Ultimato do Bacon

Marvel Comics 1000 e 1001 – O Ultimato

Em 6 de Jun de 2020 3 minutos de leitura
vale a pena ler marvel comics 1000 e 1001

A história de Marvel Comics 1000 e 1001 mais do que uma homenagem aos 80 anos da editora, é um reflexo do que ela se tornou nos últimos anos: grande, confusa e desesperada por atenção.

A ideia quando anunciada não foi bem recebida pelo público que enxergou no número 1000 uma cópia descarada aos especiais de Batman e Superman da DC (ainda que vale o registro de que a 1 edição por mês o número 1000 só seria atingido lá pelo aniversário de 83 anos). Mas o fato é que a Marvel, antiga Timely Comics se encontrava mais ou menos na mesma marca, com o perdão da matemática. A Marvel Comics #1 estreou em 1939, com o Tocha Humana origina, Jim Hammond.

Vamos falar então da Marvel Comics 1000 e 1001

As ideias por trás da decisão de celebrar este fato não devem ser tão consideradas quanto o fato de que a edição deve ser avaliada por ela mesma. E que edições ambiciosas essas foram. Especificamente a Marvel Comics 1000 que em 80 páginas reúne times fabulosos de artistas e desenhistas (leia nossa matéria aqui de quando foram divulgadas).

É claro que aqui falamos da Marvel Comics como um todo, não apenas um personagem como foram Batman e Superman, fazendo com que a HQ esbarre e um problema que outras não tiveram: o storytelling.

Ainda que outros números 1000 tenham diversas histórias, a Marvel Comics 1000 se propõe a contar histórias de uma página, misturando artistas e autores, para recontar passo a passo cada ano de suas histórias, desde o Tocha Humana em 1939 até outros mais conhecidos como o Quarteto Fantástico em 1961.

A origem do Tocha Humana original, em Marvel Comics #1, ainda pela Timely Comics

O grande problema é que diferentemente de histórias como “A História do Universo Marvel” de Mark Waid (falaremos em breve) que reúnem e recontam importantes datas do Universo Marvel, além de referenciar esses 80 anos, a editora opta por criar uma história nova, fazendo um retcon ao Cavaleiro Mascarado ao introduzir a máscara da Eternidade, que percorre todo o universo Marvel.

Entre referências ao Enclave e diversos outras organizações, a máscara viaja pelo subplot de algumas das histórias, a cada 1 ou 3 páginas, sendo interrompida para a ocasional pagina que serve apenas para ilustrar algum ano da história da editora. Ao invés de percorrer as 80 páginas, a história salta alguns anos, como se para aquele período especifico não tivesse sido possível encaixar a referência necessária na linha que está sendo construída.

Para terem uma ideia clara de como a história é prejudicada pela chuva de referências, até mesmo a série de quadrinhos de Star Wars é citada, afinal ela estreou pela Marvel em 1977.

A publicação de Star Wars #1 é um marco importante na história da editora, mas um entrave para a história sendo contada na edição

A Marvel Comics 1001 tem menos páginas, mas não deixa de ser menos confusa, deixando no ar que talvez tenha sido apenas colocada ali para encaixar as referências sobressalentes.

Vale a pena ler Marvel Comics 1000 e 1001

Entre todas as ressalvas feitas aqui, talvez a resposta esperada seja não. Mas infelizmente, Marvel Comics 1000 e 1001 entre todos os seus erros ainda tem alguns acertos (tanto quando a própria editora) e entre todas as referências sejam interessantes ou “obrigatórias”, a história serve como preludio para coisas maiores. Talvez tudo tivesse sido resolvido com uma graphic novel ou outro tipo de homenagem. Aqui ao meu ver A História do Universo Marvel serve muito mais como uma homenagem ao universo que conhecemos hoje, mas Marvel Comics 100 e 1001 acerta ao relembrar sua origem como Timely Comics. Além disso, são times criativos de peso, com alguns vislumbres muito interessantes.

Enfim, Marvel Comics 1000 e 1001 passam longe de ser um acerto, mas caso você seja realmente um fã da editora e tenha o dinheiro (a escolha da Panini sempre nos ferra não?) Essa edição não deve faltar em sua estante (e talvez fique apenas lá).

 

 

Avaliação: Regular

 

Fique ligado no Ultimado do Bacon para mais sobre Quadrinhos!


Créditos:

Texto e Edição: João Maia
Imagens: Reprodução
Edição: João Maia

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