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Frozen II – O Ultimato

Em 11 de Dez de 2019 4 minutos de leitura
Frozen II
Ano: 2019 Distribuição: Disney / Buena Vista
Estreia: 02 de Janeiro de 2020 (Brasil)

Direção: Jennifer Lee, Chris Buck

Roteiro: Jennifer Lee (roteiro); Jennifer Lee, Chris Buck, Marc Smith, Kristen Anderson-Lopez, Robert Lopez (história)

Duração: 103 Minutos  

Elenco: Kristen Bell, Idina Menzel, Josh Gad

Sinopse: De volta à infância de Elsa e Anna, as duas garotas descobrem uma história do pai, quando ainda era príncipe de Arendelle. Ele conta às meninas a história de uma visita à floresta dos elementos, onde um acontecimento inesperado teria provocado a separação dos habitantes da cidade com os quatro elementos fundamentais: ar, fogo, terra e água. Esta revelação ajudará Elsa a compreender a origem de seus poderes.

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

Elsa e Anna estão de volta e ainda melhores em Frozen II

Continuação do paradigmático Frozen – Uma Aventura Congelante de 2013 consegue superar a qualidade do original

por Alexandre Baptista

 

Um filme como Frozen – Uma Aventura Congelante (Frozen, 2013) é difícil de ser superado. Especialmente por uma continuação direta. Os efeitos de comparação serão sempre pouco condescendentes com o “repeteco”, que já perde de saída por não ter os elementos originais que estabeleceram o sucesso da sua primeira intercorrência.

Ainda mais no caso de um filme de animação que alterou um paradigma essencial da orientação da maior empresa de entretenimento do mundo – no caso a Disney – que até então apostava em histórias de amor “tradicionais” (príncipe salva princesa e eles vivem felizes para sempre, fim).

O primeiro Frozen, além da bilheteria e das músicas grudentas, estabelecia uma história de empoderamento feminino, de amor fraterno e de sororidade – palavrinhas que irritam uma parte das pessoas, mas que provocaram uma mudança essencial no eixo central de 90% dos produtos da Disney Animation, sendo ainda reforçadas no ano seguinte em filme, live action, em Malévola (Maleficent, 2014).

É claro que Frozen II já levava desvantagem nisso. Com o paradigma alterado, como compor uma história interessante que preservasse esse novo status quo de forma natural e interessante?

Pois o roteiro de Jennifer Lee e Allison Schroeder dá conta de fazer justamente isso. A trama revela logo de saída uma história do passado do pai de Elsa e Anna que, na atualidade, vai ser reavivada em função dos poderes da irmã mais velha. Mas as ameaças, perigos e o antagonismo da história em si são praticamente irrelevantes.

A qualidade do roteiro está em, mais uma vez, demonstrar o equilíbrio entre todos os personagens, numa alegoria que representa a diversidade social, racial, de gênero e mais. As relações se alternam entre as irmãs Anna e Elsa, entre Christopher e Sven, entre Sven e Olaf, entre Olaf e Anna, entre Elsa e Olaf…

É possível notar o amor entre os personagens, a preocupação e o espírito de união, amizade e familiaridade entre eles. Sim, o amor entre Anna e Christopher está ali, mas diferente da tradição da Disney, ele não é único, elevado, destacado e mais forte que a vida. De forma mais humana e natural, ele é companheiro, compreensivo, ligeiramente ciumento e carente, em equilíbrio com outros sentimentos e necessidades da vida daquelas personagens.

Só nisso já dá pra perceber que Frozen II é uma animação mais madura que seu original. Menos maniqueísta e mais realista, apesar dos fortes elementos de fantasia que são a base da história. O vilão do filme tem menos peso, o embate tem menos significado. É a jornada que interessa, o fluxo da vida de maneira geral.

No entanto, para o grande público, é bem provável que Frozen II seja uma boa continuação, “mas o primeiro ainda seja melhor”. Como eu disse acima, essa segunda jornada das irmãs de Arendelle é mais madura, mais adulta e a qualidade intrínseca é mais discreta. Será necessário um tempo para que ambos os filmes envelheçam e as coisas assentem para evidenciar essa diferença qualitativa.

Outro grande mérito da animação é sua trilha sonora, que é sem dúvida uma das maiores criações musicais de animações da Disney. A presença de Aurora, interpretando a parte musical de uma das personagens, insere elementos musicalmente distantes daquilo que normalmente se ouve nas animações dos grandes estúdios. Temas interessantes, contrapontos melódicos e elementos ligeiramente dissonantes… realmente interessante como há muito não se via.

Porém, sem nenhuma música tema grudenta como no primeiro no filme, é bastante provável que não seja um hit.

Os alívios cômicos do filme também são um destaque, sendo a melhor piada uma cena completa aludindo a clipes musicais ao estilo de Have You Ever Really Loved A Woman ou Everything I Do de Bryan Adams para os filmes Don Juan DeMarco (1994) e Robin Hood – O Príncipe dos Ladrões (Robin Hood: Prince of Thieves, 1991) respectivamente. Infelizmente, uma piada que perde o sentido para quem não viveu os anos 90.

A qualidade da animação está impecável: desde os movimentos, texturas, drapejamentos e renderizações. Os efeitos da água, fogo, fractais e neve são simplesmente impressionantes. Embora os cenários deixem a desejar, é notória a diferença entre uma animação da Disney e outras de menor qualidade.

É claro que existem alguns defeitos. O mais óbvio é a dublagem brasileira que perdeu demais em qualidade do primeiro pra cá. Vozes velhas demais para personagens muito jovens, interpretações sofríveis e difíceis de aguentar, especialmente da mãe das meninas. A tradução também não ajuda, parece feita às pressas, funcionando terrivelmente mal em especial nas músicas. Into the Unknown virou o insosso A Minha Intuição e por aí vai. Sobre os talentos vocais originais, estavam indisponíveis na sessão que conferimos e portanto ficam de fora desta avaliação.

Outro detalhe é que fãs de Avatar: A Lenda de Aang (Avatar: The Last Airbender, 2005 – 2008) irão sentir inicialmente algumas semelhanças com o universo da animação do Nickelodeon. Mas nada absurdo.

De forma geral, Frozen II vale a pena ser conferido por toda a família e, graças a seus níveis de percepção, irá certamente oferecer algo a cada tipo de público.

 

 

Avaliação: Ótimo!

 

 

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Trailer

 

 


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