Lois Lane, Arqueiro Verde, Talia al Ghul, Questão e outros personagens do Universo DC se unem na minissérie em 06 edições Xeque-Mate de Brian Michael Bendis e Alex Maleev. A obra, que é essencialmente uma HQ de espionagem, é uma continuação direta de outros trabalhos do autor na editora e deveria ser a grande história que amarra as pontas soltas deixadas em outras publicações mas – infelizmente – não é isso que acontece…
Xeque-Mate de Brian Michael Bendis e Alex Maleev foi originalmente lançado entre 2021 e 2022 em uma minissérie em 06 edições. A obra chegou ao Brasil no ano de 2022 em um encadernado capa cartão de 148 páginas da Panini Comics compilando a minissérie original na íntegra.
Vale dizer que a arte de Alex Maleev segue deslumbrante como sempre!
Dica para o leitor: Se você optar por ler apenas esse encadernado, pode ser que você se sinta perdido na história e na narrativa. O ideal é ler ao menos Evento Leviatã (da mesma dupla) e o run de Bendis no Superman (muita coisa se desdobra nesse run – inclusive a revelação da identidade secreta do herói). Se você quiser entrar no clima e ver mais dessa Lois Lane investigativa, a HQ Lois Lane de Greg Rucka também é uma boa pedida!
Com isso você está pronto para mergulhar em Xeque-Mate de Brian Michael Bendis e Alex Maleev!
Mark Shaw cria o Leviatã e confronta Tália Al Ghul na HQ Xeque-Mate de Brian Michael Bendis e Alex Maleev
A Trama da HQ Xeque-Mate de Brian Michael Bendis e Alex Maleev
O Xeque-Mate criado por Bendis é uma consequência direta dos acontecimentos provocados pelo Leviatã de Mark Shaw – que basicamente acabou com todas as agências de espionagem do planeta.
Esse novo time (que tem nomes como Lois Lane, Arqueiro Verde, Questão, Justiceira, um misterioso integrante e outros) tem como objetivo deter de uma vez por todas Shaw – que agora tem até seu próprio país!
A narrativa é um grande jogo de xadrez entre Shaw e a nova equipe. Temos muita ação e muita coisa acontecendo ao mesmo tempo – e talvez seja justamente esse o problema.
Cada um dos integrantes do Xeque-Mate é bem interessante mas fica a sensação de que eles – e suas intenções – não tem tempo para se desenvolver bem e os próprios acontecimentos (que envolvem sequestros, novos personagens e revelações de segredos surpreendentes) parecem corridos e até atabalhoados.
A Justiceira, por exemplo, aparece apenas em momentos de ação e possui pouquíssimo desenvolvimento. Se você não conhece a personagem e suas motivações, não vai ser aqui que vai conhecer.
Lois Lane e um novo personagem misterioso confrontam Mark Shaw em Xeque-Mate de Brian Michael Bendis e Alex Maleev
Não me entendam mal. A leitura passa muito longe de ser ruim e é sim capaz de empolgar em diversas passagens – pessoalmente, adoro ver quando tiram Lois Lane da sombra do Superman e mostram o lado repórter da personagem. O problema é que é impossível não perceber o potencial desperdiçado.
Diversas situações propostas na trama parecem mal explicadas porque tiveram pouco tempo para se desenvolverem. A própria aparição de um novo personagem ligado a Lois e seu pai poderia ter gerado um baita choque. Mas como tudo é “corrido”, o leitor mal tem tempo de digerir o segredo, quanto mais a solução.
E talvez o maior problema da obra seja seu final – que praticamente não existe. Mark Shaw até tem um desfecho e descobrimos de forma pouco gloriosa a surpreendente identidade do misterioso personagem do Xeque-Mate mas.. para por aí.
A obra deixa diversas pontas soltas promissoras, mas a probabilidade de vermos esses assuntos serem desenvolvidos é baixíssima e isso frustra o leitor que teve contato com essa história em diversas frentes (inclusive no run do autor na Liga da Justiça!). Até o tal personagem misterioso do Xeque-Mate aparece pouco e isso faz com que a revelação de seu nome não seja tão legal assim.
Superman confronta Mark Shaw em algumas oportunidades durante a HQ Xeque-Mate de Brian Michael Bendis e Alex Maleev
Se você quiser definir o sentimento do leitor que acompanhou a HQ Xeque-Mate de Brian Michael Bendis e Alex Maleev e toda a trama de Evento Leviatã, tenho certeza que falar em frustração não é exagero. A ideia da saga toda é muito interessante e ver a ramificação dela em diversos títulos comandados por Bendis também não foi ruim.
O problema é que essa minissérie deveria entregar tudo que vem sendo prometido desde o começo da saga em 2020. Essa história corrida e – por conta disso – mal desenvolvida acaba deixando mais perguntas do que respostas e parece que não veremos essa jornada sendo seguida em um futuro próximo.
Se você busca boas histórias do Xeque-Mate, confira nossos reviews de Xeque-Mate de Paul Kupperberg e Conspiração Janus e só embarque na proposta de Bendis se estiver disposto a ter um vislumbre de quão boa essa saga poderia ter sido…
Avaliação: Regular!
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Créditos:
Texto: Lucas Souza
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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