Ultimato do Bacon

30 anos do Sandman de Neil Gaiman – Parte I

Em 17 de Dez de 2018 4 minutos de leitura

Por Diego Brisse

Sandman completará em Janeiro de 2019, 30 anos desde que foi lançada oficialmente sua primeira edição. A série teve 75 edições que foram publicadas de Janeiro de 1989 à Março de 1996. Isso sem contar os spin offs, e especiais. Sandman está presente na maioria das listas de melhores HQs já feitas, ganhou diversos prêmios e colocou Neil Gaiman sob os holofotes, o tornando um dos escritores mais respeitados do mundo. Para comemorar três décadas de uma das melhores séries de HQ já feita, preparei um especial contando um pouco da trajetória do personagem nas mãos de Neil Gaiman dividido em partes. 

 

Neil Gaiman

O Começo!

Após o sucesso da Saga do Monstro do Pântano de Allan Moore, os editores da DC Karen Berger e Dick Giordano foram até Londres buscar autores ingleses que tivessem interesse em trabalhar com quadrinhos na tentativa de repetir o sucesso de Moore. Nessa busca por novos talentos Ingleses, a tal invasão britânica, autores como Grant Morrisson, Neil Gaiman, Jamie Delano, Paul Jenkins e Peter Milligan puderam contar histórias memoráveis saindo do senso comum da HQs.

Neil Gaiman, que já demonstrava interesse na área, já tendo feito trabalhos para 2000 A.D., Borderline e feito a HQ Violent Cases. Quando soube da presença de “olheiros” da DC Comics na cidade, descobriu aonde eles estavam, entrou em contato com os mesmos e agendou uma reunião para mostrar seu trabalho. Gaiman junto com Dave McKean, que foi meio contrariado à reunião, pois meses antes havia estado em Nova York para mostrar seu trabalho para as editoras Marvel, DC e Continuity sem nenhum resultado favorável, foram ao encontro de Karen Berger, que já havia sondado o trabalho de Gaiman.

 

Dick Giordano e Karen Berger

 

Gaiman demonstrou interesse inicial em trabalhar com o personagem Vingador Fantasma, que curiosamente foi um dos personagens que Grant Morrison sugeriu trabalhar, mas as propostas foram declinadas, pois a DC já havia fechado um trabalho do personagem com Paul Kupperberg. A reunião ia meio devagar até que Dick Giordano ao ver melhor o trabalho de McKean, passou a dar mais atenção às propostas.

Após Gaiman apresentar uma lista de personagens que iam de Constantine a Senhor da Noite, passando por Sandman, acabou esbarrando no nome da Orquídea Negra, e Berger quis ouvir a proposta para a personagem que nem mesmo ela se lembrava muito bem quem era! Criada em 1973, a Orquídea Negra era uma personagem que havia aparecido pouquíssimas vezes em títulos aleatórios e secundários da DC, uma personagem sem identidade ou origem. Gaiman escreveu suas idéias para a personagem, dando uma origem e identidade para a personagem, ligando a ao Verde do universo do Monstro do Pântano e incluindo participações de diversos personagens famosos do universo DC, uma estratégia para criar boas relações com os futuros patrões. Após conferir a proposta e o potencial da dupla, os editores optaram por lançar o material no recente formato Prestige utilizado em O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller. Mesmo acreditando na qualidade do trabalho, a DC não acreditava que Orquídea Negra fosse ser sucesso comercial, pois os autores eram desconhecidos do grande público. E assim nasceria a proposta do que viria a se tornar a obra mais marcante de Neil Gaiman nos quadrinhos…

 

Enfim Sandman!

Karen Berger entrou em contato com Neil Gaiman para falar sobre o receio da DC em lançar a Orquídea Negra e não ter o resultado esperado. O plano deles foi colocar Dave McKean para trabalhar com Grant Morrison em Batman: Asilo Arkham e entregar uma revista mensal para Gaiman, fazendo o nome deles mais conhecido para poder lançar a Orquídea Negra. No primeiro rascunho da Orquídea Negra, Gaiman havia incluído uma cena aonde apareceriam Sandman, Cain e Abel, sendo os dois últimos personagens conhecidos pelas publicações House of Mistery e House of Secrets. Essa cena foi retirada da versão final, mas foi lembrada por Berger que sugeriu o personagem.

Com estilo pulp noir, Sandman foi criado por Gardner Fox e Bert Christman para a revista Adventure Comics 40 em 1939. Wesley Dodds, o Sandman, trajava terno verde e mascara de gás, utilizava uma espécie de pistola de gás para sedar os inimigos e tinha a habilidade de ver o futuro através de sonhos, além de ser hábil no combate corpo a corpo. O personagem foi revisto algumas vezes, passando inclusive pelas mãos de Jack Kirby e Roy Thomas. Berger sugeriu a Gaiman que ele trabalhasse sua própria versão do personagem, sem se apegar ao que foi feito anteriormente, fazer algo completamente novo!

Gaiman entregou a Berger um esboço de oito edições, com designs de Dave McKean e Leigh Baulch. Apesar de Berger não ter acreditado muito se Gaiman conseguiria contar as histórias de forma convencional para que as HQS fossem comerciais, Jenette Kahn e Dick Giordano após verem os esboços deram luz verde para o projeto. Dave Mckean entrou no projeto como capista, pois estava ocupado com Asilo Arkham, e Legh Baulch não teve interesse em prosseguir com o projeto, tendo feito apenas o design dos personagens.

Sam Kieth fez as cinco primeiras edições, mas não se sentindo muito a vontade com o trabalho saiu, deixando o cargo para Mike Dringenberg, que já vinha trabalhando na série como arte-finalista. Diversos desenhistas trabalharam em Sandman, Chris Bachalo, Michael Zulli, Kelley Jones, Charles Vess, Matt Wagner, Jill Thompson, P. Graig Russel, entre outros.

Gaiman não acreditava muito que o público fosse entender Sandman, ele achava que a série seria cancelada e esquecida e que a Orquídea Negra fosse ser bem aceita e se tornasse uma obra muito popular. Diante disso Gaiman criou Sandman pavimentando a trama para se encerrar, pensando sempre no final. Como na época o padrão era de que as séries tivessem doze edições, cumprindo o contrato de um ano, Gaiman planejou oito edições, assim quando dessem o ultimato ele teria quatro edições para finalizar. Isso fica bem nítido ao ler, pois as oito primeiras edições correspondem ao primeiro arco, Prelúdios e Noturnos, que finaliza com a famosa história O Som de Suas Asas, aonde conhecemos a irmã de Sonho, Morte, a personagem que roubou a cena e conquistou todos os leitores de forma ímpar.

 

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