Ultimato do Bacon

Thanos: Santuário Zero – O Ultimato

Em 9 de Mar de 2021 4 minutos de leitura

O nome é Thanos: Santuário Zero, mas a publicação serve como uma breve história de origem de Gamora. Mais que isso, nos aproxima um pouco da complexidade do relacionamento de pai e filha que surgiu ainda no início do treinamento da “assassina mais perigosa do universo”. E falando em heroínas – ou anti-heroínas – fortes, vale pontuar, o roteiro é obra de mais uma boa representante feminina entre os grandes roteiristas da Marvel, Tini Howard, enquanto a arte fica na responsabilidade do argentino Ariel Olivetti, que já desenhou o lendário anti-herói argentino El Cazador. As cores são de Antonio Fabela.

Qual é a trama de Thanos: Santuário Zero

Thanos: Santuário Zero, publicado por aqui pela Panini em julho de 2020, compila as edições de Thanos (2019) de #1 a #6 em 144 páginas. O principal cenário dessa história, não poderia deixar de ser, é a estação espacial semiconcluída – e sinistra – chamada de Santuário Zero, onde o grande vilão capitaneia dezenas dos piores piratas, soldados e mercenários do universo.

A nave é importantíssima no roteiro, funcionando quase que como um personagem, por vezes responsável por trazer um clima que lembra o do filme Alien – O 8º Passageiro (1979), onde, em meio ao dia a dia da tripulação, não sabemos quem será a próxima vítima. No lugar do extraterrestre dos anos 1970, porém, temos Thanos, desferindo seu desejo de matança fomentado pelo que podemos chamar de um problema conjugal com sua amada Morte – que sempre precisa ser impressionada.

santuário zero é o local escolhido por Thanos para seus planos malignosA sinistra Santuário Zero: local de caça de Thanos, o titã louco

Para contextualizar a história cronologicamente, vale saber que ela é contada por Gamora a um enigmático garoto em uma fase pós Guerras Infinitas, onde Thanos, mais uma vez, está morto. E claro, por lógica, Thanos: Santuário Zero serve também como um prelúdio para A Saga de Thanos, publicada em dois encadernados de luxo pela Panini em 2019, onde são registradas as primeiras aparições de Thanos e Gamora nos quadrinhos. Nesta nova história, vemos o quanto a rivalidade e os ataques a Magus (durante A Saga de Thanos) foram pensados e premeditados por um longo período. Afinal, quem senão um líder religioso com milhares de seguidores fanáticos seria uma ameaça ao poder de Thanos?

Mas você deve estar se perguntando: e a Gamora? Bom, se você já leu A Saga de Thanos, sabe qual a relação da terra natal de Gamora, o planeta Zenwhober, com a Igreja da Verdade Universal controlada por Magus, seu deus e mentor. Aqui, aliás, essa parte da história é apresentada em detalhes inéditos pela alienígena verde. Como ela chamou a atenção de Thanos para que não fosse exterminada como o resto de seus familiares e conterrâneos, como ela raciocinava, o que era o Esquadrão Carniceiro, principal equipe responsável pelo ataque, e qual o propósito do massacre ao planeta.

O Esquadrão Carniceiro, a força de ataque de Thanos em Santuário Zero

No desenrolar dessa história vamos percebendo que Gamora é, ao mesmo tempo que uma filha, uma arma para Thanos, criada para servir aos seus propósitos. Ele, luta para deter Magus e impressionar a Morte, ela, por sobrevivência em meio a uma tripulação de criminosos e um pai tirano. Essa base do enredo se dá em meio ao convívio com o Esquadrão Carniceiro e a Santuário Zero.

A graça dessa HQ, penso eu, está muito mais no “como” do que no “o que”. O editor da publicação tupiniquim, Paulo França, no editorial, aponta uma certeira relação da história com conceitos chave da psicanálise, lembrando que os pais podem ser objetos de amor e ódio dos filhos. São eles que mostram as coisas boas da vida, mas nos dão as mais severas broncas, contribuindo para construir muito do que nós somos. E nessa lógica, Thanos, mesmo morto, vive no inconsciente da filha, delineando suas atitudes e sua moral.

Como será a psique de uma alienígena de origem pacífica criada pela representação quadrinhística da pulsão de morte, aquela que, segundo Freud, aqui em termos bem reducionistas, é a própria vontade orgânica para a destruição e para o mal? Como é ser protegida por um ser destes, dever sua vida à ele e chamá-lo de pai? Talvez, uma pequena parte da resposta esteja acertadamente em Thanos: Santuário Zero.

Vale a pena ler Thanos: Santuário Zero?

A história é boa. Embora não tenha a participação de heróis, prende pela construção do ambiente na Santuário Zero e pelo relacionamento de Thanos e Gamora, além da relação deles com a Morte, com a tripulação e com Magus. A arte de Olivetti agrada e as cores de Fabela conseguem mesclar tons coloridos com bastante tinta preta, para manter o clima soturno do espaço e de dentro da nave.

A jovem Gamora atrai a atenção de Thanos

Se você leu o clássico A Saga de Thanos e gostou, com certeza vale a pena ler Thanos: Santuário Zero, afinal, como dito anteriormente, funciona como um prelúdio. Mas esta leitura também pode ser interessante – embora não das mais indicadas – para iniciantes ou leitores ocasionais, tendo em vista que possui uma história coesa e não é necessário ter outras leituras para entender o roteiro. Já se você chegou aqui porque assistiu Os Vingadores ou Guardiões da Galáxia e ficou curioso pelos personagens, com certeza também vale a pena conhecer a origem da Gamora, o personagem Magus, os tripulantes da Santuário Zero e ter mais alguns fragmentos da complexa – ou não – cabeça de Thanos.

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Não deixe de conferir nosso Guia de Leitura da Saga de Thanos, o review de A Ascensão de Thanos e nossa lista com As Melhores Hqs da Marvel Comics!

 

Avaliação: Bom!

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Créditos:
Texto: David Horeglad
Imagens: Reprodução
Edição: João Maia
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