Ultimato do Bacon

100 Balas – As Melhores Séries da Vertigo

Em 1 de Mai de 2019 3 minutos de leitura
Agente Graves sentado em icônica cena de 100 Balas da Vertigo

“100 Balas” (100 Bullets) é uma das séries mais interessantes da Vertigo e seus idealizadores, o roteirista Brian Azzarello e o artista Eduardo Risso, conseguiram juntar uma fascinante história policial com uma execução perfeita! O clima noir é constante na HQ e o mais impressionante é como os autores conseguem nos surpreender por 100 edições.

Nos EUA a série foi iniciada em 1999 e concluída em 2009.  Aqui no Brasil, muitas editoras tentaram publicar a série, mas foi a Panini Comics que conseguiu publicar “100 Balas” na íntegra em 15 volumes de 2011 a 2013 – a editora ainda lançou o spin-off “Irmão Lono” após a conclusão da série.

“100 Balas” é a famosa série da dupla Brian Azzarello e Eduardo Risso

A trama de 100 Balas de Brian Azzarello e Eduardo Risso na Vertigo

A premissa da série de Brian Azzarello e Eduardo Risso já chama atenção: O que aconteceria se alguém tivesse feito algo contra você (em alguns casos os personagens nem sabiam) e um estranho aparecesse com 100 balas não rastreáveis e a prova irrefutável de que foi aquela pessoa que te fez mal? A promessa é que se você optar por usar o presente que recebeu, nenhuma autoridade poderá te culpar ou prender.

Essa premissa poderosa se junta a uma execução absurdamente brilhante já na primeira edição quando somos apresentados ao Agente Graves (portador do “presente”) e a primeira receptora do presente: Dizzy Cordova. A personagem vive um local humilde com raízes mexicanas e um irmão que é envolvido em crimes locais. O escalonamento da violência já no primeiro arco (conhecido como “Atire Primeiro e Pergunte Depois”) é absurdamente bem feito e sabe trabalhar os dilemas morais da personagem sem perder o ritmo da ação.

O maior mérito de “100 Balas” não está na premissa – que já é mais interessante do que a maioria do que vemos por aí – simplesmente porque estamos acostumados a ver boas premissas que são muito mal executadas. E esses erros normalmente acontecem quando o leitor começa a se fazer perguntas mais profundas. Normalmente, os autores se beneficiam o máximo possível da situação de conforto que criaram – nesse caso é possível escrever uma infinidade de histórias sobre pessoas que recebem uma mala com 100 balas não rastreáveis. O mérito é saber explicar quem está entregando essa mala, como os receptores são escolhidos e porque tudo isso está acontecendo. Rizzo e Azzarello brilham simplesmente porque mostram que sabiam exatamente a história que estavam querendo contar e antecipam as pistas das explicações já no segundo arco – nos prendendo de vez no mistério que vai se desenrolando no plano de fundo, até assumir o protagonismo nos últimos arcos da série.

Agente Graves é um dos grandes destaques de “100 Balas” de Eduardo Rizzo e Brian Azzarello

A alternância de cenário é outro dos pontos fortes de “100 Balas”. Vamos do gueto aos grandes condomínios em segundos e – de uma forma brilhante – está tudo conectado. Se você é o tipo de leitor que se apega rápido aos personagens, a série pode ser um verdadeiro sofrimento para você porque Azzarello não poupa ninguém: é seguro dizer que a história não tem um personagem principal. Ela acompanha alguns personagens que não necessariamente conseguirão acabar a edição ainda vivos.

Se a troca de cenários é um ponto forte, é preciso destacar também o excelente trabalho de construção de personagens. Cada um tem uma história de fundo bem montada que justifica sua personalidade e ações. Espere violência e crueldade nas páginas da HQ que cria, quase que em cada arco, um pequeno protagonista (normalmente metido a esperto e bom de briga) que não costuma terminar a história de forma muito boa – e quando termina, é porque sua história não acabou. Cada “mini protagonista” que sobrevive é levado para histórias posteriores onde, eventualmente, suas intenções vão se chocar com as de outros personagens e… não há garantias que eles vão se entender conversando.

Dizzy Cordova é a protagonista do primeiro arco de “100 Balas”

A série “100 Balas” é uma das poucas séries longas que conheço que conseguiu manter a qualidade das histórias durante todo o trajeto. E o melhor: sem edições que nada agregam e que servem apenas para ganhar tempo. Se você é apaixonado por histórias de detetive e gosta de um clima noir, “100 Balas” foi feita na medida para você – e que fique avisado: as balas serão usadas de uma forma ou de outra…

 

Fique ligado no Ultimato do Bacon para mais “As melhores séries da Vertigo”.

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