Lightyear, filme derivado de Toy Story estreia nesta quinta-feira, 16 de junho, nos cinemas.
Índice
Lightyear – introdução
Lightyear é o novo filme da Disney Pixar, que já não é mais a mesma há muitos anos, ainda que de vez em quando lance pérolas como Luca (2021) ou Piper: Descobrindo o mundo (2016).
Encejado pela premissa de que, no Toy Story original, Andy ganha o action figure do capitão Buzz Lightyear porque é o personagem que ele mais gosta do filme Lightyear, o longa se segura em um fiapo de justificativa dentro do universo de sua franquia para existir.
Os fãs da franquia, que acompanharam a mesma desde o início, certamente lembram que Buzz, Zurg e todo o universo do Comando Estelar funcionavam como uma piada e aceno a Star Trek-Wars e os filmes de ficção científica que povoaram as décadas de 70 e 80.
O fiapo de justificativa poderia funcionar ou descambar totalmente… será que a Disney conseguiu emplacar ou não?
Lightyear – generalidades
Lightyear é obviamente um caça-níquel. Mas não é qualquer caça-níquel. É um daqueles que custou milhões à Disney e teve um grande esforço para que seja um grande sucesso.
Com o “fim” da franquia Toy Story, a casa do camundongo tem tentado de toda maneira extrair cada gota de audiência que puder da mesma, seja na desnecessária série Garfinho pergunta da Disney +, seja nos curtas que proliferaram recentemente, seja nesta franquia derivada – sim, Lightyear tem cena pós-crédito que deixa uma ponta gigantesca para continuações, obviamente.
Outro ponto importante de ressaltar é a dublagem original, com nomes de peso como Chris Evans, Taika Waititi e o experiente James Brolin. Infelizmente, a versão conferida foi dublada em português e me excuso de não comentar o trabalho realizado por uma questão ética.
Por fim, vale apontar a reutilização de personagens e modelos; presets e templates de personagens de Up – Altas aventuras e Encanto… mas isso não é uma crítica. Quem trabalha com animação sabe que facilita muito já ter uma parte do trabalho pronta.
Lightyear – trama
Na trama, o capitão Buzz Lightyear está em missão com sua parceira Hawthorne e um recruta (um camisa vermelha qualquer, para alívio cômico) e toda a perfeição militar de Buzz fica evidente logo de cara. Só que ele comete um erro no final da missão e com isso, a nave-mãe humana, com trocentos colonizadores, fica encalhada em um planeta inóspito, até que seja encontrada a solução para o propulsor e combustível da nave.
Buzz Lightyear então se coloca em uma missão de consertar seu próprio erro que vai além da vontade de viver: as missões de teste com o novo combustível causam lapsos de 4 anos de tempo para o piloto e, a cada missão, Buzz vê seus amigos envelhecendo… enquanto para ele passam-se apenas minutos. Sem dar spoilers a aventura realmente se inicia quando Buzz de fato consegue realizar a missão… e cerca de 70 anos distanciam o herói de seu jornada inicial.
O experiente herói se vê, então, reunido com uma equipe de iniciantes por força do destino e, obviamente, vai aprender a valorizar as pessoas pelo que são, sem pré-julgamentos, antes do fim do longa.
Lightyear – animação
Lightyear tem uma grande qualidade: sua animação. Embora não haja nada de exuberante como em Homem-Aranha no Aranhaverso, as texturas são impecáveis, a movimentação fluida e as interações extremamente críveis.
Há quem reclame do novo design de Buzz Lightyear e Zurg, e realmente o “rejuvenescimento” do personagem é um tanto incômodo… mas é algo menor dentro do deslumbre que é a criação de um universo animado tão bem feito.
Lightyear – conclusão
Lightyear peca em diversos pontos… a cena final deveria ser Andy, saindo do cinema, em Toy Story (agora com novo estilo de animação), deslumbrado com o filme, por exemplo…
Outro ponto bastante incômodo é a falta de conexão geral com o universo de Toy Story, ficando visível e sensível que nada ali além de Zurg, “a cena de Andy” e Buzz Lightyear fazem parte da ideia original… amarram as “pontas soltas” de uma maneira bastante gratuita e forçada.
Infelizmente, Lightyear é uma animação genérica, formulaica (e olha que usei esse adjetivo recentemente, de maneira elogiosa…), que cumpre todos os pontos para obter sua nota de aprovação – burocrática, pra resumir; e que tenta surfar na onda de uma franquia já estabelecida.
É ruim? Longe disso. Mas também passa longe de ser imperdível ou absurdamente relevante, embora tente, a todo custo, emplacar através da conquista da simpatia de uma parcela dos espectadores.

Avaliação: Bom
Créditos:
Texto e Edição: Alexandre Baptista
Imagens: Reprodução
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