Ultimato do Bacon

O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski

Em 23 de Set de 2020 4 minutos de leitura
O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski (1)

O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski teve de enfrentar grandes desafios para poder se sobressair e se tornar minimamente memorável. O autor pegou o título pouco depois de Mark Waid – que entregou um excelente run – e durante a história da Guerra Civil da Marvel, o que o obrigou a correlacionar suas histórias com esses fatos. Apesar de tudo isso, Straczynski se sai bem e entrega excelentes histórias!

O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski foi começou a ser publicado em 2005 e se estendeu de “Fantastic Four” (1961) #527 até “Fantastic Four” (1961) #542 – 16 edições. No Brasil a fase completa do autor pode ser encontrada em “Universo Marvel” (1ª Série) #18 – #30.

O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski (1)

O Mjolnir é o “protagonista” em um dos arcos de O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski

O que O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski entrega de bom?

Mark Waid deixa um grande “pepino” para o escritor que assume o quarteto depois dele (no caso Straczynski) porque o maior vilão do Quarteto está morto e a equipe está pobre. Além disso, a Marvel dificulta ao fazer com que o Quarteto se conecte a todas as grandes sagas que se passam na época: A morte de Thor, O Exílio do Hulk e a própria Guerra Civil.

Tudo passa pelas páginas do Quarteto. Uma das coisas mais bacanas é justamente ver como o autor consegue se adaptar e entregar boas histórias no meio de tantas adversidades.

O primeiro arco em O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski é um dos mais marcantes. “Música Distante” traz Reed Richards tendo que lidar com um pedido do Governo que pode reproduzir o acidente que deu origem a equipe ao mesmo tempo que Susan precisa batalhar contra o governo de Nova York que entende que a vida que a equipe leva é muito arriscada para crianças e deixa a entender que Franklin e Valeria Richards não poderiam mais viver com os pais. Tudo isso enquanto Ben Grimm, o Coisa, descobre que está rico – aliás ele é o único do Quarteto Fantástico que ainda possui dinheiro.

O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski (1)

O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski redefine o significado do acidente que deu origem a família fundamental da Marvel

Logo no primeiro arco Straczynski mostra suas ideias e deixa claro que não tinha medo de ousar. O desfecho das três tramas abertas são extremamente interessantes e mostram que é a amizade que mantém o Quarteto unido.

O novo significado que o autor dá ao acidente é incrível e mostra toda a genialidade de Reed Richards. Ben Grimm mostra o seu lado mais sensível e o quanto ser “O Coisa” pode ser dolorido e Susan deixa claro que o lugar mais seguro para seus filhos é ao seu lado. Tudo isso em UM arco! Tenho certeza que o roteirista tinha mais pérolas para mostrar mas ele começa a ser tragado pelos eventos Marvel..

O segundo arco de O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski mostra O Coisa e o Tocha Humana enfrentando um descontrolado Hulk que fica ainda mais perigoso após ser atingido por uma segunda explosão de bomba gama. A história não é ruim – e tem bons momentos de confronto entre O Gladiador Esmeralda e o Coisa – mas fica muito aquém do primeiro arco. E uma frase de Storm deixa claro que a conexão com Planeta Hulk estava ali: “Falei para o Reed que devíamos enviar o Hulk para o espaço mas ele não riu…”

O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski (1)

O Coisa enfrenta Destino Boots em  O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski

O segundo arco realmente interessante de Straczynski acontece quando o Martelo de Thor, o O Mjolnir, aparece perdido na Terra. O arco traz a volta de Destino que escapa do Inferno e volta às suas origens como um vilão egoísta e mais apegado a ciência – que entende que o poderoso martelo agora é seu por direito (de onde ele tirou isso? Vai saber…).

As cenas de luta com os Destino Boots são muito bacanas e a história se sustenta bem apesar de ser relacionada a um evento externo. Ver Ben Grimm tentando erguer o Mjolnir no final é um bônus bacana além da excelente justificativa para a volta de Destino. E o autor faz tudo isso enquanto devolve a fortuna do Quarteto através de novas patentes de Reed Richards!

Infelizmente a última parte de O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski deixa muito a desejar no quesito de confrontos familiares. Reed parece mais distante do que nunca e a dinâmica familiar simplesmente não funciona – esse é o único escorregão real da fase do autor que cria histórias bobas (como Ben Grimm na França) e não consegue entregar uma briga convincente nas fileiras do Quarteto.. Uma pena!

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O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski (1)

Destino volta para pegar o Mjolnir em O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski

O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski vale a pena?

Apesar de entregar um final anticlimático e que fica muito abaixo do nível do primeiro arco, O Quarteto Fantástico de J. Michael Straczynski tem personalidade própria e sabe explorar cada um dos integrantes da equipe. Ver o autor trabalhar no meio de tantos eventos que impactam seu run é interessante e uma prova da versatilidade da sua escrita. 

A volta de Destino, a reinterpretação do acidente que deu origem ao Quarteto e ver o Governo tentando tomar os filhos dos heróis são os grandes marcos da fase de Straczynski que pode não ter escrito o melhor run do Quarteto fantástico (na minha visão o de Byrne ainda é o dono do título) mas fez um excelente trabalho!

Conheça mais HQ´s que marcaram época na nossa coluna Baú de HQ´s!


Créditos:
Texto: Lucas Souza
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse

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