Sonic: O Filme (Sonic The Hedgehog) | |
Ano: 2020 | Distribuição: Paramount Pictures |
Estreia: 13 de Fevereiro (Brasil) |
Direção: Jeff Fowler Roteiro: Patrick Casey, Josh Miller (roteiro); Yuji Naka, Naoto Ohshima, Hirokazu Yasuhara (personagens) |
Duração: 99 Minutos |
Elenco: Jim Carrey, Ben Schwartz, James Marsden |
Sinopse: Baseado na mundialmente conhecida franquia de games da SEGA, #SonicOFilme conta a história do ouriço mais rápido do mundo enquanto ele se adapta ao seu novo lar na Terra. Nessa comédia de aventura live-action, Sonic e seu novo melhor amigo Tom (James Marsden) precisam se unir para defender o planeta do gênio maligno Dr. Robotnik (Jim Carrey) e seus planos de dominação total.
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Tem que correr! Sonic: O Filme completa a fase e abre o bônus
Longa que adapta o clássico jogo de videogame para as telonas estreia nesta quinta-feira, 13 de fevereiro, para a alegria dos fãs de todas as idades
por Alexandre Baptista
Quando o primeiro trailer de Sonic: O Filme foi revelado, uma enorme comoção tomou conta da internet e das redes sociais. O design do ouriço era simplesmente inaceitável para 200% dos fãs (o que significa dizer que todos os fãs odiaram com tanta força aquela monstruosidade que cada reclamação valia por duas).
Então, numa jogada que demonstrou grande estratégia e – perante a opinião do público – uma dose gigantesca de humildade, a Paramount anunciou que iria adiar a data de lançamento do filme e realizar um novo desenho para o personagem, gastando algo em torno de US$ 5 milhões e cerca de 5 meses para realizar todas as alterações.
Ah se os envolvidos com Cats (2019) tivessem tido essa coragem!
Pois o esforço valeu a pena. Ou melhor, as bilheterias dirão se valeu a pena. Mas fato é que o personagem ficou, finalmente, com um design mais em sintonia com sua versão das animações, amplamente aceita pelos fãs. E ficou realmente adorável.
Mas, como o filme não é feito só do visual do personagem – que em alguns momentos, quando Sonic usa mais do potencial de seus poderes é simplesmente incrível – vamos falar do restante.
A história é básica e previsível e segue a cartilha dos anos 80, quando os custos de produção e a falta de tecnologia para certos efeitos especiais proibia filmes como Mestres do Universo (Masters of the Universe, 1987), o filme do He-Man, de se passarem inteiramente em mundos fantásticos como Etérnia, por exemplo. Assim, artifícios de roteiros sempre davam conta de jogar os protagonistas e vilões em alguma cidade estadunidense e situar a aventura em “nosso mundo”.
O longa já abre com uma referência ao jogo no emblema da Paramount Pictures – as usuais estrelas dão lugar aos anéis que Sonic coleta nas fases. Então, somos jogados numa perseguição que lembra muito cenas de The Flash (2014 – presente) da CW. Sonic quebra a quarta parede, explicando para os espectadores um pouco da situação e recomeça a história em flashback.
A narrativa explica como Sonic saiu de seu mundo e chegou ao nosso e dá uma motivação razoável para que o ouriço tenha se mantido escondido por tanto tempo. É claro que, depois das cenas iniciais numa terra que é idêntica a dos jogos, fica um pouco mais difícil aceitar que teremos que acompanhar a aventura do velocista azul numa cidadezinha do interior norte-americano. Que por sinal, se chama Green Hills (nome do primeiro setor a ser vencido no jogo).
Falando nisso, referências! Espere por uma avalanche de menções, referências e indiretas. Quase tantas quanto Jogador Nº 1 (Ready Player One, 2018), indo desde os visuais do jogo; nomes das fases; a expressão de impaciência de Sonic quando se fica parado com ele, batendo o pé e olhando o “relógio”; a frase Gotta Go Fast, bordão usado pelo personagem na animação e que dá nome a sua musica-tema; a dancinha-meme da moda entre as crianças; a moldura de abertura do game, estampada em uma faixa de cabelo que Sonic usa; Sanic, isso mesmo, com “a” – o meme de internet que aparece em um retrato do protagonista feito por Carl Maluco; a presença de outro famoso super-velocista, o Flash, nos quadrinhos que Sonic coleciona; uma referência provocativa ao game rival, Super Mario Bros. com o “mundo dos cogumelos”; e muito mais.
Sanic!
Além disso, a trilha sonora é incrível. As composições fazem uso das músicas clássicas do game e da animação, repaginando-as em versões orquestrais e em piano, passando imperceptíveis para quem não conhece o jogo, mas fazendo com que os fãs da franquia fiquem emocionados.
O elenco funciona bem, com Jim Carrey um pouco fora do tom com seu Robotnik; no entanto, a boa sacada do roteiro em relação ao personagem justifica a maneira como Carrey escolheu interpretar o mesmo. Em Sonic: O Filme, estamos vendo o Dr. Ivo Robotnik antes de seu mergulho na obsessão total pelo ouriço velocista.
Talvez a previsibilidade do filme tenha feito com que um bacon fosse removido. Afinal, Pokémon: Detetive Pikachu (Pokémon: Detective Pikachu, 2019) conseguiu fazer tudo o que Sonic: O Filme faz, sem ser tão básico; mas também é verdade que, considerando o orçamento de US$ 95 milhões investidos, o estúdio foi inteligente ao ambientar o longa na “Terra”, economizar com cautela e, caso haja retorno nas bilheterias, investir mais nas possíveis continuações, apresentando de maneira mais extensa o ambiente fantástico nelas – como a cena pós-créditos faz questão de provocar.
Por fim, vale lembrar que, apesar da nostalgia que a obra evoca nos espectadores de mais de 30 anos, o maior foco da produção são as crianças, em especial aquelas entre 7 a 11 anos. Portanto, se você for conferir Sonic: O Filme sem a companhia de alguém do público-alvo, deixe o seu “crítico nerd” em casa e leve sua criança interior ao cinema. Prometo que vai ser mais divertido.
Avaliação: Ótimo
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Trailer
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