Batman: O Último Cavaleiro da Terra é a mais nova sandice de Scott Snyder…
Scott Snyder é louco. Não é possível que alguém ainda tenha dúvidas disso. Caso tenha, você claramente não tem lido suas histórias. Noites de Trevas: Metal (Dark Nights: Metal, 2017 -2018) e suas consequências em Liga da Justiça deveriam ser provas o suficiente.
E esses são títulos mainstream, regidos pelas regras do mínimo de coerência que a DC deve exigir de seus autores. Imagine o que ele é capaz de fazer quando coloca suas mãos em um título livre de cronologia e consequências.
É exatamente isso que acontece em Batman: O Último Cavaleiro da Terra (Batman: Last Knight on Earth, 2020). Snyder tem a chance de mostrar toda sua genialidade louca ao colocar Bruce Wayne para encontrar seu caminho por uma terra devastada. E aqui ele coloca em pratica até mesmo ideias insanas como a sua infame máquina de criar Batmen.
Qual a trama de Batman: Último Cavaleiro da Terra
Bruce Wayne desperta no Asilo Arkham. Alfred lhe conta uma vida que ele não reconhece. Aos poucos ele finalmente entende o que acontece ao seu redor. Algo não está certo no mundo e Alfred tenta desesperadamente dissuadi-lo de mais uma vez vestir o manto de Batman.
Afinal, não há mais um mundo para ser salvo.
Como todo fã de quadrinhos deve saber, você não pode parar o Batman. Bruce então resolve sair para o mundo exterior e desbravar um mundo em ruínas. Mas ele não está sozinho: como seu fiel companheiro ele leva um antigo inimigo consigo: a cabeça decepada, mas ainda muito viva do Coringa, que ele encontra no caminho.
Aos poucos, o jovem Bruce encontra amigos de outrora e também velhos inimigos. Ao encontrar Diana, não mais a Mulher Maravilha, ele finalmente entende o que aconteceu: num último plano de Luthor, não apenas Superman e o verdadeiro Batman foram perdidos, mas também vários heróis e vilões quando o mundo se voltou contra eles.
E o pior de tudo, em meio ao caos, um novo e poderoso vilão surgiu, conseguindo controlar a tão perigosa equação anti-vida. O intitulado vilão Ômega colocou uma parte do mundo a seus pés e está prestes a colocar todo o resto dele sob seu comando.
Contrariando as recomendações de Diana que pretende tirar os sobreviventes do alcance de Ômega, abandonando de uma vez a Terra, o clone de Bruce Wayne – sim, ele é um clone – veste mais uma vez o uniforme de Batman e parte com a cabeça do Coringa para tentar salvar um mundo que talvez não possa mais ser salvo.
Ao longo das três edições, Snyder cria um mundo completamente destruído e sem esperanças. Em sua jornada, Bruce precisa aceitar que é apenas uma cópia do Batman original e que no fim das contas, o novo vilão também possa ser um clone.
Ver um Batman viajar por um mundo que não reconhece, dominado pela loucura, é extremamente empolgante, uma vez que descobrimos aos poucos tudo que aconteceu junto com o protagonista. E o fato de que ele carrega a cabeça de seu maior inimigo deixa tudo ainda mais estranho e louco.
Essa história não poderia ter saído de nenhuma outra mente insana que não a do Snyder. E é claro que a arte de seu parceiro de crime usual, Greg Capullo, encaixa muito bem neste mundo devastado.
No fim, essa história do selo DC Black Label (confiram outras reviews do selo aqui) é um exemplo de tudo que este selo pode nos oferecer: nossos heróis em histórias completamente loucas, insanas e desprendidas das garras da cronologia e da continuidade em seu fator máximo!
Caso você não seja fã das pequenas loucuras que a editora permite que o Snyder realize em títulos mensais, passe longe dessa história. Mas caso você esteja pronto para ver seus heróis levados ao limite, essa história é uma das melhores do selo!
Avaliação: Ótimo
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