Ultimato do Bacon

Moonfall Ameaça Lunar (2022) – O Ultimato

Em 4 de Fev de 2022 3 minutos de leitura
Moonfall Ameaça Lunar Capa
 

“A lua está fora de sua órbita!” É com essa premissa que se inicia um dos filmes mais insanos do ano, a lua está vindo em direção à Terra. É isso. A lua vai bater na Terra. Se a premissa te interessar não tem mais nada que precise saber sobre o filme. É sobre isso e tá tudo bem.

Tudo aqui é um anti “Melancholia” (longa de Lars Von Trier) onde um planeta que não é a lua vai colidir com a Terra. Em “Melancholia” tudo é sobre o arco das personagens e um estudo profundo sobre depressão. Como a proximidade de um apocalipse afetaria não só nosso comportamento mas nossa alma. Uma celebração do fim. 

Em “MOONFALL” tudo é sobre, não, a lua não vai bater na terra, nós vamos bater na lua. Mais que isso, a lua está errada, a gente devia explodir a lua. É curioso notar como aqui tudo funciona mais como sátira do que o recente ‘Não Olhe pra Cima”. Ambos filmes são defensores da ciência e apontam o governo como possíveis vilões do planeta Terra.

Moonfall Ameaça Lunar 3

Esses dois filmes conversam e tem certas preocupações similares. O novo longa de Roland Emmerich, mestre dos filmes desastres, é uma compilação dos vários tipos de destruição da sua filmografia. Além de termos a relação do pai e filho de “O Dia Depois de Amanhã”, temos também a destruição de “Independence Day” com o apocalipse de “2012”. Patrick Wilson interpreta o astronauta Brian Harper e Halle Berry a astronauta Jocinda Fowl.

O elenco inteiro sabe exatamente o tipo de filme que está, às vezes dando a impressão de se divertir no processo.  Temos ainda o Sam de Guerra dos Tronos, o ator John Bradley, dando vida aos blogueiros, teoristas da conspiração e fanáticos que servem como ancora/alivio cômico do filme. Charlie Plummer relegado como filho problema do protagonista. Temos Donald Sutherland e Michael Peña.

O último continua sendo um dos atores mais mal utilizados em hollywood, constantemente subestimado, aqui no papel de padrasto. Donald Sutherland deveria ser considerado realeza vendo que não consegue entregar uma atuação ruim na sua carreira. Ele traz uma seriedade e peso que o filme deveria estar em joelhos por poder contar com sua presença. No fim todos fazem o que podem para guiar a narrativa para um dos eventos mais extravagantes da carreira do diretor.

A história acaba se dividindo entre o que acontece na Terra e o que acontece na missão para a lua. Os perigos do espaço e do apocalipse da humanidade. Nessas linhas o roteiro, escrito também pelo seu diretor, é cheio de frases de efeito como “A humanidade já passou por cinco extinções. Essa vai ser a sexta!”.

Moonfall Ameaça Lunar 2

Nessa proposta o filme funciona demais. Um momento alguém diz “Eu amo o Elon”, se referindo ao bilionário Elon Musk. É possível sentir uma certa paixão por Elon Musk que só cabe aqui, só poderia existir nessa obra. Cheguei a pesquisar se ele era um dos produtores do filme ou se havia algum agradecimento especial. Nisso “Não Olhe pra Cima” está em um lugar mais saudável.

Talvez para o que a obra se propõe esse filme seja maravilhoso. Eu me diverti muito vendo o filme porque muitas vezes não acreditava no que estava vendo. Tem momentos que funcionariam muito bem até mesmo dentro da franquia “Velozes e Furiosos”. Há uma cena onde a lua, o próprio ser celestial, age como o nitro para perseguições de alta velocidade. É incrível.

Moonfall Ameaça Lunar 1

Se tivesse mais disso no filme quem sabe eu poderia adorar mais o que está na tela. De qualquer maneira é muito bom ver um filme B com orçamento das maiores produções da indústria. É como ver alguém se arriscando completamente no que acredita mesmo sendo a crença em algo muito maluco. As ambições aqui não têm limites. Nessa distância não tem muitas coisas parecidas fora da filmografia do autor. Vemos aqui o verdadeiro “Interstelar” de Roland Emmerich.

Não vai ter evento mais insano e inconsciente do que está fazendo do que essa obra. Não querendo estragar o filme mas tem mais momentos mais inacreditáveis ainda que não posso contar aqui. Basta dizer que as ambições de franquia do diretor trazem caminhos que não consigo imaginar para o futuro de “MOONFALL”.

Avaliação: Ruim!.


Créditos:
Texto: André Ramos
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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