Uma jornada emocionante e cheia de reviravoltas incríveis espera o leitor na HQ Eu Mato Gigantes de Joe Kelly e JM Ken Niimura. Na obra acompanhamos a vida de Bárbara, uma jovem estudante que parece viver deslocada do resto do mundo. Sem muitos amigos, ela é obcecada por jogos de D&D e essa desconexão com a realidade acaba causando muitos problemas e a tornando alvo de valentonas locais. Bárbara é apenas uma jovem deslocada da realidade ou existe algo mais nessa história?
Eu Mato Gigantes de Joe Kelly e JM Ken Niimura foi originalmente publicado em 2008 nos EUA pela Image Comics. A obra chegou ao Brasil em 2013 em uma bela edição da New Pop que compila todo o material original. Vale dizer que a obra chegou a ser adaptada para as telonas em 2017 pelas mãos do diretor Anders Walter.
Dica para o leitor: Joe Kelly é um dos grandes roteiristas das HQs americanas e você pode encontrar alguns de seus trabalhos em nossas listas no site:
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Bárbara vê um mundo de perigos fantásticos na HQ Eu Mato Gigantes de Joe Kelly e JM Ken Niimura
A trama da HQ Eu Mato Gigantes de Joe Kelly e JM Ken Niimura
Bárbara é uma jovem estudante que parece estar completamente desconectada do mundo real: ela não tem amigas, é alvo de bullying, fala coisas sem sentido (sobre gigantes e afins). Em suma: vive em um mundo fantástico que é “só dela”. Joe Kelly mostra desde o começo que sua família parece estar passando por alguma dificuldade (o que seria essa dificuldade é um dos mistérios da obra) e o relacionamento entre Bárbara e a irmã mais velha é distante e fica claro que elas não têm muita afinidade.
Para completar, vemos que Bárbara ainda tem uma tendência a ser rude com as pessoas ao seu redor. Os preparativos para enfrentar um grande monstro que está chegando são interrompidos por Sofia, uma jovem simpática que se mudou recentemente para perto da morada de nossa protagonista. As primeiras interações entre as duas são engraçadas, com Bárbara se mantendo fechada e Sofia sendo cordial em excesso. Logo vemos uma amizade começar a aparecer.
Sofia não é a única pessoa “real” que parece se importar com Bárbara. A protagonista tem também a figura da psicóloga da escola, a sra. Molle, que se esforça para fazer a jovem retomar o contato com a realidade e encarar o que está acontecendo em sua casa (mistério!). É importante citar que nem todos querem ajudar a jovem Bárbara e temos um grupo de valentonas que a perseguem e parecem cada vez mais dispostas a machucá-la de verdade.
Bárbara lida com o medo da solidão na HQ Eu Mato Gigantes de Joe Kelly e JM Ken Niimura
Joe Kelly e JM Ken Niimura criam uma história ágil com um ritmo veloz que nos prende do começo ao fim por conta de seus mistérios (o que está acontecendo na casa da protagonista?) e da cativante Bárbara. Tirando os devaneios da jovem, todo o ambiente criado pelos autores é muito crível – o que nos ajuda na hora de mergulhar na trama.
Pessoalmente, achei que os coadjuvantes não foram tão bem desenvolvidos, mas tudo bem: o foco é mesmo em Bárbara e em sua relação pouco saudável com o mundo de fantasias que cria.
Tendo a gostar bastante de obras que mostram a fantasia como válvula de escape para situações assustadoras no mundo real e Joe Kelly faz isso muito bem. O trauma que Bárbara está enfrentando (a revelação final da obra) é pesado e justifica as atitudes mais revoltadas e a vontade de se isolar que a jovem tem.
As fantasias que ela cria em sua mente são muito bem representadas por M Ken Niimura que, na minha opinião, acabou dando uma leve e bem-vinda “estética de mangá” para a narrativa com seu traço e personagens expressivos. Apesar de tratar de temas complexos como bullying, morte e problemas psicológicos, a obra mantém sempre um tom leve que é capaz de emocionar nos momentos certos.
Bárbara e Sofia conversam na HQ Eu Mato Gigantes de Joe Kelly e JM Ken Niimura
Eu Mato Gigantes de Joe Kelly e JM Ken Niimura é uma obra ideal para os que estão dispostos a mergulhar em uma leitura emocionante e cativante que não deixa a ação de lado (seja ela imaginária ou não). As 208 páginas da HQ passam voando e essa é uma daquelas leituras que é capaz de nos deixar pensativos – além de entreter. Marcante e cativante!
Avaliação: Ótimo!
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Créditos:
Texto: Lucas Souza
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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