Ultimato do Bacon

Vida Curva – Animizmo – Playlist

Em 6 de Fev de 2020 3 minutos de leitura

Álbum de estreia da banda brasileira Animizmo traz um universo de influências, especialmente brasileiras, ao rock progressivo

por Alexandre Baptista

 

A Playlist de hoje é com um álbum brasileiro que foi lançado nos últimos dias de 2019: Vida Curva.

Álbum de estreia da banda de prog/math instrumental Animizmo, o disco vem carregado de influências absolutamente diversas e que podem ser ouvidas ao longo de todas as faixas do álbum.

A banda, composta por Edgar Webster e Luciano G. L. Costa nas guitarras, Rodrigo Wisnievski na bateria e Bruno Lopes no baixo, é uma nova proposta do grupo que já experimentou com o indie rock com a banda Colorphonic e com o metal, com a Slander.

Segundo o release e informações do Bandcamp da banda:

“Decidimos desenvolver algo que refletisse nossa história artística mas que também nos exigisse criativamente. Assim nasceu a Animizmo (termo vindo de “animismo”, que significa “dar alma a objetos/seres inanimados”). No nosso primeiro álbum, apresentamos algumas essências do nosso DNA, das ambientações atmosféricas aos solos fusion, dos riffs pesados a harmonias delicadas.”

 

Abrindo com a faixa-título, Vida Curva, o álbum mostra muita influência da música nordestina, mais especificamente do baião, incluindo a presença de acordeon, registrado pelo músico convidado Rafael De Boni; além disso, a composição envereda pelo soundscape, formando um painel sonoro que remete aos timbres do final dos anos 60, início dos 70 do rock brasileiro. Sem dúvida uma bela abertura para o disco.

Na sequência, Moscou começa com um arpejo que dá um clima de Joe Satriani para a composição – bastante distante de sua antecessora, mas dentro de uma mesma identidade, especialmente pelos timbres escolhidos para as guitarras. Essa característica fica ainda mais marcante na ponte, em que as distorções são carregadas, alterando bastante o clima da música e mostrando inclinações para uma pegada mais influenciada pelo prog rock inglês.

Em Antônia, a mescla de estilos e gêneros é bastante interessante, com influências do underground dos anos 90 – sem querer comparar, somente para situar o leitor: quem não sente uma música das mais upbeat do Smashing Pumpkins logo de cara? – sintetizadores que deixariam David Bowie orgulhoso, timbres de teclado que se encaixariam perfeitamente em músicas do The Who. Antônia é uma das músicas que define a identidade deste álbum, numa apoteose de referências ímpar que chega, em alguns momentos, no limite entre o prog instrumental e o rock experimental.

Soro e Porta Entreaberta mantém esse clima de rock instrumental brazuca, muito bem tocado e, se até aqui você não se convenceu com o álbum, talvez esse não seja um registro pra você.

Wabi-Sabi começa com uma pegada mais épica, com um “galope” que lembra algumas canções do Iron Maiden com um clima oriental inspirado pela música tradicional japonesa. O crescendo é muito bacana mas a ponte que vem em seguida, embora muito bem composta, é leve demais para o clima que a introdução projeta. Sinceramente, esperava algo numa linha mais pesada, embora os riffs sejam muito bons. Apesar da boa composição de modo geral, para mim faltou “estourar”, deixando a música nos 80% do potencial que ela tem.

A próxima do álbum é Hormônio K, uma faixa mais agressiva, mais acelerada e que deve agradar muito quem estava especialmente decepcionado pela falta de peso em Wabi-Sabi. Ela também é responsável por deixar mais adrenalina na esteira para a sucessora, 39 que, embora curtinha, vem numa pegada também veloz e com mais energia.

Em Descuido, temos uma faixa mais funkeada, com mais ginga e, sinceramente, uma das minhas preferidas do álbum. Os solos flutuantes de guitarra casam muito bem com a base solta das linhas do baixo e bateria. Uma das músicas que mais fica na cabeça depois de se conferir o álbum todo e que, com certeza, eu ouviria o dia todo.

A obra termina com Oceanos, que talvez não por acaso, tem uma sonoridade que lembra a da banda alemã The Ocean Collective. Uma curta faixa de encerramento que fecha muito bem esse excelente primeiro trabalho do pessoal do Animizmo.

 

Animizmo – Vida Curva

1 – "Vida Curva" (05:04)
2 – "Moscou" (04:30)
3 – "Antônia" (04:47)
4 – "Soro" (03:50)
5 – "Porta Entreaberta" (03:39)
6 – "Wabi-Sabi" (05:06)
7 – "Hormônio K" (03:24)
8 – "39" (01:11)
9 – "Descuido" (03:01)
10 – "Oceanos" (02:08)

Tempo Total: 36:30

Ouça no Spotify ou Deezer

 


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