Ultimato do Bacon

Capitão América por Jack Kirby (2021) – O Ultimato

Em 10 de Nov de 2021 4 minutos de leitura
Capitão América por Jack Kirby (2024) – O Ultimato
.Saiba como foi a louca volta do Rei dos Quadrinhos à Marvel após mais de quatro anos trabalhando na Distinta Concorrência em: Capitão América por Jack Kirby

Em 2021, o Capitão América, criado por Jack Kirby e Joe Simon em 1940, completa 80 anos. Para celebrar a data, a Panini lançou quatro publicações no Brasil: Capitão América: A Verdade, Capitão América: Antologia, Capitão América: 80 anos e Capitão América por Jack Kirby.

Este último trata-se de um omnibus que reúne 25 revistas em 568 páginas. Captain America (1968) de #193 ao #214, Captain America Annual (1971) #3 e #4, e Marvel Treasury Special Captain America’s Bicentenial Battles, que saíram originalmente entre 1976 e 1977.

A run de Kirby é especial pois, além de ele voltar ao clássico personagem que ajudou a criar, passou os cerca de cinco anos anteriores na DC Comics, entregando obras e personagens memoráveis para a Distinta Concorrência, como Quarto Mundo (1970), Etrigan (1972), OMAC (1974) e o titânico Darkseid.

As máquinas futuristas e efeitos que costumávamos ver em Quarto Mundo, aliás, estão muito presentes nesta fase do Capitão América, onde a criatividade de Kirby, inspirado, vai longe. É válido destacar que o Falcão tem grande protagonismo nas histórias, as vezes mais do que o próprio Capitão América, o que dá uma dinâmica incrível.

Algo curioso e engraçado é que em determinado momento, nos créditos iniciais de cada edição, você lerá “admirado por Archie Goodwin”. Isso porque, como Kirby edita o próprio trabalho, dois grandes nomes dos quadrinhos foram chamados para ocuparem a cadeira de “editor consultor” da run: Goodwin e Marv Wolfman (conheça a importância dele na cronologia do Batman aqui).

Capitão América por Jack Kirby (2021) – O Ultimato

Falcão e Capitão América atuam a maior parte do tempo como uma grande dupla

Qual a trama de Capitão América por Jack Kirby?

O omnibus tem início com a história “A Criatura da Estrela Negra”, que saiu na Captain America Annual (1971) #3 em 1976. Nela temos um bom vislumbre do que está por vir. Naves espaciais, armas extraterrestres e exércitos do mal onde Steve Rogers precisa ajudar um fazendeiro a proteger seu território de hordas alienígenas.

Mas é em “A Bomba Enlouquecedora”, nas revistas Captain America (1968) de #193 a #200, que a aventura ganha fôlego. Este arco mostra um grupo de aristocratas poderosos que buscam devolver a monarquia aos Estados Unidos.

Para isso, vão estourar uma bomba gigante em que todos os cidadãos norte-americanos ficarão descontrolados a ponto de se matar. Cabe ao herói, junto do Falcão, encontrar os tais aristocratas e a bomba ao longo das oito revistas.

Na sequência, dois arcos se misturam. “Os Fantasmas da Noite” e “Agron Caminha pela Terra”, que saíram em Captain American and The Falcon (1968) de #201 a #205 – note como o nome da série mudou –. Na trama, o Capitão América enfrenta um sanatório inteiro que vive num asteroide. Para piorar, os loucos sequestram e fazem lavagem cerebral em Falcão e Leila, sua namorada.

Capitão América por Jack Kirby (2025) – O Ultimato

No omnibus, o que não faltam são as clássicas páginas duplas com efeito 3D de Kirby

O último arco das mensais é uma das HQs mais divertidas do Capitão América. Saiu entre fevereiro e outubro de 1977 em Captain American and The Falcon de #206 a #214. Começa com Rogers sendo sequestrado por criminosos da América Central enquanto a SHIELD investiga o “Arquivo 116”. O documento indica que monstros estão sendo criados por meio de engenharia biológica e se espalhando pelo mundo.

É no meio dessa loucura que estreia Arnim Zola, um dos maiores vilões da Marvel. Para se ter uma ideia de aonde vai o arco, nele o cientista maluco controla uma criatura – o Massante – que pode se transformar em qualquer coisa, inclusive numa nave que leva Rogers até o antigo castelo da família Zola na Suíça.

Sem dar detalhes, posso dizer que em determinado momento a residência do bioterrorista ganha vida e gera desafios ao Cap que lembram as fases do Super Mario World no castelo do Bowser – sério! –, incluindo blocos da estrutura voando na direção do herói.

Capitão América por Jack Kirby (2022) – O Ultimato

Arnim Zola, um dos maiores vilões de Rogers, estreia na edição #208 da revista

Por fim, duas edições especiais. Em Captain America Annual (1971) #4, de 1977, Magneto tenta sequestrar uma dupla de mutantes que estão sob proteção do Capitão América nos laboratórios da SHIELD.

“As Batalhas Bicentenárias do Capitão América” encerra o omnibus com o Sentinela da Liberdade viajando no tempo por diversos momentos da história dos Estados Unidos tentando desbravar, com a ajuda de um “guru” chamado Senhor Buda, o que é ser um norte-americano. A edição foi uma homenagem aos 200 anos de independência dos EUA comemorados naquele ano.

Vale a pena ler Capitão América por Jack Kirby?

“Capitão América por Jack Kirby” é muito indicado para os fãs do herói ou do quadrinista que o criou – junto de Joe Simon –. Não é um quadrinho de balões curtos e objetivos como os de hoje, mas é bem menos denso do que os da Marvel da década de 1960.

Também não é uma obra que se leva tão a sério quanto a fase do Ed Brubaker, por exemplo. Kirby viaja nas mais rocambolescas ideias e é justamente esse um dos grandes pontos fortes da HQ: a liberdade criativa nas mãos de um gênio.

Capitão América por Jack Kirby (2022) – O Ultimato

Fale a verdade: esses quadros não te lembram alguma fase de Super Mario World?

Sobre a parte editorial, apesar de as pertinentes reclamações dos leitores sobre a dificuldade de se ler um omnibus, neste caso, a Panini fez um ótimo produto. Além de ter relativamente poucas páginas, o papel couché deixou a publicação com uma espessura menor, facilitando a leitura. Se você já pegou nas mãos o omnibus do Conan em papel offset (aquele mais poroso) sabe do que estou falando.

A arte de Kirby em Capitão América é mais do que clássica e os coloristas não adicionam muitas camadas de sombra ou profundidade, dando destaque para os traços do Rei dos Quadrinhos – o que é ótimo –. A leitura diverte, muito. Como era bom o tempo em que HQs de super-heróis consideravelmente bregas – o Cap usa uma bandeira como uniforme! – e fantasiados não precisavam ter os pés fixados na realidade.

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Avaliação: Excelente!

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Créditos:
Texto: David Horeglad – @hq_ano1
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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