Ultimato do Bacon

Meu Amigo Enzo – O Ultimato

Em 8 de Ago de 2019 4 minutos de leitura
Cena de Meu Amigo Enzo

Meu Amigo Enzo (The Art of Racing in the Rain): Baseado no premiado romance de Garth Stein, Meu Amigo Enzo (The Art of Racing in the Rain) é uma história emocionante narrada por um cão espirituoso e filosófico chamado Enzo (dublado por Kevin Costner).

Através de seu vínculo com seu dono, Denny Swift (Milo Ventimiglia), um aspirante a piloto de corridas de Fórmula 1, Enzo ganha uma visão profunda e divertida da condição humana e entende que as técnicas necessárias na pista de corrida também podem ser usadas para passar com sucesso pela jornada da vida.

O filme segue Denny e os amores de sua vida – sua esposa, Eve (Amanda Seyfried), sua jovem filha Zoe (Ryan Kiera Armstrong) e, finalmente, seu verdadeiro melhor amigo, Enzo.

Meu Amigo Enzo (The Art of Racing in the Rain)
Ano: 2019Distribuição: Fox Film
Estreia: 08 de AgostoDireção: Simon Curtis

Roteiro: Mark Bomback (roteiro); Garth Stein (livro)

Duração: 109 Minutos  

Elenco: Kevin Costner, Milo Ventimiglia, Amanda Seyfried

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

Meu Amigo Enzo deve emocionar os fãs do gênero

Filme sobre a amizade de um piloto de corridas com um golden retriever estreia hoje nos cinemas

por Alexandre Baptista

Antes de começar, vamos ao tradicional momento sinceridade deste crítico que vos escreve: eu não suporto filmes do gênero “amizade entre um humano e um animal”. Ainda quando o animal é representado de maneira naturalista, passa.

Mas quando colocam uma “voz” para o bicho… e se a boca mexer então, já era. Com as duas raras exceções para Benji – O Filme (Benji, 1974) e O Corcel Negro (The Black Stallion, 1979).

Com isso esclarecido, confesso que a premissa inicial de Meu Amigo Enzo me pareceu interessante. O filme já abre com a aflição dos fãs desses filmes: a velhice e decrepitude do cachorro, anunciando seus dias finais e sua morte por vir.

Nesse momento, Enzo, o cachorro, inicia uma viagem nostálgica e retrospectiva da vida de seu amigo-dono Denny Swift (Milo Ventimiglia), através de seu olhar canino. Denny, ainda jovem, um piloto da Fórmula 3 e instrutor de pilotagem com um futuro promissor.

Essa premissa, do jovem piloto em busca do grande sonho da Fórmula Um, a fama e o sucesso profissional, parecia muito interessante.

Uma história de superação nas pistas – ainda mais pelo título original, algo como “A Arte de Pilotar na Chuva” – parecia quebrar a expectativa da repetida premissa dramalhônica que sempre acompanhamos em filmes do gênero como Marley & Eu (Marley & Me, 2008), Sempre Ao Seu Lado (Hachiko: A Dog’s Story, 2009) e até mesmo o mais antigo Lembranças de Outra Vida (Fluke, 1995).

E isso apesar de Enzo, um golden retriever com cara de brincalhão, ter a voz séria, ponderada e madura de Kevin Costner.

Só que, obviamente, eu estava enganado. A grande expectativa que eu tinha no roteiro de Mark Bomback, do excelente Planeta dos Macacos – A Guerra (War for the Planet of the Apes, 2017), se perdeu.

Não sei por culpa da edição, da direção ou do material de base, mas o fato é que a grande metáfora que o roteiro tenta estabelecer o tempo todo entre “pilotar na chuva” e “a condução dos problemas da vida”, se enfraquece pelo abandono cíclico do desenvolvimento das cenas e da sequência de ações dos personagens.

Basicamente, tirando algumas menções belíssimas a Ayrton Senna e algumas cenas vitais nas pistas, o tema “corrida” ou “pilotagem”, existe no filme como um fraco apoio narrativo. A essência da história está mais uma vez no drama da vida de Denny que é, em suma, desgraça sobre desgraça, somada a desgraças que acontecem quando tudo parece melhorar.

Até mesmo quando o piloto é contratado por um milionário para montar sua própria equipe, o pobre Denny fica em segundo plano, usado e sem destaque apesar de seu talento. Como diriam os estadunidenses, o verdadeiro “loser”.

É óbvio que os fãs do gênero vão se apaixonar pela história. Pois, como Enzo vai explicar durante o longa, é justamente nessa postura de perdedor de Denny que está a “arte de pilotar na chuva”: ele controla suas derrotas, para que a vida não o surpreenda. Resumidamente, é preferível perder com certeza do que arriscar tudo para ganhar, e perder.

Não, não é essa a análise do filme. Mas a metáfora real me pareceu tão vazia e, coloca-la como produto da profunda reflexão de uma mente canina me pareceu ainda mais bizarra, me obrigando a criar alguma reflexão sobre a inevitabilidade da derrota no lugar. Acho que por algum motivo, ver o Ventimiglia sendo derrotado me faz lembrar do melhor discurso de Rocky Balboa (Sylvester Stallone) em seu filme homônimo de 2006.

As qualidades de Meu Amigo Enzo

Voltando a Meu Amigo Enzo, ainda que não seja um filme para o meu gosto pessoal, a produção guarda muitas qualidades. Os amantes do gênero podem esperar uma história bastante emocional – para mim, especialmente quando falam do acidente de Senna na Tamburello.

A atuação de Ventimiglia e Amanda Seyfried como sua namorada Eve tem bastante densidade. Confesso que fiquei inclusive curioso para ver o antigo Peter Petrelli de Heroes como Bruce Wayne – apesar de a Warner já ter descartado o ator por conta de sua idade. Ventimiglia segue fazendo o tipo de galã, mas parece ter amadurecido bastante o seu lado dramático e isso é bastante bacana de se conferir.

A trilha sonora do filme é outro ponto alto, com sua parte instrumental bem colocada e composta, apesar de um tanto óbvia; e principalmente a trilha de músicas muito bem escolhida, com pelo menos duas músicas de George Harrison e Great Wide Open da 30 seconds to Mars de Jared Leto impressionando.

Por fim, uma cena que destoa positivamente no longa envolve Enzo e uma zebra de pelúcia. É um momento brilhante que garante ao filme um bacon extra e não pode ser esquecido na crítica.

Apesar de, no final, ainda haver espaço para uma sugestão desnecessária – que acaba até mesmo remetendo à premissa do filme de 1995 citado anteriormente – Meu Amigo Enzo é praticamente uma certeza de sucesso. Com pouco de inovador dentro do gênero, é competente dentro da fórmula dos dramas humanos e seus amigos pets e deve agradar bastante seu público.

Infelizmente, este é um grupo do qual não faço parte.

 

 

Avaliação: Bom

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Trailer


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