Ultimato do Bacon

10 mães da cultura nerd e geek

Em 8 de Mai de 2020 10 minutos de leitura
Clark Kent, o Superman, beija Martha Kent, uma das mães da cultura nerd e geek

Neste Dia das Mães, o Ultimato do Bacon homenageia todas as mães da cultura nerd e geek e, especialmente, as de nerds e geeks do mundo todo

 

Todo mundo tem mãe. Ela pode não estar mais por aqui, você pode nem ter conhecido ela… mas se estamos vivos, tivemos uma mãe. E tivemos também alguém que nos criou, nos educou, nos cuidou quando doentes… Mães biológicas, adotivas, postiças ou escolhidas; pais que são mães, irmãs, avós ou tias. Essas mulheres representam para cada um, geralmente, a essência do que é estar vivo.

Para homenagear essas que são únicas e insubstituíveis, o Ultimato do Bacon preparou neste Dia das Mães uma lista com grandes mães do mundo nerd e geek.

Vamos lá?

 

Índice

10 mães da cultura nerd e geek

 

1 – Amy Pond

Karen Gillan as Amy Pond and a Weeping Angel

Amelia Jessica “Amy” Pond (depois Williams), ou simplesmente Amy Pond (interpretada por Karen Gillan), foi uma companheira do Décimo Primeiro Doutor (interpretado por Matt Smith), introduzida no episódio que acabou lhe conferindo o apelido de A Garota que Esperou (The Girl Who Waited, 2010).

Pond engravidou dentro da T.A.R.D.I.S. enquanto atravessavam o vórtex do tempo, o que conferiu a sua filha poderes parciais de um Lorde do Tempo.

Amy conheceu o Doutor aos 7 anos e acabou esperando por seu retorno por 12 anos. Tratada como louca por “esperar o Doutor Maltrapilho”, chegou a ser sequestrada e mantida no século LII tempos depois; viu sua filha Melody Pond (ou River Song se preferir) ser sequestrada pelo Silêncio e, por seu amor ao “Último Centurião” Rory Williams (Arthur Darvill), que esperou séculos para reencontrar Amy, se entrega aos Weeping Angels.

Aprisionados na Nova Iorque de 1938 onde um paradoxo temporal impede que o Doutor resgate o casal, Amy morre aos 87 anos e é enterrada ao lado de seu marido Rory.

Curiosidade: Ela é sogra do Doutor.

 

2 – Dana Scully

Dana Katherine Scully, interpretada por Gillian Anderson, apareceu já no piloto da série Arquivo X (The X-Files, 1993 – 2018) em 10 de setembro de 1993. Ao lado de Walter Skinner (Mitch Pileggi), foi a única personagem a figurar em todas as temporadas da série.

Vinda de uma família de origem irlandesa fortemente católica do interior dos E.U.A., Scully é designada para o Arquivo X para desacreditar o departamento gerenciado por Fox “Spooky” Mulder (David Duchovny), que investiga casos com possível envolvimento alienígena no F.B.I..

Após presenciar inúmeros casos inexplicáveis e viver o impossível, ser abduzida por alienígenas, sobreviver a um câncer e descobrir-se portadora de DNA alienígena, a agora não tão jovem médica forense passa a acreditar na verdade que está lá fora.

Descobrindo-se misteriosamente grávida, a personagem dá à luz o bebê William, supostamente filho de Mulder. O nascimento é envolto em conspirações, perseguições e medo. A criança, em pouco tempo, apresenta habilidades especiais por herdar o DNA alienígena da mãe.

Scully, não se sentindo capaz de proteger seu filho dos conspiradores, decide entrega-lo para adoção, sem voltar a encontra-lo ou mesmo saber seu paradeiro por anos. Até que, cerca de 16 anos depois, Scully passa a ter visões de William envolvendo o fim da humanidade e um meio para salvá-la.

A última temporada da série arruma um jeito de revelar que o pai de William é na verdade o Canceroso; realizar uma despedida em que o garoto (disfarçado de alguém qualquer, uma vez que é transmorfo) agradece sua mãe biológica, declara entender os sacrifícios que ela precisou fazer e diz que ela parece ser uma ótima mãe; e reatar o casal Mulder & Scully, terminando a série com a personagem novamente grávida. Ufa!

 

3 – Marge Simpson

Marge Simpson, da animação Os Simpsons

Marjorie “Marge” Bouvier Simpson apareceu pela primeira vez em Good Night, o curta de estreia dos Simpsons (The Simpsons, 1989 – atual) em 19 de abril de 1987.

