Ultimato do Bacon

Obsessão – O Ultimato

Em 9 de Jun de 2019 3 minutos de leitura
Obsessão (Greta)
Ano: 2018 Distribuição: Galeria Distribuidora
Estreia: 13 de Junho de 2019 (Brasil)

Direção: Neil Jordan

Roteiro: Ray Wright (história); Ray Wright e Neil Jordan (roteiro)

Duração: 112 Minutos  

Elenco: Isabelle Huppert, Chloë Grace Moretz, Maika Monroe, Colm Feore

Sinopse: “Frances (Chloë Grace Moretz) é uma jovem mulher cuja mãe acabou de falecer. Acabando de se mudar para Manhattan e cheia de problemas com o pai, ela forma uma amizade improvável com Greta (Isabelle Huppert), uma viúva bem mais velha que ela. Porém, conforme as duas se tornam melhores amigas, as atenções da viúva se mostram muito mais sinistras do que ela imaginava”

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

Para quem não espera muito, Obsessão é um filme irregular que apresenta um bom resultado

Longa de Neil Jordan pisa em tema bastante explorado nos cinemas, faz escolhas duvidosas, mas acerta o mais difícil

por Alexandre Baptista

 

Pessoas desconhecidas, que por um motivo qualquer se encontram, desenvolvendo um relacionamento a partir dali. Um comportamento obsessivo e doentio, por parte de uma dessas pessoas em relação à outra – notado somente quando a relação já é abusiva e perigosa.

Uma premissa básica presente nos excelentes Retratos de Uma Obsessão (One Hour Photo, 2002) com Robin Williams no papel do operador de máquina de revelação de fotos que se torna obsessivo sobre uma família; e, antes dele, Mulher Solteira Procura (Single White Female, 1992), com Jennifer Jason Leigh no papel da possessiva e ciumenta Hedra Carlson, que passa a atormentar a Allison Jones de Bridget Fonda. E outros tantos, como Atração Fatal (Fatal Attraction, 1987) e Medo (Fear, 1996).

Esse é o primeiro motivo para não achar o roteiro e a premissa de Obsessão lá grande coisa. De uma forma ou de outra, já vimos esse filme. Em versões em que a vilã ou vilão saem por cima; em versões em que levam a pior – mas não antes de fazer muito estrago.

Só que o filme de Neil Jordan (criador e diretor de Os Bórgias) surpreende nesse aspecto. Uma vez que qualquer final é um tanto previsível, o diretor e roteirista opta por uma série de plot twists na reta final do longa que te deixa naquela expectativa de um cara ou coroa… A gente sabe que vai dar um dos dois resultados, mas do jeito que está, a moeda pode cair pra qualquer um deles.

Isso, aliado à ótima atuação de Isabelle Huppert como Greta Hideg (papel-título no original) e a contraposição dela com Chlöe Grace Moretz como Frances McCullen, fazem o filme valer o ingresso. Colm Feore como pai de Frances, Chris, manda bem como é costumeiro dele. E o destaque especial vai para a colega de quarto de Frances, Erica Penn (Maika Monroe) que surpreende em extrair nuances e camadas de uma personagem que é, basicamente, uma patricinha superficial e fútil.

No entanto, uma coisa que incomoda bastante é o ritmo do filme. Se por um lado a direção consegue prender a atenção do espectador com suas opções de ângulos e oclusões, alguns foreshadowings que te deixam na dúvida se seriam um previsível assassinato ou vitória, por outro lado o ritmo do filme é simplesmente dinamitado à partir de uma cena específica.

O longa começa em um ritmo que lembra Amor (Amour, 2012) ou qualquer desses filmes que tratam da relação entre duas pessoas de maneira poética. É um ritmo lento e que até promete, uma vez que estamos falando de um thriller. A construção é interessante e vem em um crescendo… Só que aí acontece a tal cena. Fica a impressão de que o diretor percebeu que não daria pra fazer um filme de 5 horas e decidiu então “virar a chave”. De repente.

A cena justifica essa mudança? Um pouco. Mas fica forçado. A quebra incomoda e poderia ser mais orgânica… O filme ia tão bem! O pior: a trilha sonora acompanha a brutalidade da quebra e mudança do ritmo. O que denota uma opção consciente na mudança de eixo… mas que sinceramente faria mais pelo filme se fosse mais natural.

Apesar disso, no momento em que saímos do espectro de normalidade para a sandice, a loucura e a obsessão tomam conta de maneira brusca e bruta (infelizmente não brutal). Temos então, praticamente um novo filme que, felizmente, engrena de novo.

Nessa nova porção, Isabelle Rupert demonstra ainda mais de sua vasta experiência, dando uma dimensão exuberante para a perturbada personagem. Após a quebra, Rupert liberta-a, produzindo cenas memoráveis e desvairadas. E essa maestria na interpretação, aliada às já mencionadas sucessivas mudanças de rumo na reta final do filme, salvam o longa.

Num período em que superstars da música, super-heróis, musicais e muita Disney dominam o circuito exibidor, Obsessão se torna uma opção interessante para quem busca algo mais “sóbrio” nas salas de cinema.

Basta que não espere uma obra-prima.

 

 

 

Avaliação: Bom

 

 

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Trailer

 

 

 


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