Ultimato do Bacon

Um Funeral em Família – O Ultimato

Em 1 de Abr de 2019 3 minutos de leitura
Um Funeral em Família (A Madea Family Funeral)
Ano: 2019 Distribuição: Paris Filmes
Estreia: 04 de Abril (Brasil)  

Direção: Tyler Perry

Roteiro: Tyler Perry

Duração: 109 Minutos  

Elenco: Tyler Perry, Cassi Davis, Patrice Lovely  

Sinopse: “Uma alegre reunião de família se transforma em um pesadelo hilário quando Madea e sua equipe viajam para a Geórgia e planejam inesperadamente um funeral, que ameaça revelar sórdidos segredos de família.”

 

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

Um Funeral em Família é o típico filme desnecessário e que só existe graças ao ego e poder financeiro de Tyler Perry

Total perda de tempo, a comédia que estreia nos cinemas nesta quinta, 04 de abril, passa longe de ser engraçada

por Alexandre Baptista

 

Não é de hoje que as comédias usam o expediente de um mesmo ator interpretar múltiplos personagens graças a fantasias e prostéticos. Muitos realizaram essa proeza, mas é notório que Eddie Murphy foi quem cristalizou o feito em filmes como Um Príncipe em Nova York (Coming to America, 1988) e O Professor Aloprado 2 – A Família Klump (Nutty Professor II: The Klumps).

Tyler Perry bem que tentou emplacar Mable “Madea” Simmons, realizando através de seu próprio estúdio um total de 9 longas estrelando a personagem. No entanto, muitas vezes foi parar nas indicações da Framboesa de Ouro e no fim da lista da bilheteria e da crítica.

Em Um Funeral em Família, que estreia em 04 de abril nos cinemas, ele repete a dose, estrelando Madea e interpretando mais 3 personagens diferentes além dela. Um deles, com “sua própria cara”. Mas não funciona.

A premissa do filme até poderia gerar uma boa comédia: família é reunida para aniversário de um casal; no dia da festa, o marido morre durante o sexo com a amante; um dos membros da família fica sabendo, mas tem também segredos que não podem ser expostos; família reunida para a festa agora realiza o funeral do “patriarca”, com o clima de mistério e “altas confusões”. Mas também não funciona.

Tyler Perry escreveu, dirigiu e atuou como 4 personagens. Comprou os ingressos, assistiu o filme, aplaudiu. Correu pra casa, montou um site de notícias sobre filmes. Escreveu uma resenha dando 5 estrelas (ou bacons) para o filme. Essa é a sensação que o filme passa. Que só Perry e mais ninguém curtiu o filme. Nem mesmo a família dele.

Isso porque Um Funeral em Família simplesmente não é engraçado. As personagens de Perry são inexpressivas (o ator parece não conseguir mudar as expressões faciais embaixo de todo o enchimento e a borracha da maquiagem); as piadas são velhas, de mau gosto e extremamente chatas e totalmente sem graça.

E, o que é pior, repetitivo. As situações apresentadas no filme já foram exploradas diversas vezes no cinema e na televisão, seja em Quanto Mais Idiota Melhor* (Wayne’s World, 1992); nos filmes de Eddie Murphy; em Os Bad Boys (Bad Boys, 1995); na série Um Maluco no Pedaço (Fresh Prince of Bel-Air, 1990 – 1996); na série Kenan & Kel: Dois Caras Muito Doidos (Kenan & Kel, 1996 – 2000); nos filmes dos irmãos Wayans, especialmente em As Branquelas (White Chicks, 2004); e por aí vai. Sim, Um Funeral em Família é uma típica comédia negra. Mas ao contrário de seus pares, ela é ruim.

Apesar de ter duas cenas razoáveis – uma quando o grupo é parada pela polícia; a outra, no desabafo final da matriarca e viúva Vianne – em que a discussão vai além da comédia, as cenas infelizmente são esvaziadas de sentido no meio de tanta piada ruim, com péssimo timing e péssima construção.

A sensação de vergonha alheia é quase tão grande quanto a de assistir o Renato Aragão no papel de Didi Mocó nos anos pós-Trapalhões, nas sucessivas tentativas ególatras e egocêntricas de enaltecer um personagem que já não agradava o público e simplesmente não funcionava mais.

O que fica impossível de entender é que, diferentemente de Renato Aragão, Perry é até razoável como ator – vide sua atuação como Colin Powell em Vice. Como alguém que tem uma certa “entrada” em Hollywood, escolhe esse “flagelo auto imposto” (como definido pela Framboesa de Ouro desse ano) de realizar esse tipo de filme – uma bomba suja anunciada; uma completa e total perda de tempo e dinheiro, é um mistério que provavelmente nunca irá se resolver.

Resta torcer para que esta, de fato, seja a última aparição de Madea nos cinemas, na TV ou qualquer outra mídia e que Tyler Perry faça um melhor uso de seu tempo a partir daí.

 

Avaliação: Péssimo

 

 

*Das comédias citadas, esta obviamente não é uma comédia negra americana. Mas tem o mesmo estilo de humor buscado por Perry.

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Trailer:

 
 
 

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