Mãe de Lisa, Bart e Maggie (e também de seu marido Homer que, frequentemente se comporta como uma criança), a personagem é uma espécie de arquétipo da “mãe estadunidense” do final dos anos 80. Com um futuro promissor quando estudante, a jovem Marge engravida do namorado, com quem acaba se casando: um marido limitado intelectualmente, alcoólatra, mas trabalhador e carinhoso com a família.

Com as aspirações pessoais interrompidas pelo destino, ela cuida dos filhos, do marido, lava, passa, cozinha e sabe estar linda e deslumbrante para sair socialmente. Quer ser reconhecida e desejada como mulher e sente-se solitária e frustrada nesse eterno equilíbrio das diversas facetas e elementos da vida. Mas tem na responsabilidade de ser mãe sua maior prioridade, abrindo mão de sua individualidade em função da família e dos filhos. Conhece alguém assim?

 

4 – Lorelai Gilmore

Lorelai Victoria Gilmore, interpretada por Lauren Graham, é uma das duas personagens principais de Gilmore Girls (2000 – 2006), e de seu evento de encerramento Gilmore Girls: A Year in the Life (2016).

Filha de um abastado casal em Hartford, Connecticut, Lorelai engravidou aos 16 anos do namorado, Christopher Hayden, também de família rica. Pressionada por ambas as famílias a se casar, Lorelai se revolta e foge de casa para a cidade vizinha de Stars Hollow onde passa a sobreviver trabalhando como camareira em uma pensão.

Dezesseis anos depois, a relação entre ela e sua filha Lorelai Leigh “Rory” Gilmore é bastante próxima devido à pequena diferença de idade entre ambas. Assim, a maternidade de Lorelai passa por um prisma de grande amizade, cumplicidade e um tantinho de imaturidade.

No entanto, Lorelai, apesar de vista pela sociedade como um tanto desajustada, traz na criação de Rory um senso de ética e correção moral irredutíveis, jamais aliviando na criação da filha com a desculpa de ser uma “mãe solteira”.

Destaque para o arco materno de Emily Gilmore, mãe de Lorelai: apesar da controladora e austera característica da abastada matriarca, os jantares de sexta-feira eram prova de seu amor pela filha e pela neta… afinal, ela é também uma garota Gilmore. Mãe é mãe, apesar de seus defeitos!

 

5 – Dona Florinda

Florinda Corcuera e Villalpando, a Dona Florinda, é uma consagrada personagem do humorístico mexicano Chaves (El Chavo del Ocho, 1971 – 1980), interpretada por Florinda Meza.

Viúva de Frederico Matalas Callando e mãe de Frederico Matalas Callando Corcuera, o Quico, a dona de casa mexicana ganhou ao longo dos anos o estereótipo de invocada e encrenqueira, muito em função da comédia buscada pelo humorístico.

Na entrelinha no entanto, a história de Dona Florida não é exatamente fácil. Seu marido, oficial da Marinha Mexicana, morreu no mar, provavelmente engolido por um tubarão. É em homenagem ao pai que Quico veste um uniforme de marinheiro e recebe seu nome. E é graças a pensão do marido que Florinda pode seguir a vida com o filho na difícil sociedade mexicana dos anos 70 em que o trabalho fora de casa para mulheres era mal visto.

A boa pensão militar, no entanto, deu-lhe a aura de superioridade perante os vizinhos e a pequena soberba que a dona de casa apresenta no seriado, por estar em melhores condições financeiras que seus pares.

É também a ausência do marido que justifica o excesso de zelo que Florinda demonstra com “seu tesouro”, mimando-o além da conta e tentando compensar para o garoto a ausência do pai.

Por fim, esse também é o motivo pelo qual seu romance com o Professor Girafales é socialmente velado e que seu estado emocional seja tão facilmente inflamável e volúvel, alterando rapidamente a agressividade com demonstrações de profunda tristeza ou alegria por motivos simples e corriqueiros.

Ser uma mulher, mãe e viúva, numa sociedade atrasada como aquela não é tarefa para qualquer um.

“Vamos tesouro. E não se misture com essa gentalha!”

 

6 – Sarah Connor

Sarah Connor, interpretada originalmente por Linda Hamilton em O Exterminador do Futuro (Terminator, 1984) e O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final (Terminator 2: Judgment Day, 1991) é uma estudante e garçonete em Los Angeles, Califórnia.

Abordada por um homem que se apresenta como Kyle Reese (Michael Biehn), um soldado vindo do futuro para protegê-la, a tímida e educada garota se vê diante do impossível em pouco tempo. Segundo o rapaz, ela será mãe do salvador da humanidade e líder de uma revolução contra as máquinas no futuro: John Connor.

Com a possibilidade de morte eminente nas mãos de um exterminador vindo do futuro em seu encalço, Sarah se apaixona pelo soldado que, além de idolatrá-la como mãe do salvador, está disposto a se sacrificar por ela.

