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Batman Um Dia Ruim – Duas-Caras por Marico Tomaki e Javier Fernandez – O Ultimato

Em 13 de Out de 2023 3 minutos de leitura
Batman Um Dia Ruim – Duas-Caras por Marico Tomaki e Javier Fernandez (1)

Conheça a HQ que explora a relação de Harvey Dent com o pai e suas semelhanças com Bruce Wayne em Batman: Um Dia Ruim – Duas-Caras

Batman: Um Dia Ruim – Duas-Caras é o segundo da série que traz em 68 páginas histórias fechadas e inéditas de supervilões do Cavaleiro das Trevas por artistas variados. Foi publicado originalmente em novembro de 2022 como Batman: One Bad Day – Two-Face, e no Brasil pela Panini em maio de 2023, capa cartão e lombada quadrada.

O roteiro é da canadense Mariko Tamaki (Laura Dean vive terminando comigo), arte do quadrinista espanhol Javier Fernandez (Asa Noturna) e cores da norte-americana Jordie Bellaire (Projeto Manhattan). Todos reconhecidos por trabalhos nas revistas do Batman.

Qual a trama de Batman: Um Dia Ruim – Duas-Caras por Marico Tomaki e Javier Fernandez

O fio da meada da história, intitulada Um grande homem, é simples. Diferente do que podíamos imaginar, encontramos o Duas-Caras em uma fase “do bem”. Inclusive com o prefeito Christopher Nakano oferecendo-lhe de volta o cargo de promotor – forçação de barra dispensável para a HQ –.

Seu pai, Harvey Dent Sênior, fará 88 anos em breve – embora não aparente – e a empresa organizará uma grande comemoração. Porém, Duas-Caras interceptou uma carta endereçada a ele com a ameaça: “Essa festa de aniversário será a última de seu pai se você continuar com isso.”

Dent Sênior é um homem tradicional, trabalhador e metódico. Já enviou os convites e não aceitaria mudanças nos planos. Por isso, o antigo vilão busca a ajuda do Batman, sabendo que ele é o único que poderia descobrir a procedência do bilhete e evitar a tragédia anunciada.

Batman Um Dia Ruim – Duas-Caras por Marico Tomaki e Javier Fernandez (4)

Durante a HQ, acompanhamos a investigação de Bruce Wayne com a ajuda da Oráculo (Barbara Gordon), da Spoiler (Stephanie Brown) e da Batgirl (Cassandra Cain). Logo percebem que, apesar de o Duas-Caras ter dezenas de inimigos, incluindo gente de peso como o Coringa, não há nenhuma pista do que estaria acontecendo.

O clímax do roteiro é, obviamente, a festa de Dent Sênior, com DPGC e Bat-equipe preparando um cerco para a proteção da solenidade. Também é óbvio que não dará certo e haverá confusão. Quem está no comando, Dent ou Duas-Caras? Quem é o vilão por trás da ameaça? O que ele fará com este grande evento? São perguntas que ansiamos por descobrir as respostas durante a leitura.

Vale a pena ler?

Na psicanálise, em apertada síntese – me perdoem os psicanalistas –, o superego é a instância do aparelho psíquico responsável pela moral. Aquela vozinha que nos condena quando queremos sair da linha. Na vida em sociedade, um dos principais paralelos é a força da lei. Personagens com grande rigor moral e circunspecção, como Batman e Harvey Dent, enquanto promotor público, são exemplos de um superego potente e facilmente perceptível. Ótimas tipificações para brincar com tal tema.

Qual o responsável pela formação do superego na construção do aparelho psíquico? O pai. Aquele que impõe as regras (leis) da família, da casa, e por conseguinte da vida coletiva. Claro, em um exemplo clássico.

As duas grandes sacadas de Batman: Um Dia Ruim – Duas-Caras são trazer justamente o pai do personagem que teve o rigor moral subvertido ao perder sua face e as ótimas reflexões dele, que servem de espelho ao Cavaleiro das Trevas. “Você e meu pai são muito parecidos […] Ele também era um homem de preto no branco”, diz Dent, na parte final do quadrinho.

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Oras, Wayne, em diversos momentos, destaca a palavra “amigo” para se referir a Harvey Dent, mesmo se tratando de um vilão que tanto desgraçou Gotham. Há uma identificação, e por isso ele considera com tanto afeto o pedido de Duas-Caras. Não é apenas mais um caso, como adverte Spoiler em uma das conversas.

A trama de Mariko é objetiva e até previsível. Mas, por meio dela, a roteirista consegue manejar essas relações entre Batman, Duas-Caras, Dent Sênior e os passados de cada um de forma muito interessante. O objetivo do protagonista – salvar a festa – é atravessado por todas essas questões. Talvez por isso Batman – O Melhor Detetive do Mundo – não consiga descobrir quem é o vilão, evidente, até o desastre acontecer.

A interação de Wayne com Barbara, Steph e Cassandra é ótima, assim como a luta entre o id e o superego (rs). A arte de Javier Fernandez é solta e suja, cheia de “espirros de tinta”, que se misturam com elementos como retículas. Combina com Gotham e com a variedade de cores notívagas de Bellaire.

Batman: Um Dia Ruim – Duas-Caras é um quadrinho curto, entretanto, vale a leitura. Acrescenta muito bem ao currículo do Duas-Caras e serve tanto para novos leitores – Mariko tem o cuidado de contextualizar brevemente a origem do vilão – quanto aos batfãs de longa data.

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Avaliação: Ótimo!

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Créditos:
Texto: David Horeglad – @hq_ano1
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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