ao lado de Lando (Billy Dee Williams) na Falcon quase no fim do filme; a limpeza de memória de C3P-O é obviamente temporária, explícito na conjectura de que R2-D2 talvez tenha back ups da memória do dróide de protocolo; e assim vai.

Sobre a presença de Leia Organa (Carrie Fisher) na história, não vou nem comentar. Fica visível e perceptível a maneira preguiçosa que arrumaram para que ela permanecesse ali com alguma relevância. Ora, já que Abrams seguiu em frente com o sabre de Luke, teria sido mais honesto arrumar outra atriz, fingir que nada estava diferente. Ou compor Leia digitalmente – segundo um stand-up da própria atriz, ela assinou a liberação de direitos para tanto em 1977…

Sobre a maior decepção do filme, os Cavaleiros de Ren: caramba, eles não eram os colegas de “escola Jedi” de Ben Solo? Não deveriam ser os pupilos de Kylo Ren, treinados nas artes sombrias por Ren e Snoke? A batalha final do mestre contra seus aprendizes parece, sinceramente, uma batalha qualquer contra droides, troopers ou qualquer soldadinho um pouco mais treinado. Desenvolvimento zero dos personagens que parecem um bando do Povo da Areia (Tusken Raiders) com roupas diferentonas. Decepcionante é pouco.

Apesar disso tudo, a saga termina. Com toneladas de fan service, belíssimas batalhas com sabres-de-luz, o sabre de Leia, o sabre amarelo, o retorno a Tatooine e um beijo muito bem-vindo, apesar de bastante inesperado em um filme da empresa do camundongo. E só por concluir essa tarefa, Abrams merece os aplausos.

 

"Podia ser melhor, podia ser pior. Noves fora, zero – tira um bacon pela preguiça e tá tudo certo."

 

Em resumo, o que se pode dizer sobre Star Wars: Episódio IX – A Ascensão Skywalker é que, sete anos após o anúncio da venda da Lucasfilm para a Disney, podemos finalmente dizer que a gigante do entretenimento realizou um filme da saga com sua marca.

 

 

Avaliação: Ótimo

 

 

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Trailer

 

 


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