Ultimato do Bacon

Turma da Mônica: Laços – O Ultimato

Em 20 de Jun de 2019 4 minutos de leitura
Turma da Mônica: Laços
Ano: 2019 Distribuição: Paris Filmes
Estreia: 27 de Junho

Direção: Daniel Rezende

Roteiro: Thiago Dottori (roteiro); Vitor Cafaggi, Lu Cafaggi (inspirado na Graphic Novel de); Mauricio de Sousa (personagens)

Duração: 97 Minutos  

Elenco: Rodrigo Santoro, Giulia Benitte, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo, Gabriel Moreira

Sinopse: “O Floquinho desapare. Para encontrar seu cachorro de estimação, Cebolinha conta com os amigos Cascão, Mônica e Magali e, claro, um plano infalível.”

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

Turma da Mônica: Laços faz uma ótima adaptação da graphic novel de Vitor e Lu Cafaggi

Longa metragem de Daniel Rezende baseado na obra de Mauricio de Sousa abre um caminho muito interessante nas telonas

por Alexandre Baptista

 

Mauricio de Sousa dispensa apresentações. E a expressão máxima de sua criação, a Turma da Mônica, também. Com cerca de 56 anos de vida, a turminha fez e faz parte do cotidiano de adultos e crianças em todo o Brasil e em muitas partes do mundo.

Transposta das páginas dos quadrinhos para os quadrões, peças de teatro, musicais, desenhos animados, curtas em animação 3D, brinquedos e até produtos alimentícios, era de se admirar que os queridos personagens ainda não tivessem uma adaptação live-action para os cinemas.

Eu poderia aqui enaltecer a figura do editor da MSP, Sidney Gusman, que é um dos grandes responsáveis pelo nascimento desse projeto que virou o filme Turma da Mônica: Laços. Mas a verdade é que o Sidão é tipo o Jon Snow… mesmo sendo “o cara”, ele prefere que a glória da coisa toda fique com todos os outros envolvidos na conquista. E não é justamente por isso que ele é o cara? Humildade. Trabalho duro. E manter sempre o bom humor perante os fãs, o público. O Mauricio não poderia ter alguém melhor no cargo.

O longa em si adapta a história da Graphic MSP homônima de Vitor e Lu Cafaggi. Quem leu a HQ pode esperar uma adaptação extremamente bem-feita. Como eu sempre digo, adaptações bem-feitas não são necessariamente literais e fidedignas ao material original. O roteiro de Thiago Dottori aproveita o que a HQ tem de melhor e ajusta cenas e acontecimentos para um melhor ritmo e encadeamento cenográfico.

Na trama, numa bela manhã no bairro do Limoeiro, após mais um dos planos infalíveis de Cebolinha (Kevin Vechiatto) falhar miseravelmente, a turminha descobre que o cão do garoto, Floquinho, está desaparecido. E são os laços que ligam essas crianças – Cebolinha, Magali (Laura Raseo), Cascão (Gabriel Moreira) e Mônica (Giulia Benitte) – que os ajudarão a superar todo tipo de dificuldade e trazer o cachorrinho de volta pra casa.

Estruturalmente, o filme não fica devendo nada para aventuras infantis de grandes estúdios por aí. Ele inclusive lembra muito uma versão infantil de Conta Comigo (Stand By Me, 1986), clássico de Rob Reiner que adapta um conto de Stephen King para as telonas.

A direção de Daniel Rezende é totalmente direcionada ao público infantil e funciona muito bem com os pequenos. Quanto aos adultos, basta uma cena em especial para derreter qualquer ceticismo que ainda reste. Quanto à cena, não mencionarei qual é, mas quem viu o filme certamente sabe.

Além dela, espere por participações especiais da mitologia mauriciana: pelúcias de Jotalhão e Horácio; cenas principais e secundárias com personagens como Aninha e Titi; Xaveco e Jeremias; Quinzinho, Maria Cascuda e Maria Cebolinha; Cranicola e, principalmente, Licurgo Orival Umbelino Cafiaspirino de Oliveira – o Louco, pra abreviar.

Falando no irreverente personagem interpretado por Rodrigo Santoro, prepare-se para a melhor cena do filme. Santoro incorpora o espírito do Louco dos quadrinhos e Rezende extrai o melhor das cenas com enquadramentos e cortes que favorecem a brincadeira. E claro, assim como nas revistinhas, o Louco só chama Cebolinha de Cenourinha. Clássico.

O elenco infantil também está muito bem, principalmente quanto à caracterização dos personagens. Magali e Cascão se destacam pela naturalidade; Mônica e Cebolinha no esforço à fidelidade emocional aos personagens. É claro que sempre há espaço para melhoria e, considerando as notícias de que uma continuação já está nos planos, ficamos na torcida para ver essa turminha ainda melhor na tela.

A trilha sonora é muito boa, com uma trilha instrumental clássica que dá um clima especial ao filme. A música de Tiago Iorc não incomoda, apesar de parecer bastante deslocada; e a música de Fagner, apesar de aparecer em um momento que deve divertir bastante as crianças, é extremamente parecida com a cena do Homem Negativo no episódio 04 da primeira temporada de Titãs (Titans, 2018 – atual), ao som de Thunderstruck do AC/DC. Um aceno talvez? De qualquer forma, funciona.

[Atualizado em 21 de junho: O sempre elegante, educado e simpaticíssimo Sidão me mandou um audio ontem, lembrando que Turma da Mônica: Laços foi filmado ANTES de Titãs ir ao ar, em junho de 2018. Ou seja, a cena do Homem do Saco é uma grata coincidência que mostra somente que grandes mentes criativas às vezes pensam parecido. Não sei se a ideia veio do roteiro mesmo ou da direção, mas o filme como um todo ganhou mais respeito e admiração ainda! Fim da atualização]

De maneira geral, além de muitos outros easter eggs espalhados pelo longa, Turma da Mônica: Laços faz muito mais que levar para as telas de maneira brilhante os personagens de Mauricio de Sousa. Ele abre caminho para a possível continuação e, quem sabe, outras adaptações de obras nacionais. Depois de O Doutrinador (2018), baseado nos quadrinhos de Luciano Cunha e Tungstênio (2018), da obra de Marcello Quintanilha, seria interessantíssimo ver a continuação de Laços, além de um Astronauta, um Capitão Feio ou até mesmo o próprio Louco em aventura solo, em live actions mais juvenis em breve.

Lembrando que uma animação para jovens adultos deve chegar na HBO em 2020: Astronauta – Propulsão… Parece que essa porta foi, felizmente, aberta. Tomara que o caminho seja sem volta!

[Atualizado de novo em 21 de Junho: o mesmo Sidão me perguntou se eu peguei o easter egg do Astronauta no filme… e a verdade é que não vi! Já tenho motivo pra conferir o longa mais uma vez! Fim da atualização]

Turma da Mônica: Laços é mais que um simples filme infantil baseado em personagens em quadrinhos. É um marco histórico para a indústria cinematográfica nacional.

 

 

Avaliação: Ótimo!

 

 

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Trailer

 

Sugestão de leitura:

A HQ que inspirou o filme! Turma da Mônica: Laços

 

A continuação – Turma da Mônica: Lições

 

O fim da trilogia dos irmãos Cafaggi – Turma da Mônica: Lembranças

 

Box especial com os três volumes – Triologia

 


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