Ultimato do Bacon

Suspiria – A Dança do Medo – O Ultimato

Em 11 de Abr de 2019 3 minutos de leitura
Suspiria – A Dança do Medo (Suspiria)
Ano: 2018 Distribuição: Playarte Pictures
Estreia: 11 de abril de 2019 (Brasil)

Direção: Luca Guadagnino

Roteiro: Dario Argento e Daria Nicolodi (personagens); David Kajganich (roteiro)

Duração: 152 Minutos  

Elenco: Dakota Johnson, Tilda Swinton, Mia Goth, Chloe Moretz, Jessica Harper

Sinopse: “Susie Bannion (Dakota Johnson), uma jovem bailarina americana, vai para a prestigiada Markos Tanz Company, em Berlim. Ela chega assim que Patricia (Chloë Grace Moretz) desaparece misteriosamente. Tendo um progresso extraordinário, com a orientação de Madame Blanc (Tilda Swinton), Susie acaba fazendo amizade com outra dançarina, Sara (Mia Goth), que compartilha com ela todas suas suspeitas obscuras e ameaçadoras.”

 

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

Suspiria – A Dança do Medo, remake do filme homônimo de Dario Argento, dá a sensação de ser um filme de terror dos anos 70

Com uma belíssima produção, o filme que estreia nesta quinta, 11 de abril, talvez careça de apelo frente ao público mais jovem

por Alexandre Baptista

 

O remake de Suspiria (1977) de Dario Argento finalmente viu a luz do dia, 12 anos depois de seus primeiros rumores. Dirigido pelo competente Luca Guadagnino e com a presença de grandes nomes no elenco como Tilda Swinton (Doutor Estranho), Dakota Johnson (Cinquenta Tons de Cinza), Chloë Moretz (Kick-Ass: Quebrando Tudo, Carrie – A Estranha) e incluindo a participação especial de Jessica Harper, que interpretou a protagonista Suzie Bannion na versão original, o novo longa ainda conta com trilha sonora de Tom Yorke, vocalista e líder do Radiohead.

Impulsionado por um certo hype entre os fãs de Argento, fãs de filmes de terror e fãs do Radiohead, o longa confirma muitas qualidades e levanta alguns questionamentos.

A trama do filme é muito parecida com a do original, que tem seu roteiro inspirado no livro de 1845 de Thomas De Quincey, Suspiria De Profundis e também em uma história que corria na família da ex-esposa de Argento, Daria Nicolodi, roteirista do longa original. Embora em alguns pontos as duas histórias se distanciem, em sua essência permanecem muito similares, trazendo um belo conto de terror ao público atual. Neste novo, no entanto, o tom é mais sério e ligeiramente menos simbólico que o primeiro.

A direção de Guadagnino, para o bem ou para o mal, parece ter saído diretamente da década de 70: ângulos de câmera, filmagem em película, sequências em longa exposição… por muitas vezes o espectador pode se perder e ter a sensação de que está assistindo a um clássico do terror da época, como O Exorcista (The Exorcist, 1973) ou, ainda melhor, os próprios filmes de Argento, o que gera o questionamento mais crítico ao novo longa: se o remake mimetiza tão bem filmes antigos, por que não assistir o original?

A trilha sonora de Tom Yorke funciona muito bem na maior parte do filme, dando uma característica etérea e desconfortável às cenas, aumentando a apreensão e casando muito bem com as imagens. Infelizmente, nas poucas vezes em que a trilha sonora tem alguma vocalização, esse efeito se perde e a trilha parece destoar do clima geral de tensão, muito provavelmente por conta da facilidade de reconhecimento da voz de Yorke e lembrança dos clipes musicais do Radiohead. Vale lembrar que a trilha sonora do original, a cargo da banda Goblin, é tida como uma das melhores trilhas sonoras de terror clássico da história.

A coreografia do ballet fictício Volk, criada pelo coreógrafo Damien Jalet para o filme, é impressionante e muito forte, e o fato de que ele readequou e modificou movimentos originais de seu próprio espetáculo Les Médusés (As Medusas), só agrega valor e sentido nas cenas. O espetáculo real aborda Medusa, uma das três Górgonas, enquanto Volk trata simbolicamente das três Mães: Mater Tenebrarum, Mater Lachymarum e Mater Suspiriorum.

Por fim, o elenco encontra-se impecável, em papéis que certamente exigiram física e psicologicamente das atrizes, principalmente da protagonista Dakota Johnson. Tilda Swinton, como sempre, segue magistral em seu papel como Madame Blanc e também como Helena Markos. Mas é realmente impressionante sua mudança de postura, atitude e interpretação no papel do Dr. Joseph Klemperer, que Swinton excuta sob massivas camadas de maquiagem e prostéticos. A qualidade da maquiagem e da convincente interpretação são uma amostra incrível da “magia do cinema”. Antes da estreia do filme, a produção chegou inclusive a criar um perfil para o “ator” que realiza o papel, Lutz Ebersdorf, indicando que ele teria nascido em Munique e estaria com 82 anos, sendo revelado posteriormente que "ele" era apenas Swinton sob maquiagem.

De maneira geral, Suspiria – A Dança do Medo é um belo exemplar do cinema de terror, com um trilha sonora adequada, boas atuações, bela fotografia e boa escolha de locações, cenários, excelente execução de figurino, coreografia e maquiagem, belos planos e ângulos de câmera e uma edição razoável mas que, por seu ritmo mais lento, sua estrutura em 6 atos e um epílogo e sua ambientação e textura em película, por demasiado setentista e europeia de um modo geral, dificilmente atrairá o grande público.

 

Avaliação: Bom

 

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Trailer:

 
 
 
*Alteração na data de estreia e atualização informada pela distribuidora em 28 de março às 17:00.
Crítica originalmente publicada em 27 de março.
 

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