Ultimato do Bacon

Era Uma Vez Um Deadpool – O Ultimato

Em 13 de Dez de 2018 4 minutos de leitura
Era Uma Vez Um Deadpool (Once Upon a Time a Deadpool)
Ano: 2018 Distribuição: Fox Film
Estreia: 27 de Dezembro Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick, Ryan Reynolds
Direção: David Leitch
Duração: 116 Minutos  Elenco: Ryan Reynolds, Fred Savage, Josh Brolin, Morena Baccarin, Julian Dennison, Zazie Beetz, T.J. Miller

Sinopse: “Nesse especial de Natal, revisitaremos Deadpool 2 numa versão mais abrandada e acessível para a família. Mas, claro, sem deixar a ousadia de lado. O mercenário tagarela precisa salvar um garoto super-poderoso das mãos de um exterminador do futuro.”

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

A melhor piada de Era Uma vez Um Deadpool é ser permitido para menores

Versão censurada de Deadpool 2 estreia em 27 de dezembro com novas cenas estrelando Fred Savage

Por Alexandre Baptista

 

Era uma vez um ator e roteirista chamado Ryan Reynolds que, após um fracasso inexplicável naquele que deveria ter sido o filme a inaugurar o novo universo DC nos cinemas, decidiu chutar tudo pro alto e usar tudo o que havia sobrado de influência no mercado para emplacar um novo filme de super-heróis chamado Deadpool. Desta vez, a aposta iria para um personagem mais obscuro e menos conhecido e o foco seria no público adulto. Grande surpresa de 2016, Deadpool bateu alguns recordes e deixou a Fox feliz da vida, garantindo assim a sequência de 2018, Deadpool 2, que novamente fez muito dinheiro para o estúdio.

Como todo vilão de um conto de fadas, o estúdio (seja ele qual for, mas nesse caso, a Fox), quer sempre mais dinheiro e, associando super-heróis com um público mais infantil em sua mesa de escritório, logo chega a conclusão: se o filme não fosse inadequado para o público infanto-juvenil, eu teria ganhado ainda mais dinheiro. E é assim que bons filmes são geralmente corrompidos e estragados, ou que ganhamos versões caça-níqueis de boas franquias.

A grande diferença é que nosso herói, Ryan Reynolds, sempre lutou contra as versões caça-níqueis e, numa brilhante jogada de roteiro, fez de Era Uma Vez Um Deadpool uma versão alternativa de Deadpool 2 talvez ainda melhor que a versão original, dada a genialidade com que esfrega na cara da censura o quão ridículo é o sistema de classificação (nesse caso nos EUA… aqui no Brasil é bem… ah, deixa pra lá).

Como já era de se esperar pelo título, Era Uma Vez Um Deadpool usa um recurso que vi pela primeira vez na versão de Monteiro Lobato para Dom Quixote de Miguel de Cervantes Saavedra, o Dom Quixote das Crianças. Nele, Dona Benta conta para as crianças do Sítio do Pica-Pau Amarelo a clássica sátira das novelas de cavalaria, suavizando passagens mais violentas e resumindo partes descritivas. No filme, Deadpool sequestra Fred Savage, o eterno Kevin Arnold de Anos Incríveis, que passa todo o tempo amarrado à uma cama, forçado a ouvir a história de Deadpool 2, contada pelo mercenário tagarela. O quarto onde eles estão é uma réplica do quarto do personagem interpretado por Savage em A Princesa Prometida (The Princess Bride, 1987), filme de Rob Reiner que é nos EUA e no Canadá, um clássico tão grande quanto O Rei Leão é aqui no Brasil.

Logo de cara, Deadpool dá o tom do filme: com um pequeno controle remoto que lembra aqueles de alarmes de carro, o anti-herói “bipa” todos os palavrões que ambos falam e explica: para conseguir a censura pretendida, eles pode falar um f*d@, 3 p*rra e consumirem 4 taças de vinho. E é aí que está a genialidade do corte e das novas cenas do longa: esterilizado dos palavrões e dos elementos de violência gráfica (sangue, cortes, lesões à bala, entre outros), Era Uma Vez Um Deadpool segue sendo inadequado a menores de idade, abusando de todos os limites permitidos para sugerir interpretações sexuais em seus diálogos e provocar o sistema de censura americano. O maior exemplo? Em determinado momento, Fred Savage fala sobre brigar (fight) com Matt Damon. Deadpool finge entender ali um palavrão (f*der – f*ck) e “bipa” toda vez que Savage vai dizer a palavra. O resultado é uma descrição detalhada que, da forma como foi apresentada, pode ser vista como extremamente sexual. E ao mesmo tempo, não possui nenhum elemento proibido pela censura. Repito: genial.

Além das cenas inéditas com Fred Savage entrecortando todo o filme, com direito a uma provocação entre os dois envolvendo Fox, Marvel e Disney, o longa altera muitas cenas para reduzir o grau de violência gráfica; inclui uma cena inédita na Mansão X bem divertida; e inclui uma alteração na “participação” de Stan Lee: na versão original, o icônico editor, criador e deus da Marvel aparecia em um graffiti na lateral de um prédio que, nesta nova versão, inclui as letras R.I.P. (abreviação para Rest in Peace em inglês – Descanse em Paz). Além disso, a última cena pós-créditos é uma homenagem a ele, singela, divertida e emocionante.

"Participação" de Stan Lee em Deadpool 2Graffiti foi alterado para Era Uma Vez Um Deadpool


 

Era Uma Vez Um Deadpool é aquela versão caça-niquel que acaba sendo até melhor que a original em muitos pontos, indispensável para os fãs do personagem, de quadrinhos em geral e de filmes desse gênero, especialmente recomendada para quem não perde um conto de fadas, sem f*das, em que o bem vence o mal, espanta o temporal e todos vivem felizes para sempre.

 

 

Avaliação: Ótimo!

 

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Trailer


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