Ultimato do Bacon

Shazam! – O Ultimato

Em 2 de Abr de 2019 7 minutos de leitura
Shazam!
Ano: 2019 Distribuição: Warner Bros.
Estreia: 04 de Abril

Direção: David F. Sandberg

Roteiro: Henry Gayden; Henry Gayden, Darren Lamke (história); Shazam criado por Bill Parker e C.C. Beck

Duração: 132 Minutos  

Elenco: Zachary Levi, Michelle Borth, Djimon Hounsou, Asher Angel, Jack Dylan Grazer, Mark Strong

Sinopse: “Todos temos um super-herói dentro de nós; só é preciso um pouco de magia para que ele ganhe vida. No caso de Billy Batson (Angel), basta gritar uma palavra – SHAZAM! – para que o jovem malandro de 14 anos se transforme no super-herói adulto Shazam (Levi), cortesia de um antigo mago. Um menino em sua essência – dentro de um corpo sarado, como o de um deus – Shazam se esbalda nesta versão adulta dele mesmo fazendo aquilo que qualquer adolescente faria com superpoderes: divertir-se com eles! Ele é capaz de voar? Tem visão de raio-X? Consegue soltar raios pelas mãos? Pode perder a prova de estudos sociais? Shazam começa a testar os limites de suas habilidades com a despreocupação típica de uma criança. Contudo, ele precisará dominar estes poderes rapidamente para lutar contra as forças do mal controladas pelo Dr. Thaddeus Silvana (Strong).”

 

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

Shazam! supera as expectativas e entrega um dos melhores filmes da história da DC Comics

Longa que estreia nesta quinta, 04 de abril, agrada todos os públicos e funciona em diversas camadas

por Alexandre Baptista

 

Confesso que quando vi as primeiras fotos da produção de Shazam!, fiquei cético. Desde a escolha por Zachary Levi para interpretar o personagem-título ao símbolo do raio luminoso no uniforme, nada parecia ir bem. Minha sorte é que, em geral, tenho o costume de esperar o resultado final antes de criar muita expectativa – seja pelo sucesso ou fracasso – a respeito de qualquer coisa.

O filme segue a tradicional jornada do herói (afinal, é um filme de origem), mas apresenta a estrutura de uma forma bastante inteligente e muito, muito próxima à origem do personagem nos Novos 52, mostrada na HQ Shazam! Com Uma Palavra Mágica… (With One Magic Word Shazam!), escrita por Geoff Johns (produtor executivo do filme) e desenhada por Gary Frank (mencionado nos agradecimentos do longa), cuja crítica pode ser conferida aqui.

 

A cena do trailer que apresenta o Mago Shazam para Billy Batson: no filme mais próxima e detalhada…

…sendo um retrato praticamente exato da sua versão na HQ.

 

Aliás, esse é um dos grandes méritos do filme que, embora não seja idêntico aos quadrinhos, tem cenas e arcos que vem diretamente dali, fazendo com que os fãs que leram a HQ comemorem ainda mais.

O filme parece ter acertado em absolutamente tudo, inclusive no trailer: uma das melhores cenas do longa, que está em um dos trailers, traz Billy Batson correndo no telhado de um prédio, à noite. Ele salta do telhado e grita “Shazam!” e, ao começar a cair, é atingido pelo raio que o transforma no super-herói que voa em disparada noite adentro. Sim, essa é uma das melhores cenas do filme. E não, ela estar no trailer não é spoiler nenhum. A cena completa, com todo o contexto da cena imediatamente anterior e da cena posterior a essa, é tão intensa e empolgante que a vontade que dá é de gritar junto com Billy, fazendo com que sua presença no trailer seja esteticamente bonita mas não signifique quase nada para quem não viu o filme.

A escolha do elenco, é perfeita.  Mark Strong como Dr. Thaddeus Silvana é impecável, embora muito diferente do Silvana tradicional dos quadrinhos que é franzino, pequeno e genialmente inteligente. O Silvana do filme é, novamente, tirado diretamente da HQ dos Novos 52 e Strong entrega o personagem à perfeição. As crianças do filme, como um todo, estão ótimas, seja no lar adotivo de Billy, na escola e onde mais aparecerem. Jack Dylan Grazer e Asher Angel tem uma química excelente, algo difícil de se conquistar de primeira (lembremo-nos que mesmo Daniel Radcliffe, o Harry Potter e Rupert Grint, o Ron Weasley, levaram uns bons dois ou três filmes pra ajustar a sintonia fina) e a interpretação de Zachary Levi é simplesmente impressionante, impecável, inspirada e contagiante. Não só ele convence como sendo uma criança no corpo de um adulto, como convence ser Billy Batson ali.