Depois de superar a morte de Reese, o nascimento de John, de perder a guarda do filho, ser considerada mentalmente instável e ser internada em uma clínica para tratamento mental, Sarah já não é mais a tímida garçonete de antes. Guerreira feroz, a personagem está preparada para as máquinas, para o fim do mundo e para proteger seu filho a qualquer custo.

Apesar de certos desfechos e outras versões da história da personagem nos terem sido apresentadas ao longo dos anos, saberemos mais sobre Sarah em O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate) que estreia em 25 de outubro nos cinemas. Confira mais sobre o filme aqui.

 

7 – Shmi Skywalker

Shmi Skywalker Lars nos foi formalmente apresentada pela atriz Pernilla August em Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma (Star Wars: Episode I – The Phantom Menace, 1999).

Escrava humana no planeta Tatooine, ela é uma espécie de Virgem Maria da mitologia Jedi, concebendo o pequeno Anakin Skywalker pura e simplesmente pelo desejo da Força.

Após anos de uma dura vida como escrava, Shmi se resigna ao ver seu jovem filho conquistar a própria liberdade com a ajuda do mestre Jedi Qui-Gon Jinn (Liam Neeson) e ser levado de sua companhia para ser treinado como um Jedi. O jovem Ani parte para não mais retornar, graças às regras da monástica ordem.

Posteriormente Shmi é comprada por Cliegg Lars que a emancipa da escravidão e casa com ela. Mas a felicidade do casal dura pouco e Shmi é sequestrada por Tusken Raiders que deixam o velho Cliegg aleijado ao tentar resgatá-la.

Seu filho Anakin, agora um Jedi, passa então a ter visões da mãe em sofrimento e, desobedecendo ordens diretas do Mestre Yoda, parte para resgata-la.

Shmi é encontrada em um estado lastimável, brutalmente espancada e ferida pelos Tusken e morre nos braços do filho.

Ela é o primeiro passo de Anakin na direção de se transformar em um dos vilões mais famosos da cultura nerd. É sua morte que aflora o medo de Anakin, deixando-o com raiva, que se transforma no ódio e que, sendo o caminho para o Lado Negro da Força, domina o senso do garoto que dizima o acampamento Tusken em retaliação.

“Eu matei eles. Eu matei todos eles. Eles estão mortos, cada um deles. E não apenas os homens, mas as mulheres e as crianças também. Eles são como animais e eu os abati como animais. EU ODEIO ELES.”, Akakin Skywalker em seu primeiro passo para se tornar Darth Vader.

Quem somos nós pra julgar o garoto?

 

8 – Hipólita

Inspirada em sua contraparte homônima da mitologia grega, a Rainha Hipólita das Amazonas apareceu originalmente nos quadrinhos da Mulher-Maravilha na revista All Star Comics #8 em 1941, cortesia de William Moulton Marston e Harry G. Peter.

Embora sua história varie ao longo dos anos e das versões, incluindo a cinematográfica em Mulher-Maravilha (Wonder Woman, 2017), a mais celebrada é a versão de 1987 realizada por George Perez a partir do conceito de Greg Potter.

Hipólita é a reencarnação imortal da primeira mulher assassinada na história do mundo, ainda grávida. Rainha das Amazonas, reencarnações de mulheres assassinadas ao longo da história, ela é agraciada pelos deuses com o dom da maternidade após implorar por essa graça. Moldando sua filha a partir do barro e soprando-lhe a vida, Hipólita cria assim Diana de Themyscira, que posteriormente será a Mulher-Maravilha.

Ao longo dos anos a rainha cria sua filha como mulher, princesa, guerreira e sucessora; porém a chegada do torneio que definirá a Campeã de Themyscira é território proibido para a princesa. Hipólita teme expor sua preciosa filha aos perigos do mundo e é com um misto de orgulho e sofrimento que Hipólita descobre que a campeã do torneio é Diana disfarçada.

A chegada de um intruso na Ilha Paraíso e a necessidade de devolvê-lo ao mundo dos homens, fazem com que a Campeã se torne uma embaixadora amazona no mundo do Patriarcado: nasce assim a Mulher-Maravilha que deixará o reino para viver no mundo mortal.

O desapego, o sofrimento e a saudade são as marcas mais fortes dessa mãe que deve encarar a partida da filha para seguir seus próprios passos e a vida adulta… será que temos mais alguma mãe assim por aí?

 

9 – Martha Wayne

Martha Wayne teve sua primeira aparição em Detective Comics #33 de novembro de 1939, pelas mãos de Bob Kane e Bill Finger.

