Ultimato do Bacon

O Grito – O Ultimato

Em 7 de Fev de 2020 3 minutos de leitura
O Grito (The Grudge)
Ano: 2020 Distribuição: Sony Pictures
Estreia: 13 de Fevereiro (Brasil)

Direção: Nicolas Pesce

Roteiro: Nicolas Pesce (história e roteiro); Jeff Buhler (história); Takashi Shimizu (roteiro original)

Duração: 94 Minutos  

Elenco: Tara Westwood, Junko Bailey, David Lawrence Brown

Sinopse: O produtor Sam Raimi traz uma nova e aterrorizante versão do clássico de horror. Dirigido por Nicolas Pesce, O Grito é estrelado por Andrea Riseborough, Demián Bichir, John Cho, Betty Gilpin com Lin Shaye e Jacki Weaver. Com roteiro de Nicolas Pesce e história por Nicolas Pesce e Jeff Buhler, O Grito é baseado no filme “Ju-on: O Grito (Ju-On: The Grudge)” escrito e dirigido por Takashi Shimizu. O Grito é produzido por Sam Raimi, Rob Tapert e Taka Ichise e tem como produtores executivos Nathan Kahane, Erin Westerman, Brady Fujikawa, Andrew Pfeffer, Roy Lee, Doug Davison, John Powers Middleton e Schuyler Weiss.

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

O Grito: assustador, apesar de básico e previsível

Novo longa alinhava habilmente os dois filmes anteriores da franquia num roteiro competente que, apesar de não inovar, entrega um belo filme de terror

por Alexandre Baptista

 

A cartilha do terror não é muito complexa. Casas mal iluminadas e mal-cuidadas; pessoas sozinhas em locais escuros – de preferência corredores com muitas portas; pessoas com aparências dúbias; velhinhas tenebrosas; histórias a respeito de um mal antigo…

No entanto, ainda que seja uma cartilha básica e batida, sem uma boa dose de habilidade por parte de todos envolvidos na produção, a receita cai facilmente no ridículo. Vide os “horripilantes” casos dos monstros de computação gráfica em It – A Coisa (It, 2017) e It – Capítulo Dois (It Chapter 2, 2019) ou da construção de ambiência equivocada de Os Órfãos (The Turning, 2020).

 

Mais alguém acha que o poster foi inspirado nessa cena de Psicose (Psycho, 1960)?

 

Este novo filme da franquia O Grito acerta em diversas áreas. A primeira e mais importante é na ambientação e construção da tensão. Ainda que o longa apresente o “monstro” já na primeira cena (corajosamente situada em um ambiente externo e iluminado pelo sol), ele o faz apenas para deixar a plateia apreensiva e grudada na cadeira. Existe um bom tempo de filme até que a personificação do ódio volte a aparecer, mas o mal maior já está feito: o espectador está a um passo de realmente soltar um grito em plena sala.

É bastante satisfatório ver o cuidado com que o jovem cineasta prepara o terreno e trabalha os elementos da história para agregar ainda mais tensão: ele pulveriza as narrativas que envolvem a casa do número 44 da rua Reyburn em flashbacks quase simultâneos e a ação de todos os arcos envolvendo a aparição vão se desenrolando e concluindo ao mesmo tempo.

Outra sacada magistral do roteiro de Pesce é tratar com reverência O Grito original, inicialmente chamado de Ju-On: O Rancor (Ju-On: The Grudge, 2004) e sua versão americana, O Grito (The Grudge, 2004), bem como sua sequência O Grito 2 (The Grudge 2, 2006) – todos dirigidos por Takashi Shimizu, criador da franquia.

O roteiro inteligentemente não traz nada que se relacione diretamente aO Grito 3 (The Grudge 3, 2009) que levou 9 anos para estrear no Brasil justamente por sua falta de relevância para a marca.

A manobra de roteiro acaba conectando tudo e dá continuidade à franquia – ainda que o estúdio chame de reboot – aplicando de fato o famosíssimo e super na moda “soft boot”. Começa tudo de novo, mas não "do zero" e sim com acenos aos filmes anteriores que não impedem que eles continuem existindo no imaginário daquele universo.

O elenco também ajuda e funciona bem, com muitos rostos desconhecidos do grande público. Talvez John Cho seja o ator de maior relevância no filme. E, no caso de O Grito, isso ajuda muito, uma vez que acabamos não tendo garantias de que qualquer personagem será salvo.

A trilha sonora dos Newton Brothers é competente e genérica, mas consegue ajudar a subverter brilhantemente algumas cenas. Há uma cena cômica com um tom simplesmente brilhante, após uma confissão emocionada e bastante sentimental de um personagem, que termina com a interrupção da trilha e um fechar de zíper impagáveis. Aposto a unha do meu dedinho do pé esquerdo que tem dedo de Sam Raimi ali!

Apesar disso tudo, o filme peca ao se manter no básico, sendo bastante previsível e deixando algumas pontas incomodamente soltas para uma possível continuação – como o arco do Detetive Burke (John J. Hansen), por exemplo, que não se envolve exatamente com nada no longa todo. Como comentou um amigo ao fim da sessão, parece que faltou alguma coisa. E eu diria que é justamente a narrativa de Burke.

No entanto, se você é fã do gênero, não deixe que esses dois deslizes te impeçam de conferir O Grito. Ele é de fato um bom filme de terror, tão recheado de jump scares que você vai se sentir o verdadeiro Pula-Pirata da vida real…

 

 

Avaliação: Bom

 

 

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Trailer

 

 


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