Ultimato do Bacon

Anna – O Perigo Tem Nome – O Ultimato

Em 21 de Ago de 2019 4 minutos de leitura
Anna – O Perigo Tem Nome (Anna)
Ano: 2019 Distribuição: Paris Filmes
Estreia: 29 de Agosto

Direção: Luc Besson

Roteiro: Luc Besson

Duração: 119 Minutos  

Elenco: Sasha Luss, Helen Mirren, Luke Evans, Cillian Murphy

Sinopse: “Por trás da beleza marcante de Anna Poliatova há um segredo que irá expor sua indestrutível força e habilidade para se tornar uma das assassinas mais temidas do mundo. Uma eletrizante e emocionante viagem repleta de energia, reviravoltas surpreendentes e ação de tirar o fôlego. ANNA apresenta Sasha Luss na personagem que dá nome ao filme e traz um elenco com várias estrelas, incluindo a vencedora do Oscar Helen Mirren, Cillian Murphy e Luke Evans.”

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

Luc Besson antecipa spin off de John Wick com Anna – O Perigo Tem Nome

Diretor apresenta um bom e sólido filme dentro de um tema que oferece pouca inovação

por Alexandre Baptista

 

Anna – O Perigo Tem Nome é um filme legal. Principalmente para aqueles espectadores que tem um carinho especial para filmes de espionagem, matadores bem treinados e personagens que desafiam as leis da física e da proeza humana sobrevivendo a missões impossíveis.

Só que Anna vem, de certo modo, datado e pressionado pela saturação do tema ao longo dos anos no cinema. Podemos citar, somente do próprio Luc Besson, o brilhante Nikita – Criada Para Matar (La Femme Nikita, 1990); O Profissional (Léon: The Professional, 1994) – ainda que com algumas ressalvas; e Lucy (2014).

Abrindo o leque, temos a série La Femme Nikita (1997 – 2001) com Peta Wilson no papel principal; seu revamp mais recente, Nikita: O Perigo Nunca foi Tão Sedutor (Nikita, 2010 – 2013); A Assassina (Point of no Return, 1993) com Bridget Fonda no papel de Nina; Atômica (Atomic Blonde, 2017); Operação Red Sparrow (Red Sparrow, 2018); e os vindouros filmes de origem da Viúva Negra do MCU e da Bailarina, do universo de John Wick.

E tudo isso sem mencionar Jogo de Espiões (Spy Game, 2001); Red – Aposentados e Perigosos (Red, 2010) e Red 2 – Aposentados e Ainda Mais Perigosos (Red 2, 2013); entre outros.

A questão aqui é que Besson, apesar de não presentar a plateia com uma obra-prima – algo não raro por parte do diretor – extrai uma ou duas boas ideias de sua narrativa visual acerca de Anna.

A trama se inicia de maneira previsível, com uma pobre garota russa, vendedora de artesanato e aparentemente sem um grande futuro, sendo escolhida para desfilar e modelar em Paris para uma grande agência de moda. Em pouco tempo, o espectador já se vê em meio a assassinatos e missões secretas designadas a Anna.

Só que há aí nesse desenvolvimento, pequenas viradas de roteiro que deixam o ritmo do filme mais interessante do que a maioria. Logo de cara, a “história de origem” da assassina é subvertida para que, ao voltarmos alguns meses no passado, vejamos realmente como Anna se tornou uma agente da KGB.

E essa virada, essa quebra de expectativa, é somente a primeira de muitas guinadas e retcons exploradas no longa. A todo momento a história faz “alças” sobre si mesma, dando um gostinho diferente ao público do que seria de fato estar em uma situação em que nada é o que parece.

Quais afirmações são verdadeiras? Em quem confiar? Quais acordos serão honrados e quais precauções não podem deixar de serem tomadas?

Esse detalhe, que parece pequeno, é o grande trunfo de Anna – O Perigo Tem Nome, quebrando, ainda que ligeiramente, a dinâmica talvez previsível desse tipo de filme e garantindo uma leve tensão que prende o espectador até o fim do longa.

Além disso, o excelente elenco, com Helen Mirren no papel de Olga, comandando o espetáculo, ajuda muito. Cillian Murphy como Lenny Miller e Luke Evans no papel do russo Alex Tchenkov apresentam uma tensão incrível como forças diametralmente opostas. E Sasha Luss, apenas em seu segundo longa realizando sua estreia como protagonista, faz bonito. Após interpretar a digitalmente maquiada Princesa Lïhio-Minaa em Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (Valerian and the City of a Thousand Planets, 2017), também de Besson, Luss nos apresenta uma Anna convincente, multifacetada e com diversas camadas. Sua presença ameniza a presença da inglesa, do galês e do belga em papéis russos e dá dimensão e profundidade à personagem.

A trilha sonora do colaborador de Besson de longa data, Éric Serra, é incrível e bastante envolvente. Especialmente quando consideramos que este tipo de filme abre pouca margem para experimentação. A trilha musical, igualmente, é bastante acertada: com uma história que se desenrola principalmente em 1990 e nos últimos anos da década de 80, a presença de músicas como Pump The Jam do Technotronic (de cuja letra derivou o termo poperô naquela época) e Need You Tonight do INXS é muito bem-vinda e reforça a ambiência do filme.

Com belos ângulos de câmera e uma fotografia que valoriza demais as locações utilizadas, Besson chega, em breves momentos, a recordar o público de grandes momentos de O Profissional ou mesmo La Femme Nikita. O trecho final do longa é inspirado e guarda uma metáfora até que elegante… mas que perde muito de sua força ao ser explicada pela protagonista.

Anna – O Perigo Tem Nome acaba sendo um bom filme, que sofre um tanto com os lugares comuns do gênero, inclusive com a péssima mania nacional de criar subtítulos idiotizados.

Talvez esse seja o verdadeiro nome do perigo…

 

 

Avaliação: Ótimo!

 

 

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Trailer

 

 


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