Martha Kane quando solteira, parente de Kate Kane (Batwoman) e Bette Kane (Labareda), é uma das personagens do cânone do Batman de menor desenvolvimento, apesar de sua imensa importância para o personagem e de levar o nome de solteira inspirado no sobrenome de seu criador. Ainda que recentemente seu cânone tenha sido expandido nas mãos de Grant Morrison ou até mesmo nos Novos 52 e que versões alternativas ligando a personagem à família Arkham tenham surgido em Batman: Terra Um (Batman: Earth One, 2012), a profundidade de desenvolvimento da personagem é bastante raso nos 80 anos em que é mãe de Bruce Wayne.

Isso porque Martha é uma musa. As musas, na mitologia grega, eram entidades que inspiravam as criações artísticas e científicas. Já nas hqs do Batman, Martha, ou mais propriamente, seu assassinato – com a clássica e fortíssima imagem, repetida em quadrinhos, filmes e animações, da arma, o colar de pérolas que se enrosca nela, o tiro disparado, as pérolas caindo no chão manchadas de sangue e o corpo sem vida da mulher desabado – é a força motriz e o eixo fundamental da existência do Homem-Morcego.

Se Martha é mãe de Bruce Wayne, a morte de Martha é mãe do Batman. A relação de qualquer pessoa com sua mãe é algo tão primal e subjetiva que qualquer desenvolvimento intelectual sobre o fato, diminui sua força icônica e emocional. Tudo o que importa é dizer: não mexe com a minha mãe!

Com a mãe do Batman então, nem sendo kryptoniano.

 

10 – Martha Kent

E vamos para a primeira mãe dos quadrinhos de super-heróis. Martha Kent estreou junto com seu filho, aparecendo já na primeira edição de Action Comics #1 em 1938. Foi apontada nominalmente, no entanto, em Superman #1 em 1939. De lá pra cá, inúmeras versões da personagem estamparam revistas em quadrinhos, filmes, seriados e muito mais.

Nos baseamos aqui na versão dos anos 80 de John Byrne, mas é fato que o eixo central da persona de Martha Kent é o mesmo em qualquer versão: não podendo ter filhos, o destino faz com que a nave do bebê kryptoniano Kal-El caia na estrada por onde ela seguia com Jonathan Kent, seu marido. Chamada Martha Clark quando solteira, decide chamar o bebê de Clark Kent, forjando documentos com o marido para legalizar o alienígena.

Clark, que irá em breve se tornar o Superman (ou Super-Homem para os mais velhos), vem de uma cultura fria e distante em que as pessoas têm filhos através de fertilização e gestação in vitro e os casamentos ocorrem por conveniência. Dotado de superpoderes e um intelecto superior, é somente o ambiente de amor, respeito e carinho que ele recebe de seus pais que o impede de ser um tirano com poder absoluto.

É Martha quem o ensina a ter humildade e a apreciar um bom bolo com café numa tarde ensolarada do meio-oeste norte-americano. É ela quem costura seu primeiro uniforme e faz sua capa a partir do cobertor que o enrolava na matriz espacial em que chegou à Terra. É Martha quem ensina o Super a ser Homem, humano. E é essa mesma mãe que vê seu filho morrer ao vivo na televisão para salvar o mundo e enfrenta o enfarto do marido logo em seguida.

Se Shmi Skywalker é a Virgem Maria do mundo nerd, Martha Kent é a Pietà, a Santa Maria que enterra o filho para vê-lo ressuscitado tempos depois.

Se o Super defende a verdade, a justiça e o jeito americano, foi Martha quem o ensinou.

O Ultimato do Bacon sabe que essas não são as únicas mães importantes da ficção, mas buscamos aqui representar um pouquinho do respeito e devoção que temos pelas nossas através de personagens que gostamos bastante.

A verdade é que as histórias das mães do mundo real são, no fim das contas, muito mais incríveis e emocionantes que qualquer uma que possa ser inventada.

A todas as mães, com todas as suas aventuras de vida, nosso muito obrigado e nosso sincero desejo de um feliz Dia das Mães.

Fique ligado no Ultimato do Bacon para mais matérias, notícias e reviews sobre cinema, HQs, TV e streaming!

 


Créditos:
Texto e Edição: Alexandre Baptista
Imagens: Reprodução

Matéria publicada originalmente em 12 de Maio de 2019. Atualizada em 08 de maio de 2020.
Compre pelo nosso link da Amazon e ajude o UB!


 
 

Quer debater Quadrinhos, Livros e muito mais?

Conheça nosso grupo no WhatsApp!

Quero participar

Notícias relacionadas

Belle 2022 1 (2)

Belle 2022 – O Ultimato

26 de Jan de 2022

Nós usamos cookies para garantir que sua experiência em nosso site seja a melhor possível. Ao navegar em nosso site você concorda com a nossa política de privacidade.

OKPolítica de privacidade