Se você quer ler uma história sobre apocalipse zumbi diferente de tudo que você já viu antes, I Am a Hero de Kengo Hanazawa é uma excelente pedida. A história se passa no Japão e temos um protagonista bem diferente do tipo forte e aventureiro da maioria dos seriados e filmes – nosso herói é simplesmente um mangaká com traços antissociais e sem nenhum faro para aventura! Diferente né?
I Am a Hero de Kengo Hanazawa começou a ser publicado em 2009 e contou toda a história do mangaká “herói” Hideo Suzuki. A Panini Comics publicou o mangá no Brasil em 22 volumes entre 2018 e 2021. Vale destacar que a obra também possui uma adaptação para o cinema lançada em 2016.
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Cenas macabras são recorrentes no mangá I Am a Hero de Kengo Hanazawa
A Trama do mangá I Am a Hero de Kengo Hanazawa
Hideo Suzuki é um mangaká frustrado de 35 anos. O personagem, com traços anti sociais fortes, tenta emplacar um grande sucesso no mercado japonês mas isso infelizmente ainda não aconteceu. O personagem namora Tekko, uma jovem que também trabalha no mercado editorial e é muito fã do trabalho de Nakata, seu ex-namorado.
A história começa bem e gasta praticamente um volume nos ambientando a vida de Hideo Suzuki e isso é importante para entendermos que ele realmente não tem nenhum traço heróico.
Alguns eventos estranhos começam a acontecer e a história de terror (com traços fortes de humor ácido) começa a acontecer de verdade na segunda edição. Hideo Suzuki sai para praticar tiro ao alvo no seu clube e decide passar na casa de sua namorada no caminho para seu compromisso.
Kengo Hanazawa mostra muita habilidade para criar cenas de aflição que nos deixam vidrados na história e virando a página como loucos! O autor aproveita bastante o espaço que tem e cria cenas incríveis que deixam o leitor sem fôlego.
Espere por cenas nojentas e mordidas que chegam de supetão no mangá I Am a Hero de Kengo Hanazawa
A história evolui mostrando o protagonista conhecendo a jovem Hayakari Hiromi, uma colegial que é salva por ele em uma floresta. Os dois desenvolvem uma relação de amizade e eventos bem diferentes do que estamos acostumados a ver em uma história de zumbi se desenrolam com a jovem.
Vale salientar que a história tem alguns momentos focados em sexo e questões dessa temática – felizmente o tratamendo dado a eles é bem natural e dada as situações nas quais os protagonistas estão envolvidos, acredito que sejam muito críveis.
Para os leitores que estão acostumados a acompanhar histórias de zumbi americanas, o mangá apresenta uma diferença que muda tudo: no Japão as armas não são tão comuns então quando o apocalipse acontece temos pouquíssimas pessoas com uma arma de verdade – e uma delas é o nosso protagonista.
O autor também explora bem questões relacionadas à morte e a comportamento e vemos o nosso “herói” hesitar muito antes de começar a atirar nos mortos-vivos – o que é interessante e diferente do habitual, afinal acho que todos nós pensaríamos várias vezes antes de atirar em alguém (mesmo em situações extremas).
Mesmo no meio de um apocalipse zumbi, Hideo Suzuki protagoniza cenas hilárias no mangá I Am a Hero
Pensei que após ler The Walking Dead eu dificilmente fosse gostar e me surpreender com uma publicação longa sobre mortos-vivos. Kengo Hanazawa consegue levar a história por caminhos completamente diferentes dos quais estamos acostumados e mesmo assim ele ainda traz debates interessantes e temos vilões tão marcantes quanto o Governador, ou Negan, das HQ´s de Robert Kirkman.
Aliás, o autor de I Am a Hero vai além e explora núcleos diferentes explicando a tal infecção que causa a vinda dos mortos-vivos. E o pior é que a explicação é bem crível! Ponto para a criatividade do autor.
Infelizmente nem tudo são flores. A magnética história do mangaká que tenta sobreviver a um apocalipse zumbi tem um final decepcionante – as últimas 50 páginas da obra são um soco na cara do leitor que esperava algo à altura do que o mangaká faz em toda a publicação.
A história, que está sempre em movimento e nunca cai em uma rotina, faz isso justamente no seu (amargo) fim. Uma pena mas, mesmo assim, continuo considerando uma leitura bem válida para os amantes do gênero.
Zumbis ágeis e aterrorizantes estão no mangá I Am a Hero de Kengo Hanazawa
I Am a Hero de Kengo Hanazawa é uma das publicações de zumbi mais magnéticas que já tive o prazer de ler. O ritmo da história é intenso e o mangaká consegue criar personagens muito humanos que nem sempre tomam as melhores decisões.
Os momentos de terror contrastam com situações inusitadas e muitas vezes divertidas. O protagonista, Hideo Suzuki, é um show à parte e é o oposto do que esperamos de um herói: ele tem medo do escuro, é sedentário, não tem sucesso na sua área de atuação, é indeciso e anti social.
São justamente as quebras de expectativa que tornam I Am a Hero de Kengo Hanazawa. Uma história diferente com um roteiro criativo para um tema que já foi muito abordado. Apesar da “escorregada” no final, a leitura é muito válida e a explicação para o tal apocalipse é incrível!

Avaliação: Ótimo!
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Créditos:
Texto: Lucas Souza
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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