Shazam de Geoff Johns – O Ultimato

Que Geoff Johns é um dos maiores roteiristas da atualidade, ninguém duvida. Novos Titãs, Sociedade da Justiça, Gavião Negro, Superman, Flash e Muitos outros se beneficiaram da imaginação do artista. Mas o resgate feito na série Shazam de Geoff Johns é simplesmente impressionante.

O autor começa sua jornada com o personagem ainda nos Novos 52 na HQ “Shazam, Com uma Palavra Mágica…” e depois continua a expansão do universo do personagem em sua série já no Renascimento. É sobre essa HQ, que começou em 2019 e foi finalizada em 2020, que iremos falar. Vale salientar que a série foi publicada na íntegra na HQ Shazam #1 – #6 de 2019 da Panini Comics. 

A trama da HQ Shazam de Geoff Johns

O Mago Shazam está morto e a dupla Dr Silvana e Adão Negro foram derrotados. Agora, Billy divide com seus irmãos o poder do Mago e cabe a eles, juntos, entenderem qual o próximo passo. É impossível não ficar curioso para saber qual caminho Johns vai seguir após restabelecer o personagem – que desde a fase de Jerry Ordway não tinha seu universo expandido de maneira consistente. 

É seguro dizer que o Shazam de Geoff Johns reintroduziu o personagem para uma nova leva de leitores que nunca haviam lido nada sobre esse universo. Após os fatos ocorridos na HQ  “Shazam, Com uma Palavra Mágica…”, vemos Billy e seus irmãos adotivos explorando a Pedra da Eternidade e descobrindo os chamados 7 Reinos da Magia – essa descoberta é o estopim da trama que resgata o Sr. Cérebro (conheça os maiores inimigos de Shazam!) e mexe com os pais biológicos do nosso herói.

Johns é hábil em dividir a HQ em dois núcleos: primeiro o familiar (que é aprofundado e desenvolvido com espaço para todos os irmãos) e depois o mágico (com Reinos da Magia, vilões e retornos inesperados). Enquanto vemos os dramas de Billy, que lida com a volta de seu pai e a evolução da dinâmica com seus irmãos, também vemos Shazam descobrindo Reinos que ele não sonhava que existiam e tentando entender qual seu papel dentro do mundo mágico da DC Comics.

O interessante é que o roteirista trabalha aquele velho conceito de “nem tudo que reluz é ouro” – se a coisa parece boa demais pra ser verdade é porque tem algo estranho…

Uma das grandes diversões da trama é justamente essa: descobrir o que tem de errado em cada um dos reinos e porque eles estão (e devem permanecer) separados. Enquanto os irmãos se divertem, vemos Adão Negro resurgir no horizonte, Dr. Silvana retornar com seu novo parceiro Sr. Cérebro e vemos ainda a dinâmica familiar ser modificada por uma revelação. A trama não nos dá tempo para respirar e mistura, de maneira inteligente, cenas emocionantes com ação e aventura. E, por incrível que pareça, dando espaço para todos os personagens participarem da história. Até um grande vilão do universo DC ressurge!

Leve, divertida e uma tremenda porta de entrada para novos leitores do personagem – podemos definir assim o trabalho de Johns que ainda se beneficia por estar perfeitamente alinhado com o filme “Shazam” de 2019 – tirando poucos detalhes, é como se você pudesse sair do cinema e já começar a ler essa HQ. Uma jornada que tem apenas um único defeito: durar pouco. 

Com um desenvolvimento impecável e um final CHEIO de plot twists e retornos inesperados, Shazam de Geoff Johns é uma grata surpresa que nos deixa esperançosos para ver o personagem participando ainda mais das histórias da Editora das Lendas. É o tipo de HQ que serve tanto para os leitores antigos quanto para os leitores que estão começando do zero. Vale muito a pena!

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