Finalmente lançado aqui no Brasil pela Editora JBC, Toyo Revengers é um mangá shonen de Ken Wakui que está fazendo bastante sucesso no Japão.
Ganhador do 44º Prêmio de Mangá Kodansha anual em sua categoria, logo ganhou versão em anime que o ajudou a popularizar ainda mais, e figurar entre os mangás mais vendidos em seu país desde então.
Dica para o leitor: Se você não é muito fã de mangás, confira nossas listas sobre mangás seinen, mangás shonen e mangás shoujo!
A Trama de Tokyo Revengers de Ken Wakui
Na história, conhecemos o jovem Takemichi Hanagaki, que descobre que sua primeira e única namorada foi assassinada por uma gangue chamada “Tokyo Manji”. Já sem perspectiva nenhuma na vida, um certo dia, é empurrado na plataforma de um trem pela multidão e se prepara para morrer.
Só que, ao invés disso, o garoto é teletransportado pro passado, há exatamente 12 anos atrás da morte de sua namorada. Com isso, Takemichi decide tentar mudar a vida que viveu e salvar sua namorada, com o plano de chegar ao topo e ser respeitado pela gangue que estragou parte de sua vida.
Mesmo com passado e futuro sendo cruzados na história, até porquê Takemichi sabe como cada coisa pode (ou vai) acontecer, a trama não fica confusa. Ken Wakui, além disso, sabe construir sabiamente esse mundo e não deixa o leitor perdido nos personagens e nos acontecimentos.
Além disso, o mangaká coloca várias reviravoltas na história que prendem a atenção do leitor, e desperta curiosidade em saber se Takemichi irá realmente mudar o seu destino.
O gênero de “delinquente” não é novo nos mangás, nem mesmo a ideia de “jovem na hora da morte tem uma mudança na sua vida”. O inovador de Tokyo Revengers é combinar esse gênero com viagem no tempo, colocando camadas cada vez mais profundas, paralelamente ao que somos apresentados às “possibilidades” que podem ser mudadas.
O mangaká brinca com as passagens temporais, colocando o protagonista a transitar entre passado e futuro, e apresentando ao leitor tudo de maneira coesa e entendível. Um desafio que não é fácil.
Uma “polêmica” atravessou a obra recentemente. Na trama, Mikey, o líder da gangue, para nomear sua organização, usou uma combinação de palavras e no original, o nome ficou “Manji”. Com isso, ele colocou o símbolo de sua gangue sendo a suástica budista de mesmo nome. Porém, este foi o símbolo que Hitler tomou para si para representar o partido Nazista.
Desta forma, o anime chegou aqui no ocidente com uma “espécie de censura” – um grande borrão, por exemplo, foi colocado em cima do uniforme dos membros da gangue que contém o símbolo.
As capas da versão japonesa também contêm o símbolo, que provavelmente também será retirado das capas da versão brasileira. Fica nossa curiosidade para saber se o símbolo também será retirado nas várias vezes que ele aparece no decorrer da história no interior do mangá.
Polêmicas à parte, com 28 volumes lançados, e tendo sua reta final já anunciada, Tokyo Revengers é um mangá que mistura muito bem clichês shounen com uma nova ideia. Para quem curte um belo mangá e viagem no tempo, é uma obra muito recomendada.
A maestria que o mangaká conduz a história é o ponto mais forte dessa obra que está entre as melhores de seu gênero nos últimos anos.
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Créditos:
Texto: Breno Raphael
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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