Uma vez mais o Universo DC enfrenta um problema cósmico de proporções épicas! A Crise Sombria das Infinitas Terras de Joshua Williamson e Daniel Sampere é essencialmente um grande evento multiversal da DC que tem tanto impacto (em termos de narrativa!) quanto suas antecessoras mas aqui temos uma diferença fundamental: Batman, Superman e Mulher-Maravilha cedem o protagonismo para uma nova geração de heróis que precisa descobrir como lidar com um problema dessa magnitude antes que seja tarde demais!
Crise Sombria das Infinitas Terras de Joshua Williamson e Daniel Sampere teve originalmente 7 edições que foram lançadas entre 2022 e 2023 – isso sem contar o grande volume de tie-ins que complementam a história. A Panini Comics lançou tudo isso, tie-ins incluídos, em 7 edições capa cartão que contém entre 112 e 150 páginas cada. Tudo que você precisa do evento está nessas edições!
Dica para o leitor: Estamos falando de uma das grandes crises da DC e por isso mesmo é importante que o leitor tenha alguma bagagem de leitura para entender o que está acontecendo. Confira nossa matéria O que ler para entender a Crise Sombria das Infinitas Terras e saiba o que ler antes de mergulhar nesse mega evento!
Jon Kent assume o papel de protagonista na HQ Crise Sombria das Infinitas Terras de Joshua Williamson e Daniel Sampere
A Trama da HQ Crise Sombria das Infinitas Terras de Joshua Williamson e Daniel Sampere
Se você pertence ao grupo de leitores que estava sentindo falta de uma “crise” mais tradicional, depois da incomum Death Metal, vale dizer que o trabalho de Joshua Williamson e Daniel Sampere tem tudo para te agradar. O tema legado e os elementos clássicos das crises voltam ao coração da história e o que temos é uma trama bem executada com todos os elementos reconhecíveis que tanto gostamos. É bem verdade que a história peca no quesito inovação, mas esse é aquele “feijão com arroz” bem feito, sabe? Entrega tudo que o leitor de quadrinhos da DC espera!
A trama começa após a morte da liga da justiça e o que temos é um mundo em ebulição: os vilões estão testando os limites e os heróis ainda estão descobrindo o que fazer – dividindo-se entre o pesar da perda e a incerteza do caminho que deve ser seguido. Jon Kent, o filho do Superman, decide que o mundo não deve permanecer sem uma Liga e tenta formar um novo grupo – atividade que é interrompida por um ataque massivo de Slade aos Titãs. É tudo muito rápido e nossos heróis estão tendo claras dificuldades para se reagruparem.
Slade acaba sendo, em um primeiro momento, o grande antagonista mas ele não está normal: comanda uma irmandade de vilões e parece mais cruel do que nunca – e é aqui que descobrimos que não é só a falta da Liga que está atiçando os vilões: um novo vilão cósmico está fazendo seus planos se desenvolverem e ele tem ligação direta com a 1ª grande crise!
Uma formação da Liga inusitada aparece na HQ Crise Sombria das Infinitas Terras de Joshua Williamson e Daniel Sampere
Enquanto o mundo vai de mal a pior e a nova Liga de Jon recorre a Adão Negro, descobrimos que a Liga da Justiça original não morreu (você sabia que eles estavam vivos né?) e estão presos em mundos criados especialmente para eles. Alguns tie-ins mostram os mundos de cada um dos heróis e é interessante perceber que a tática do misterioso vilão se assemelha muito a de Mongul na lendária HQ Para O Homem Que Tem Tudo de Alan Moore.
E a partir desse ponto a história se desenvolve em várias frentes com alguns heróis tentando conter os danos, outros tentando salvar a Liga e outros tentando derrotar o misterioso e poderoso oponente. O bacana é que Joshua Williamson deixa o clima sempre com aquele ar aventuresco que tem pitadas de esperança em seus diálogos. O debate sobre legado volta ao centro da “crise” e temos Asa Noturna e Jon Kent participando ativamente da história com Lanternas Verdes, Flashes e outros heróis – todos tendo um bom espaço para brilhar – em especial nos tie-ins (bons e interessantes em sua maioria).
A arte de Daniel Sampere entrega o que é esperado com um traço icônico e bem definido que me remeteu muito a Crise Infinita de 2005 (uma de minhas favoritas). O desenvolvimento da trama é muito bem feito e os heróis agem dentro daquilo que se espera de cada um deles.
Slade é um dos grandes vilões da HQ Crise Sombria das Infinitas Terras de Joshua Williamson e Daniel Sampere
É inegável que essa crise tem uma estrutura idêntica aos grandes eventos anteriores com vilões se aproveitando de fraquezas dos heróis e o caos sendo “coroado” com um grande inimigo cósmico. A diferença aqui é justamente a ausência da Liga. Esse vácuo de liderança gera bons debates e boas interações que são sempre acompanhadas de muita ação – o evento é frenético e não há muito tempo para calmaria. Vale elogiar o esforço de Joshua Williamson em explicar o máximo possível do universo cósmico da DC de forma a deixar novos leitores menos perdidos.
Crise Sombria das Infinitas Terras de Joshua Williamson e Daniel Sampere é uma HQ que entrega exatamente aquilo que se espera dela: ação, bons momentos heróicos, esperança e debates sobre legado – tudo isso regado a muitos elementos clássicos da editora e cenas icônicas que vão marcar o leitor. Vale repetir o que dissemos no começo: essa obra é uma espécie de volta às origens no que diz respeito às crises e a excelente execução faz com que ela funcione mesmo sem grandes surpresas ou inovações.
Jon Kent tenta segurar alguns dos mais poderosos vilões da DC em Crise Sombria das Infinitas Terras de Joshua Williamson e Daniel Sampere
Crise Sombria das Infinitas Terras de Joshua Williamson e Daniel Sampere é uma carta de amor ao legado da DC e ao começo dos grandes eventos. Os leitores antigos, como é o meu caso, irão se divertir revendo personagens e objetos clássicos voltarem ao centro de uma grande trama. A nostalgia provocada pelo tema se soma a um ótimo desenvolvimento para entregar uma trama funcional que, mesmo sem surpreender, é capaz de entreter e emocionar aqueles que têm conexão com esse universo.
Se você é um fã das crises da DC, mergulhe sem medo nessa aventura!
Conheça as grandes histórias da editora das lendas na nossa matéria Melhores HQs da DC Comics
Avaliação: Bom!
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Créditos:
Texto: Lucas Souza
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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