Existe um destaque especial para algum(ns) ator(es) e/ou atriz(es) que não irei mencionar para não estragar nenhuma possível surpresa do filme. Mas fica aqui registrado minha reverência a um trabalho impecável do elenco como um todo.

A direção de David F. Sandberg é precisa. Certeira. Surpreendente em muitos pontos. Sem exagero, seu estilo deve deixar Richard Donner orgulhoso, caso já não esteja e seu feito é comparável ao de Superman, O Filme (Superman, The Movie, 1978). Sua experiência pregressa com o terror faz com que Sandberg deixe certas cenas mais sérias bastante aterrorizadoras para um filme “família”; bastante no sentido de “na medida”.

Já nas cenas leves, ele conduz o filme sob a ótica de um garoto de 14 anos e seu amigo de 12-13 anos; portanto espere muitas piadas, de todos os tipos: físicas, inteligentes, espertinhas, fracas e até piadas idiotas. Todas típicas de garotos nessa idade (experiência própria) e a maestria do roteiro de Henry Gayden e da direção de Sandberg é justamente o timing delas, todas precisamente colocadas em função da trama; nenhuma delas gratuita ou completamente irrelevante. Uma delas, inclusive, acontece num dos melhores timings que já vi no cinema, totalmente contextualizada com o universo infantil/pré-adolescente – qualquer criança faria/diria a mesma coisa – e falar mais sobre, dado o momento em que a piada acontece, seria entregar um grande spoiler do filme.

A trilha sonora original é incrível e os temas de Benjamin Wallfisch conseguem resgatar um clima das trilhas clássicas da DC como o tema de Superman de John Williams; o Tema Principal de Danny Elfman para o Batman de Tim Burton; o Tema Principal de Danny Elfman para série do Flash dos anos 90 e as derivações de Shirley Walker na própria série e na série animada do Batman. Além disso, as músicas da trilha sonora são muito bem escolhidas, com a presença de Warrant, Queen e Ramones e suas inserções no filme são extremamente orgânicas e divertidas.

 

Tema de Shazam! por Benjamin Wallfisch

 

Os efeitos visuais estão muito bem-feitos e convencem, além de serem muito bonitos. O relâmpago luminoso acaba não incomodando e funciona no clima do filme, sendo o uniforme inclusive motivo para diversas piadas com o personagem.

Além disso, espere referências a diversos elementos da cultura pop, em especial:

– ao filme de Penny Marshall estrelando Tom Hanks, Quero Ser Grande (Big, 1988), que serviu de referência para a personalidade infantilizada de Zachary Levi como Shazam;

– à franquia Rocky Balboa – o longa se passa na Filadélfia, mesma cidade do Rocky; sobre isso, para quem estava acostumado com a cidade fictícia de Fawcett City, homenagem à editora original do personagem, fiquem tranquilos: o roteiro (assim como a HQ dos Novos 52), mantém Fawcett como sendo o colégio de Billy Batson, dando chance para o personagem morar em uma cidade real e se conectar mais facilmente com os leitores/espectadores;

– ao universo DC como um todo, com diversas referências abertas (numa atitude inédita e corajosa do estúdio) a seus personagens principais como Aquaman, Batman, Superman, Mulher-Maravilha e Flash.

Shazam! ainda guarda algumas surpresas extremamente corajosas e que eu não acreditava ser possível conferir em um filme de origem, mas para não estragá-las, deixo para vocês descobrirem sozinhos e sozinhas quais são.

Dessa forma, com tantas qualidades e praticamente nenhum defeito, o filme configura-se como um dos melhores já feitos na história da DC Comics. Portanto, diga a palavra, sinta a magia. Mesmo que seja a magia do cinema.

Shazam!

 

 

Avaliação: Excelente!

