Quinto longa da franquia Meu Malvado Favorito, Minions 2 a origem de Gru estreia nesta quinta-feira, 30 de junho, nos cinemas
Índice
Minions 2 a origem de Gru – introdução
A abertura tem requintes visuais dignos de Saul Bass, em uma montagem inspirada em 007, As Panteras, Kill Bill (ou qualquer outro filme de Quentin Tarantino) e faz uma clara referência a Alfred Hitchcock.
Não estamos falando do novo filme de Guy Ritchie ou Taika Waititi e sim de Minions 2 a origem de Gru, dirigido por Kyle Balda, que já havia codirigido a terceira parte de Meu Malvado Favorito.
Depois de outras quatro interações em longa metragem do não tão maligno vilão Gru com seus serviçais amarelos comedores de banana, a impressão que fica é: será que ainda existe espaço para algo original e interessante na franquia? Minions 2 a origem de Gru está aí para responder nossa pergunta.
Minions 2 a origem de Gru – generalidades
Minions 2 a origem de Gru pode parecer um caça-níquel. Uma franquia extensa geralmente cansa a audiência e começa a repetir fórmulas de maneira enfadonha e pouco inspirada. No entanto, em raros casos, a mudança de diretores ou equipe criativa – ou simplesmente a existência de um plano inicial para mais capítulos -, consegue dar gás e fôlego para anos e anos de exploração comercial de um produto – vide as séries de Doctor Who e Star Trek que não me deixam mentir.
Minions 2 a origem de Gru já começa tentando mostrar que é uma dessas exceções. Não só pela belíssima e divertida abertura – desde o logotipo da Illumination, diga-se de passagem -, mas pela sequência de alta octagem que introduz os novos personagens da vez – o Sexteto Sinistro (a Marvel não falou nada?).
Outra tática que tem parecido comum nos estúdios de Hollywood é a separação das franquias em subfranquias – vide o caso do “Wizarding World”; é algo irritante, porém com certa lógica: enquanto Meu Malvado Favorito se inicia num tempo “presente” e se encaminha para o futuro desconhecido, Minions é a famosa prequela, que se encaminha para o ponto “presente” em que as franquias se encontrarão e fecharão (hahaha) o ciclo. E viva George Lucas.
Minions 2 a origem de Gru – trama
Na trama, que segue direitinho o manual de redação e estilo de bons roteiros de Hollywood, começamos com o já citado prólogo que apresenta o Sexteto Sinistro. Eles sacaneiam um de seus membros, deixando-o para a morte certa e conquistam um amuleto que irá conceder enormes poderes ao restante do grupo.
De volta aos personagens principais, Minions 2 a origem de Gru segue então algum tempo depois (ainda que pouco) de onde o anterior terminou, mostrando a dinâmica do “minichefe” com seus novos lacaios. Enquanto Kevin, Stuart e Bob parecem ser os mais pró-ativos e acompanham pessoalmente as andanças de Gru, o restante trabalha na construção do covil secreto do garoto-vilão.
É desnecessário dizer que algo irá fazer com que Gru esteja envolvido na história do medalhão de alguma forma e que os minions irão se provar ao chefe. No entanto, a jornada até lá é bastante bem feita e certamente irá agradar crianças e adultos.
A trama de Minions 2 a origem de Gru traz elementos de filmes como Aventureiros do Bairro Proibido, Indiana Jones e muito, muito mais – sendo as homenagens a Quentin Tarantino (ou seria aos filmes originais de onde o “mestre” copiou suas cenas?) as mais profusas; há uma participação inclusive de Evel Knievel e outros easter eggs do gênero no filme, como Tubarão de Steven Spielgberg em cartaz numa sala de cinema. Divertido para adultos, com certeza. Engraçadíssimo para as crianças.
Por fim, um detalhe que realmente aumenta a qualidade do envolvimento entre espectadores e obra é o desenvolvimento dos personagens-título. Originalmente, em Meu Malvado Favorito, embora fosse possível notar sutilezas aqui e ali, os minions eram basicamente todos iguais, um alívio cômico sem profundidade.
À medida que a franquia caminhou, características marcantes em cada um deles foram aparecendo, distinguindo-os individualmente, destacando-os dos demais. Por fim, em Minions, a “eleição” de três protagonistas dentre o mar de serezinhos amarelos deu um norte para espectadores, ainda que o desenvolvimento de suas personalidades tenha ficado um tanto aquém do esperado.
Em Minions 2 a origem de Gru, no entanto, é possível entender as motivações de cada um dos três minions – Kevin, Stuart e o fofíssimo e delicado Bob – além do verborrágico e falastrão Otto, sempre pronto para brincar e ajudar. Essa particular qualidade do filme envolve o espectador com os pequenos “bananinhas” como nunca, renovando tranquilamente o fôlego da franquia e entregando um filme para todas as idades, tal qual a primeira instância em 2010.
E, outro aceno: o menino Gru consegue ser ainda mais carismático que sua versão adulta.
Minions 2 a origem de Gru – conclusão
Minions 2 a origem de Gru é o típico exemplo de “o tempo passa quando estamos nos divertindo” – ou melhor, o texto corre! Ainda não foi falado sobre a excelente qualidade da animação, nem sobre a presença de outros personagens que fazem sua estreia no universo de Gru neste filme. Infelizmente, não há espaço no texto de hoje para mais nada.
Em resumo, analisando narrativamente, Minions 2 a origem de Gru é um ótimo exemplo de como se fazer um bom filme de “origens”. Ao contrário do caça-níquel recente da Disney Pixar, Lightyear que é genérico e burocrático.
Agora, se você não quer ficar lendo críticas elaboradas sobre uma animação infantil… corre pro cinema, porque o filme é divertido pra caramba.
Avaliação: Excelente!
Créditos:
Texto: Alexandre Baptista
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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