Ultimato do Bacon

X-Men: Fênix Negra – O Ultimato

Em 5 de Jun de 2019 6 minutos de leitura
X-Men: Fênix Negra (Dark Phoenix)
Ano: 2019 Distribuição: Fox Film 
Estreia: 07 de Junho

Direção: Simon Kinberg

Roteiro: Simon Kinberg; baseado na HQ de Chris Claremont, John Byrne e Dave Cockrum

Duração: 113 Minutos  

Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Nicolas Hoult, Sophie Turner, Jessica Chastain, Tye Sheridan, Alexandra Shipp, Evan Peters, Kodi Smit-McPhee

Sinopse: “Jean Grey começa a desenvolver incríveis poderes que a corrompem e a transformam em uma Fênix Negra. Agora, os X-Men precisam decidir se a vida de um membro da equipe vale mais do que todas as pessoas do mundo”.

 

 

[tabby title=”Diego Brisse”]

X-Men (2000) foi um filme muito importante, acredito que ele abriu as portas para uma nova era de filmes baseados em quadrinhos (ou hqs). Já havíamos assistido vários filmes do estilo, mas sempre focando em um protagonista, nunca em uma equipe que precisava dividir o protagonismo. X-Men com um investimento relativamente baixo teve que se virar no talento, em especial de Bryan Singer para conduzir a equipe. E mesmo com dificuldades conseguiram entregar um filme bom além do que se esperava, mesmo tendo envelhecido um pouco mal para alguns. O filme entregou uma boa fidelidade a essência dos personagens, vale lembrar que a referência sobre X-Men na época era o desenho animado. Bons tempos!

X-Men Fênix Negra é o nono filme do universo mutante da Fox e fecha um ciclo iniciado há quase 20 anos. Agora que a Marvel recuperou os mutantes mediante compra da Fox, esse filme é a despedida desse universo e deveria ser um presente, um pedido de desculpas, deveria emocionar aqueles que assim como eu mesmo sofrendo assistiu cada filme da franquia sem desistir, e sabendo que seria o último era esperado que fossem mais audaciosos e entregassem um filme bom, pelo menos. Só que não…

 

As atuações do filme resumidas em um olhar…

 

É a segunda vez que tentam adaptar o arco da Fênix Negra para o cinema, a primeira no sofrível X-Men – O Confronto Final. Eu não cobro fidelidade nas adaptações de X-Men, sei que as Hqs são confusas e impossíveis de se adaptar de modo que agrade 100%, mas manter a essência é o mínimo. E isso era algo que na primeira fase da franquia estava lá! Wolverine boladão, a relação entre Xavier e Magneto, Ciclope babaca, Mística silenciosa e mortal (não essa versão fofinha da Jennifer Lawrence), toda a questão do preconceito, enfim, era diferente, mas tinha a essência e um elenco que gostava do que estava fazendo! Sim, os filmes se levavam muito a sério, mas funcionou magistralmente duas vezes! O X-Men II (2002) até hoje é um filme excelente, emocional e bem feito! Tudo que falta nesses filmes recentes!

O elenco em Fênix Negra deixa muito nítido a insatisfação de estar ali, não existe nenhuma carga emocional, a única emoção do filme é passada através da trilha sonora de Hans Zimmer! É impossível criar um vínculo emotivo com os personagens, Jennifer Lawrence tava ali obrigada, e ainda protagonizou um dos diálogos mais forçados do filme, mas infelizmente esse tipo de “referência” vai ser padrão em filmes de heróis agora, tivemos algo parecido em Vingadores – Ultimato, só que aqui tem mais coerência. Quem mais se esforçou foi Michael Fassbender, mas ainda assim não dá para salvar.

O filme tem erros que saltam da tela, é revoltante que a primeira franquia de filme de hq com equipe não consiga entregar uma cena em equipe decente! Sério, pra que eles treinam?!?!?! Uma vergonha! Noturno não tem noção do seu potencial até que fica nervosinho e do nada (DO NADA!!!) descobre que pode fazer melhor! Pergunto novamente, o que eles treinam?!?!?! Sem contar o festival de incoerências, o filme parece uma colcha de retalhos de elementos que talvez fossem distribuídos ao longo de outros filmes da franquia que (graças a Deus e o rato) jamais veremos.

 

A equipe que não sabe trabalhar em equipe

 

A trama nem é ruim, adapta da melhor maneira o arco da Fênix Negra. Não podemos ignorar que nos quadrinhos esse arcou durou diversas edições e teve tempo de desenvolver tudo muito bem. Mas falei acima, nunca cobrei fidelidade e sim que fosse mantida pelo menos parte da essência. Mesmo com uma trama de razoável a boa, o desenvolvimento atrapalhado e o elenco não permitem que o filme se salve o mínimo. Os efeitos são bonitos, a força Fênix ficou muito linda no IMax, já a Jean Grey ficou muito bruta, a atriz já é alta, ainda fizeram questão de vestir ela toda “quadrada” deixando o visual dela…feio!

X-Men – Fênix Negra cumpre precisamente o hype e entrega um filme ruim. Com um elenco sem nenhuma inspiração ou vontade de estar ali, nem o roteiro ou bons efeitos, até mesmo a trilha sonora de Hans Zimmer, poderiam salvar esse filme. Para piorar decidiram não “finalizar” por completo os arcos mesmo sabendo que seria o último filme da franquia. Um filme ruim, mas que vai agradar ao público de fim de semana que só quer curtir um filme de herói com cenas legais. Aos fãs da franquia deixo aqui meus pêsames. Não foi a toa que o filme começou com Simon Kinberg pedindo desculpas igual Joel Schummacher fez com Batman e Robin…

  

Avaliação: Ruim!