 

[tabby title=”Lucas Souza”]

por Lucas Souza

No universo de filmes de Super Heróis, é comum ouvirmos falar que a fórmula Marvel é a que dita as regras e que, seguindo esse padrão, “não tem erro”. Apesar de ter uma fórmula super estabelecida, a própria Casa das Ideias já disse que bebeu forte na fonte do Superman de Cristopher Reeves. O tom mais leve e “bobalhão” do filme, considerado por muitos datado, é uma das grandes fontes de inspiração de “Shazam” de David F. Sandberg.

“Shazam” foi uma grata surpresa. As comparações, que tanto ouvimos antes do filme, dizendo que ele é uma mistura de “Quero ser Grande” (Big) de Penny Marshall com “Superman: O Filme” de Richard Donner são merecidas e extremamente certeiras. Zachary Levi e Asher Angel (Shazam e Billy Batson) estão simplesmente incríveis! A sintonia entre eles é muito bacana e é natural que um adolescente mais tímido se sinta mais confiante e dono de si em um corpo mais adulto e com poderes dos Deuses. Mesmo nesses momentos mais extrovertidos no corpo de Shazam, ainda vemos o tímido e inseguro Billy Batson lutando contra os seus medos – todo exibicionismo mostra a necessidade de aceitação do abandonado garoto.

 

A empolgação de Zachary Levi e  Jack Dylan Grazer é contagiante em “Shazam”

 

A história, que bebe direto da HQ “Shazam: Com Uma Palavra Mágica” escrita por Geoff Johns, acompanha Billy Batson (Asher Angel) que foge de casa adotiva em casa adotiva tentando encontrar sua mãe – de quem ele se perdeu ainda criança. Fechado e retraído, com um ar meio “badass”, ele é adotado por uma nova família que tenta entregar a ele uma dinâmica diferente. Seu principal companheiro dentre seus novos irmãos é Freddy (Jack Dylan Grazer), um garoto apaixonado por Super Heróis que sofre bullying no colégio. Além dele, destacam-se ainda Mary (Grace Fulton), Pedro (Jovan Armand), Eugene (Ian Chen) e Darla (Faithe C. Herman). Os irmãos, todos adotados, trazem uma dinâmica familiar extremamente diferente e pouco usual em filme de heróis. As atuações do núcleo infantil são todas carregadas de empolgação e adicionam uma autenticidade bem interessante a trama.

Um dos grandes problemas de filmes de Super-Heróis, atualmente, tem sido os vilões. E “Shazam” soube trabalhar isso muito bem. É fácil compreender os motivos do Doutor Silvana (Mark Strong) e sua obsessão com magia logo no começo do filme – o diretor David F. Sandberg parecia preocupado com estabelecer uma ameaça crível e assustadora antes de qualquer coisa. Lembra-se da cena com cara de filme de terror das criaturas do fosso em “Aquaman” de James Wan? Silvana tem seus momentos assustadores que poderiam, muito bem, ter saído de um filme de Wan. A crueldade do vilão nos ajudar a sentir um senso de perigo real e embarcar na história.

Pelo que havia visto dos trailers de “Shazam”, estava preocupado com o excesso de piadas. Ainda bem que minhas preocupações se mostraram, de forma geral, infundadas. Muitas das situações que fazem rir são geradas pela própria dinâmica do personagem que é uma criança em corpo de adulto. As situações “engraçadinhas” que temos são geradas também pela interação das crianças e pela própria falta de noção das mesmas. Sobre espaço, e muito, para o senso de urgência decorrente da ameaça sem perder um jeitão mais otimista e divertido de ver as coisas.

 

A sequência na loja de conveniências é uma das melhores em “Shazam”

 

Com um ar de novo trazido pela própria origem do herói, “Shazam” me pareceu um sopro de outras direções em um sub gênero que tem gerado produções cada vez mais genéricas. O filme tem vida e energias próprias e nos ajudam a ver as situações com um olhar de criança sem perder o senso crítico de um adulto – o que torna tudo um pouco mais divertido. Com atuações na medida e um roteiro bem fechado com uma ameaça relacionável e bem montada, “Shazam” é um grande acerto da DC Comics e do sub gênero de Super-Heróis.

 

Avaliação: Excelente!

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Trailer

 

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