Ultimato do Bacon

Games x Filmes: Silent Hills

Em 18 de Mar de 2020 4 minutos de leitura

por João Maia

 

Talvez você não seja tão familiarizado com Silent Hill além de toda a controvérsia envolvendo o famigerado Silent Hills que seria uma colaboração entre Hideo Kojima e Guillermo del Toro, dois nomes de peso incrível nos games e no cinema, além de contar com Norman Reedus como protagonista.

 

Norman Reedus no playable teaser do cancelado Silent Hills: decepção. [Crédito: Reprodução/konami.jp]

 

Mas a história de Silent Hill começa lá em 1999 com o lançamento do primeiro jogo, que serviria de base também para o primeiro filme, Terror em Silent Hill (Silent Hill) em 2006. De 1999 a 2012, oito jogos foram lançados, sendo que apenas quatro deles tem histórias relacionadas: o primeiro jogo – Silent Hill (1999), o terceiro – Silent Hill 3 (2003), Silent Hill: Origens (Silent Hill:Ørigins, 2007), que serve como prequel e Silent Hill: Shattered Memories (2010) que serve como um remake do primeiro jogo. Os demais jogos apenas compartilham a localização: a misteriosa cidade de Silent Hill.

Muito mais que os personagens envolvidos, a própria Silent Hill é quem merece destaque, sendo a única constante em toda a série de games e filmes – mesmo que Silent Hill 4: The Room (2004) e Shattered Memories se passem em locais diferentes.

A localização da cidade não é fixa, mas um elemento constante é a misteriosa névoa que encobre a cidade e esconde diversos monstros. Entre os fãs da série, os mais famosos são as assustadoras enfermeiras e o ameaçador Pyramid Head (o equivalente do Nemesis em Resident Evil 3: Nemesis de 1999).

Ainda que sejam algo recorrente nos jogos, grande parte da trama que liga Silent Hill 1, 3 e Origens se dá ao redor de um misterioso culto que planeja trazer um misterioso deus das trevas através de um ritual. Essa trama também está presente nos filmes que trazem de maneira mais ou menos fiel o conflito de um pai (ou uma mãe no caso do filme) para livrar sua filha das garras desta misteriosa organização.

 

Cena de gameplay de Silent Hill: Origens.

 

O jogo, diferentemente por exemplo de Resident Evil que mostrava soldados prontos para o combate, tem em seus protagonistas “pessoas comuns” – exceto o soldado em Silent Hill: Homecoming (2008) -, presas na cidade, seja por estarem ligadas ao culto ou por acidente.

Existe pouco que você possa fazer além de correr e investigar, ainda que ocasionalmente você possa usar um machado de emergência, bisturis ou um telefone contra os monstros.

 

Spoiler: não há muita utilidade nisso.

 

Essa incapacidade de se defender contribui para atmosfera de terror do jogo. Além disso, uma coisa que frustrava nos primeiros games era justamente serem da geração em que você tinha necessidade constante de encontrar um lugar para salvá-lo – a geração do save game automático surtaria – aumentando ainda mais o desespero. Qualquer descuido não só resultaria em morte, como também levaria a perda de grande parte do progresso.

Percorrer a cidade (ou o quarto no caso de The Room) e investigar cada documento, aos poucos revelava não apenas detalhes da macabra cidade e seus misteriosos ocupantes – nos casos dos jogos que circulavam principalmente o culto – mas também sobre os protagonistas nos demais jogos. Ainda que fossem “comuns”, cada um deles escondia segredos e um passado obscuro.

 

A ação fica em ambientes internos em Silent Hill 4: The Room.

 

Todos esses mistérios e manipulações sombrias combinam-se para formar o "Otherworld”, um estado em que as barreiras da realidade desabam e pensamentos e pecados se manifestam para atormentar o protagonista (e por que não o jogador).

Quanto aos filmes, eles seguem de maneira um tanto quanto fiel a trajetória dos jogos 1 e 3 ao retratarem a tentativa do culto de trazer de volta a criança destinada a servir de receptáculo para seu deus sombrio. A principal diferença do filme para os jogos é a troca de Harry Mason por Rose da Silva na busca por respostas envolvendo sua filha adotiva.

Já em 2012, o longa Silent Hill: Revelação (Silent Hill: Revelation 3D) optou por seguir contando essa história, agora com Heather Mason (nome inalterado), sendo ainda perseguida pelo misterioso culto de Silent Hill. Entre as mudanças realizadas na história, é interessante observar que o filme conta com referências inteligentes para outros jogos da série como Origens e Silent Hill: Downpour (2012).

Considerando a má fama que as adaptações de games para o cinema tem salvo raríssimas exceções, a franquia Silent Hill nos cinemas talvez sofra de um mal um tanto quanto novo: em vez de assassinar completamente seu material fonte como faz Resident Evil: O Hóspede Maldito (Resident Evil, 2002) e suas continuações, o filme acaba sendo fiel onde não deveria, adaptando extensivamente parte de toda a correria presente nos jogos. Ainda que num jogo com gameplay de horas e horas seja esperado esse sistema de quests, mesmo para um filme de terror não é interessante ver um personagem correr de um lado para o outro, interagindo com npcs para reunir os pedaços da história.

Ainda assim, o primeiro filme tem uma atmosfera muito boa para quem curte os jogos, sendo de qualidade moderada, ao passo que o segundo, Silent Hill: Revelação, serve apenas como “entretenimento barato”. Ou nem isso, dependendo do tempo que você está disposto a perder da sua vida.

 

Cena do zelador em Terror em Silent Hill, 2006.

 

No final do dia, se você realmente curte Silent Hill, talvez atormentar a Konami para que um novo jogo seja lançado valha mais a pena do que assistir aos filmes.

 

 


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