Ultimato do Bacon

X-men de Jonathan Hickman – O Ultimato

Em 20 de Out de 2020 3 minutos de leitura
X-men de Jonathan Hickman

Depois de spoilers pipocarem aqui e ali nos sites de clickbaits brasileiros, os fãs finalmente tem agora completo em suas mãos o polêmico duo, X-men de Jonathan Hickman, com Dinastia X (House of X) e Potências de X (Power of X).

Hickman não é estranho a mexer nas bases do universo Marvel, tendo promovido verdadeiras revoluções dentro do Quarteto Fantástico e dos Vingadores, então para alguns o anuncio de Dinastia e Potencias de X pareciam ser o tão aguardado momento de ouro dos mutantes da casa das ideias, que nos últimos anos tem passado mais sufoco que o Aranha tentando pagar as contas.

Vamos falar de X-men de Jonathan Hickman

O texto vai conter alguns spoilers para aqueles que se mantém reticentes em pegar Dinastia e Potencias de X preocupados com alguns dos spoilers vistos aqui.

Dinastia e Potencias de X foram alardeados como algo genial. Foram muitos aqueles que elogiaram as decisões do autor. Mas vamos conversar sobre elas aos poucos, avaliando cada um dos pontos que foram “surpreendentes”.

X-men de Jonathan Hickman

Talvez a revelação de que a antiga aliada dos X-Men, Moira McTaggert também é uma mutante, com o poder de renascer com as lembranças de suas vidas passadas, tenha sido a maior surpresa da saga, uma vez que as vidas de Moira em Potencias de X colocam em xeque a própria continuidade da dualidade Dinastia e Potencias de X em relação a universo Marvel.

O estabelecimento da nação mutante de Krakoa, não é algo original, uma vez que durante o run de Matt Fraction os X-Men sob a liderança de Ciclope fundaram a ilha nação de Utopia e Wolverine usou uma versão da própria Krakoa como gramado em Wolverine e os X-Men de Jason Aaron.

X-men de Jonathan Hickman

Dinastia e Potencias de X estabelecem a ilha como um cenário paradisíaco com ares de culto, principalmente em torno do protocolo de ressurreição controlado pelos Cinco: Proteus, Esperança, Fabio Medina, Tempus e Elixir. Mas no fim do dia, é um processo de clonagem glorificado, ainda que efetivamente tenha tornado os X-Men “imortais” (e talvez o Aranha, o rei dos clones).

O que acaba deixando um sabor um tanto quanto amargo nos fãs é realmente a simbologia mística envolvida, uma vez que eu não brinque quando disse que a nova morada dos X-Men em Dinastia e Potencias de X tem ares de um culto: o jardim de Krakoa se assemelha ao Eden, e em determinado momento, Magneto não perde a chance de declarar que os mutantes e seus dons (tanto poderes quando as flores de Krakoa) colocaram os humanos em seu lugar.

X-men de Jonathan Hickman

Além disso, em determinado momento, Xavier declara em meio a uma grande celebração na ilha que os mutantes assumiram seu lugar de direito, um local seguro e que agora deveriam focar em “fazer mais mutantes” (um “ide e multiplicai-vos” por assim dizer) e os mutantes parecem não perder tempo (sim, o polêmico trisal parece ser real, mas também há diversos mutantes de envolvendo em orgias pela ilha).

Vale a pena ler X-men de Jonathan Hickman

Depois de tudo que eu disse, pode parecer que eu estou recomendando que fiquem longe destas HQs, mas por mais que eu também esteja insatisfeito com alguns dos rumos tomados pelo autor, ainda há pontos positivos a serem destacados nos X-men de Jonathan Hickman.

Não é novidade que algumas HQs estão num ciclo interminável de repetição. Como costumamos dizer, não há novidades. Quantas vezes esse ano o Demolidor enfrentou o Mercenário e a Elektra voltou dos mortos? Nos X-men de Jonathan Hickman, Hickman planta sementes (não as da Panini) para uma nova leva de histórias, e uma revigoração de vilões.

X-men de Jonathan Hickman

Já vimos diversas vezes Magneto e Xavier se unindo para tentar salvar a nação mutante, sendo que recentemente Magneto inclusive liderou algumas equipes de X-Men. Porém, a gravidade das revelações trazidas por Moira faz com que eles estendam seu convite a antigos inimigos como Sr Sinistro, Exodus e Apocalipse. Só de pensar em talvez passar uns bons anos sem uma nova Era do Apocalipse já é um bom ponto positivo para os X-men de Jonathan Hickman.

Um outro ponto negativo e que infelizmente não é resolvido são as páginas de texto que Hickman introduz em seu run. Ainda que muitas delas colaborem com gráficos e pontos interessantes, uma vez que Dinastia e Potencias de X dão lugar ao Amanhecer de X (inciativa geral dos X-títulos) essas páginas se espalham por todos os demais como uma obrigação.

X-men de Jonathan Hickman

Há muitas informações interessantes nessas páginas, mas em sua grande maioria elas parecem estar lá para cumprir tabela, uma obrigação que não acrescente nada a história e apenas ocupa páginas da HQ, e algumas vezes tem texto demais que não leva a lugar algum.

Agora, com a edição número 5, conheceremos os primeiros títulos do Amanhecer de X, e como eu disse, haverá um novo folego, com novas ameaças além daquelas que estamos acostumados. No geral, o ponto alto dos X-men de Jonathan Hickman é realmente garantir que não teremos uma Era de Apocalipse tão cedo.

Avaliação: Bom!

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X-men de Jonathan Hickman

X-men de Jonathan Hickman

X-men de Jonathan Hickman

 


Créditos:
Texto: João Pedro Maia
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse 
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