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

X-men: Fênix Negra supera as expectativas e entrega um filme digno da franquia

Produção sofreu refilmagens e ajustes após a compra da Fox pela Disney

por Alexandre Baptista

 

Existe uma diferença básica entre a franquia dos X-Men nos cinemas e todas as outras de super-heróis. Enquanto a Warner e a DC tropeçam e impõem embargos a seus criadores toda vez que um filme vai mal, deixando na geladeira personagens icônicos como Superman, Batman e até a Mulher-Maravilha e a Marvel tenta controlar todos os seus filmes meticulosamente para que nada saia muito da “fórmula” e da “cena maior”, a Fox (agora uma companhia Disney), "simplesmente fazia" os filmes do seu Universo X. Em parte porque, para manter os direitos sobre os personagens, era cláusula contratual que os longas fossem produzidos dentro de uma certa periodicidade.

Se por um lado X-Men: O Filme (X-Men, 2000) abriu as portas para filmes de super-heróis da geração atual, mudando como o cinema e o mundo enxergavam essa categoria que hoje é um gênero, por outro lado X-Men Origens: Wolverine (X-Men Origins: Wolverine, 2009), representava tudo o que havia de errado na indústria. E a Fox nunca se importou muito. Apenas seguia fazendo e soltando longas desse universo. Bons, ótimos, ruins, medianos…

Outra preocupação que nunca passou pela cabeça dos criadores da Fox foi ser muito fiel aos quadrinhos. Primeiro porque em alguma medida havia limitações de personagens a serem utilizados; segundo porque é complicado. Se você duvida, peça a qualquer leitor verdadeiro de X-Men que explique a cronologia dos fatos do cânone mutante. É praticamente impossível.

É graças a essa liberdade em relação ao material original e esse pensamento da Fox de seguir em frente que tivemos a clássica cena de Mercúrio (Evan Peters) salvando todos (menos Alex Summers, o Destructor) na Mansão X em X-Men: Apocalipse (X-Men: Apocalypse, 2016) ao som de Eurythmics com sua Sweet Dreams (Are Made of This). Uma cena clássica que seria impossível nos quadrinhos: Mercúrio não é tão rápido como retratado no longa. Ao mesmo tempo, não teríamos o Deadpool-vilão-bizarro do filme de 2009 do Wolverine.

E como esses filmes se relacionam entre si? Ah… bem… veja… eles, eles… ah, os atores são os mesmos e a turma original encontra a turma nova em X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past, 2014). Serve?

Analisando com afinco, nesse sentido a franquia cinematográfica segue à risca a cronologia dos quadrinhos: não faz sentido nenhum; elementos se sobrepõem sem explicação e pra qualquer pergunta mais difícil, a resposta é “realidade alternativa”, “mundo paralelo” ou “viagem no tempo”.

Sobre X-Men: Fênix Negra em si: o roteiro é extremamente previsível e o terceiro ato, que aconteceria no espaço originalmente, como já sabemos, sofreu refilmagens e acontece em um trem. A história é vagamente inspirada na clássica HQ de Chris Claremont, desenhada por John Byrne. Vagamente. Eu já disse vagamente? Vagamente mesmo.

O que importa é que os efeitos visuais estão muito bem feitos. A maquiagem e prostéticos de Fera (Nicolas Hoult) e Mística (Jennifer Lawrence) estão muito melhores; os efeitos da Fênix (Sophie Turner) são melhores que os da Capitã Marvel e, de forma geral, toda a CG do filme é infinitamente melhor que a de Pantera Negra (Black Panther, 2018), por exemplo.

A trilha sonora é um espetáculo à parte, com elementos atualíssimos e a tradicional composição clássica de Hans Zimmer, reforçando a ideia de que certos compositores são talentos inquestionáveis. Dos filmes de super-heróis recentes, talvez a trilha de Fênix Negra só fique abaixo de Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame, 2019), se igualando em qualidade à trilha de Homem-Aranha: No Aranhaverso (Spiderman: Into the Spider-Verse, 2018).

A ação entre os personagens parece finalmente estar mais equilibrada, dando espaço maior para Tempestade (Alexandra Shipp), Ciclope (Tye Sheridan) e Noturno (Kodi Smit-McPhee), equilibrando com os queridinhos Mercúrio, Professor X (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender).

Quanto a easter eggs, não se nota nada além de pequenas menções ao filme original dessa equipe, X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, 2011). Embora Fênix Negra deixe espaço para novos filmes futuramente, sabemos que a orientação Marvel/Disney é de que este longa encerre o Universo X da Fox. O que, de certa forma, é uma pena.

De forma geral, X-men: Fênix Negra é um bom filme de super-heróis que, se não possui todo o brilho das grandes produções do gênero, pelo menos acerta de maneira competente em seu propósito. Assim como um time que que disputa uma partida em um campeonato que já decidiu o seu campeão, o longa de Simon Kinberg, infelizmente, está nos cinemas apenas pra cumprir tabela.

O que é muito, muito mais do que se pode dizer de O Homem de Aço 2 ou Liga da Justiça 2, por exemplo.

 

 

 

Avaliação: Ótimo!

 

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Trailer

 

 


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