Ultimato do Bacon

Voando Alto – O Ultimato

Em 7 de Ago de 2019 3 minutos de leitura
Voando Alto (Manou – flieg' flink!)
Ano: 2019 Distribuição: Paris Filmes
Estreia: 08 de Novembro

Direção: Christian Haas, Andrea Block

Roteiro: Axel Melzener, Andrea Block, Phil Parker; Christian Haas (ideia original); Gregory Baranes (roteiro polonês)  

Duração: 112 Minutos  

Elenco: Kate Winslet, Willem Dafoe, Rob Paulsen

 

Sinopse: "Manou cresce acreditando que ele é uma gaivota como seus pais. Ele se esforça para nadar, pescar e voar como eles, mas não parece muito talentoso. Para o seu grande choque, ele descobre que foi adotado como um filho de uma prole considerada amaldiçoada – as andorinhas. Sua família ainda está ao lado dele, alegando que ele é um pássaro como eles. Especialmente seu irmão gaivota, Luc, o admira. Uma noite, Manou não guarda os ovos da comunidade e os entrega aos ratos. As gaivotas estão indignadas e Manou é expulso de casa. Totalmente desapontado, ele sai de casa e tropeça em Percival, uma ave engraçada que não pode voar, mas acaba se tornando um essencial amigo. Manou descobre o jeito “andorinha de ser” com seus novos amigos Yusuf e Poncho, quando ele esbarra em Kalifa, uma deslumbrante andorinha. De repente, ele é surpreendido por uma paquera, que está acima de todos seus outros problemas. São muitos os obstáculos, como ratos que sequestram ovos e uma grande tempestade que ameaça as gaivotas. Manou está empenhado em salvar os dois – corajoso como uma gaivota e inventivo como uma andorinha."

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

Voando Alto se esforça para traduzir em uma linguagem infantil valores cada vez mais ausentes na sociedade como compaixão, empatia, comunidade e tolerância

Animação alemã estreia amanhã, 08 de agosto, nos cinemas

por Alexandre Baptista

 

A premissa de Voando Alto é um tanto conhecida. Tem suas raízes no conto dinamarquês O Patinho Feio (Den grimme ælling, 1843) de Hans Christian Andersen, do cisne que foi criado por patos.

Aqui, substituímos patos e cisnes por gaivotas e andorinhas; as florestas e lagos da Dinamarca pela cosmopolita praia de Nice, na França. Manou, a andorinha do título original, começa narrando sua própria história de dentro do ovo. Seu ninho, atacado por ratos, é destruído e Manou acaba saindo da casca um pouco longe dali, após rolar das patas de um dos ratos que tentavam devorá-lo.

Em seus minutos iniciais, a produção surpreende, com um ponto de vista interessante, mostrando a textura da parte interna do ovo. Ela parece mostrar algo fora do comum e usual em longas de animação voltadas a um público mais infantil.

Infelizmente, logo após essa primeira cena, nos deparamos com Manou fora do ovo. Mesmo que o espectador releve o design das gaivotas e escolhas de algumas texturas dos cenários e objetos da animação, infelizmente fica bastante difícil não reparar no mau gosto na definição da geometria do personagem principal (e de todas as andorinhas, por assim dizer). É estranho, esquisito, um tanto quadrado e desajeitado. Notem que o bico de Manou mais parece um focinho de cachorro.

E isso sem falar no design das andorinhas em si: as aves do filme não possuem praticamente nenhuma das características marcantes da ave-símbolo de minha cidade natal, Campinas. O rabo em forma de tesoura, as asas arcadas, a coloração da cabeça lembrando uma touca ou capuz… No filme, pela representação visual dos personagens, as aves poderiam ser de quaisquer outras espécies, menos as de andorinhas. Ah, sim! E nas mais diversas cores: marrom, preto, azul, vermelho, verde…

Confesso que a revelação do personagem para mim foi um choque que me desconectou totalmente da história sendo contada. Somado a isso, o longa parece ter um problema sério no encadeamento das cenas e sua edição: algumas acabam “do nada”, quebrando o ritmo da narrativa e contribuindo para a desconexão da plateia.

Ainda do lado negativo, a trilha sonora não é muito feliz: exagerada em momentos de tensão de uma maneira que faz com que a sensação de perigo pareça uma piada; crescendos exagerados, quebras repentinas e abruptas de uma escala menor para uma escala maior… incômodo e distrativo.

Destaque especial para uma cena musical das andorinhas no meio do longa: bastante gratuita, desnecessária e… chata. E isso sem nem abordar o tema da humanização exagerada dos personagens.

No entanto, procuro sempre lembrar para quem o filme é feito. E, considerando o público alvo da produção, a animação cumpre seu papel. A história, embora não tenha nenhum grande momento engraçado, nenhuma grande aventura, nenhum grande perigo, cumpre de maneira competente a atualização da moral originalmente transmitida no conto dinamarquês.

Mais, Voando Alto atualiza essa moral, indo além da descoberta dos verdadeiros potenciais de cada um e do pertencimento social para a importância da fraternidade, da família (seja ela no formato que tiver), da amizade, da empatia, da coletividade e benefício mútuo. E é justamente em como a animação faz isso que reside o grande mérito da produção.

Num mundo em que o individualismo e a polarização tem sido a grande tônica dos adultos, me parece extremamente benéfico que, mesmo uma animação simples e talvez até banal, se preocupe em transmitir algo na outra direção para as crianças e pequenos adolescentes e, quem sabe, até mesmo para os adultos que se dispuserem a ser um pouco mais receptivos.

 

 

Avaliação: Bom

 

 

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Trailer

 

 


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