por João Pedro Maia
Voltron – O Defensor Lendário
2016 – Dreamworks/Netflix
4 Bacons
Sinopse: “Nesta nova aventura, cinco heróis improváveis e seus leões robôs se unem para formar o todo poderoso Voltron e defender o universo das forças do mal”
O nome “Voltron” pode trazer um gostinho de nostalgia para o pessoal um pouco mais velho, e isso não é à toa. O desenho original data de 1984, e era produzido de maneira semelhante aos Power Rangers: através de uma parceria entre a World Events Productions e a TOEI Animation, eles editavam partes de “Beast King GoLion” e assim nasceu a primeira temporada de Voltron, que mostrava os cinco leões que se uniam para formar um robô gigante (vale aqui lembrar que até mesmo o Deadpool fez uma referência a eles)
Ainda que uma segunda temporada tenha sido produzida, introduzindo novos robôs que formavam um novo Voltron, e mais tarde algumas outras produções tenham surgido, é a primeira temporada que serve de base para o reboot produzido pela parceria entre a Netflix e a Dreamworks.
A primeira temporada conta com 11 episódios (13 se você contar o primeiro como um episódio triplo) onde somos apresentados aos protagonistas e vilões da série, além de sermos situados no universo onde a trama se desenrola. Conhecemos então Shiro, Keith, Hunk, Pidge e Lance que acidentalmente encontram um dos lendários leões que formam Voltron. A partir do primeiro leão, eles são levados até o castelo onde a Princesa Allura e seu companheiro Coran estão há 10 mil anos adormecidos. É Allura quem então guia os jovens pela busca dos leões remanescentes, ao mesmo tempo que se inicia uma corrida contra o maligno Imperador Zarkon, líder do Império Galra que domina praticamente todo o universo.
A animação mistura traços de um anime tradicional com computação gráfica para as cenas de ação do Voltron, tornando o resultado bastante agradável, unindo o clássico ao moderno de uma maneira fluída, colocando-o acima de algumas outras produções atuais. Mesmo sendo uma animação cujo foco é um público mais jovem, a trama é envolvente o bastante para os mais velhos, sejam aqueles assistindo pela primeira vez ou saudosistas do desenho original, com um desenvolvimento surpreendente e uma trama muito bem elaborada. Claro, as falhas de roteiro existem, algumas vezes caindo nas velhas conveniências, mas nada que seja capaz de prejudicar a experiência.
Os personagens têm nuances complexas fazendo com que as histórias dos paladinos e até mesmo dos vilões sejam mais do que parecem a princípio, com cada novo episódio e temporada acrescentando um novo pedaço do quebra-cabeças que compõem cada um deles. Revelar qualquer detalhe extra seria um spoiler de temporadas posteriores, podendo afetar a experiencia de assistir.
O clima dos episódios é amigável para todos os públicos, sendo perfeito para assistir em família. Os personagens não estão livres de se machucar, mas não há nenhuma cena de violência que possa traumatizar as crianças, sendo uma boa pedida para os pais que querem mostrar um pouco de sua infância para seus filhos.
A Netflix liberou uma segunda temporada de 13 episódios em janeiro deste ano, além de uma terceira com 7 episódios agora em agosto, com a quarta temporada prevista para sair logo mais em outubro. Ao todo, o plano original é para um total de 78 episódios. O sucesso da série foi tanto que gerou uma série em quadrinhos para preencher as lacunas entre as temporadas.
Se a série vai manter o padrão de qualidade até a sua conclusão é algo difícil de prever, entretanto o zelo demonstrado até o momento é louvável e nos presenteia com uma animação digna de ser assistida por públicos de todas as idades.
