Ultimato do Bacon

O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock) – O Ultimato

Em 11 de Mai de 2020 5 minutos de leitura
Superman e Doutor Manhattan em capa de O Relogio do Juizo Final

O Relógio do Juízo Final, ou Doomsday Clock no original, é a concretização da promessa de “misturar” Watchmen com o Universo DC que a editora fez quando o one-shot Renascimento foi lançado.

A nova fase da DC brilhou forte nas HQs do Superman, Detective Comics, Lanterna Verde, Aquaman e tantos outros. Mas o medo permanecia: será que vale a pena mexer na obra quase sagrada de Alan Moore e Dave Gibbons?

O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock) saiu no Brasil pela Panini Comics em 12 edições que trazem toda a história de Geoff Johns com os belos desenhos de Gary Frank (que pareceu se superar na minha opinião).

A HQ não é simples de ser lida para os “não iniciados” no Universo DC e recomendamos que você leia algumas HQs antes: vai valer o esforço!

 

Superman (Clark Kent) e Lois Lane em cena de O Relogio do Juizo Final (Doomsday Clock)

Superman comenta sobre ter um pesadelo na primeira edição de O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock)

 

Índice

As premissas de Geoff Johns em O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock)

 

Antes de falarmos da trama de O Relógio do Juízo Final da DC Comics é importante entendermos o que Johns já havia dito da história para conseguirmos alinhar nossas expectativas e saber exatamente o que esperar da HQ:

1- Superman e Dr. Manhattan são os personagens principais: Johns promete desde o começo que a HQ é sobre o encontro desses dois poderosos superseres e que o confronto deles é determinante para a história;

2- É extremamente importante saber que não estamos diante de uma HQ de ação! A ideia de Johns não é construir uma briga entre Superman e Dr. Manhattan e sim colocar a filosofia de vida dos dois em rota de colisão;

3- Essa é de fazer qualquer fã arrepiar de medo: a HQ é uma continuação de Watchmen! O final ambíguo de Watchmen – será que o diário de Rorschach ia realmente fazer a diferença? – é finalmente revelado!

 

Se você entendeu as premissas da HQ – e sabe que não deve esperar uma trama “tiro, porrada e bomba” você está alinhado com a entrega de Geoff Johns e Gary Frank em O Relógio do Juízo Final!

 

Superman em O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock)

Um Superman raivoso é constantemente visto pelo Dr. Manhattan em suas visões na HQ O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock) da DC Comics

 

A trama de O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock)

 

Gary Frank e Geoff Johns tentam a todo momento emular o estilo de Alan Moore e Gibbons para fazer com que O Relógio do Juízo Final se pareça o máximo possível com Watchmen: 12 edições, os quadros de abertura e até mesmo o crescendo da história que sai de uma história urbana – com Batman diretamente envolvido – e se torna uma trama muito maior.

Johns é extremamente hábil em fazer essa passagem de bastão e ele mostra o tempo inteiro que domina muito bem o caminho que está seguindo.

O ritmo de Doomsday Clock é lento? Sem dúvida! Mas quem teve a oportunidade de ler Watchmen em capítulos mensais certamente teve a mesma sensação de lentidão. Tudo parece muito proposital nas decisões que o autor toma. A trama começa a ter um ritmo verdadeiramente mais intenso a partir da edição 8 que começa a trazer o Dr. Manhattan e o Superman para os holofotes.

 

Jonathan e Martha Kent em O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock)

Os pais do Superman têm papel central em O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock) da DC Comics

 

Falando da história em si, vemos os personagens de Watchmen e da DC se misturando pouco a pouco, a começar pela trama urbana e logo temos o Batman interagindo com um novo Rorschach enquanto Lex Luthor conhece Ozymandias.

Esses encontros podem te deixar confuso no começo e fica difícil identificar exatamente para onde a história está nos levando – vale lembrar que a narrativa original de Moore também começa com um simples assassinato e termina com uma Lula Gigante no centro de Nova York!

A grande ameaça, se é que podemos chamar assim, é o cinismo de Ozymandias e o distanciamento do Dr. Manhattan. Enquanto um aparece com mais um plano mirabolante (porque deu muito certo da última vez né?), o outro usa o Universo DC como massinha de modelar e descobre o quanto o Superman é influente em todos os acontecimentos que permeiam a DC.

Podemos dizer que a curiosidade que ele sente pelo Azulão é o que o faz começar seus experimentos – e Johns habilmente coloca no Dr. Manhattan a culpa pelos Novos 52 e outras catástrofes editoriais da Editora das Lendas!

 

“Well played Mr. Johns!” =)

 

 

Até o Coringa tem espaço na trama de Geoff Johns em O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock)

 

Enquanto todo Universo DC é envolvido pela trama dos personagens de Watchmen, Johns dá uma verdadeira aula de Universo DC ao passear por todos os principais eventos da editora que envolvem o Homem de Aço e mostrar o quanto o personagem é o real coração da editora.

O autor ainda mostra todo seu conhecimento sobre os heróis: note como cada um deles tem sua personalidade bem definida e como todas as suas principais características estão lá! A trama é crescente e a conclusão, que finalmente amarra o Renascimento da editora, vai arrancar lágrimas dos fãs mais fervorosos por mexer com personagens que sumiram há muito tempo…

 

O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock): Valeu a pena o risco?

 

Utilizando uma expressão popular, podemos dizer que Johns e Frank colocaram o “bumbum na janela” ao decidir mexer com Watchmen e escrever O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock).

O que faz com que a HQ funcione é justamente o cuidado dos dois com todos os detalhes: a trama com características similares a Watchmen, o equilíbrio ao dar espaço para os personagens, o respeito ao legado de todos os envolvidos e principalmente o absurdo conhecimento que Johns tem da DC Comics.

Podemos dizer que a saga é sim o fechamento do Renascimento, mas ela é mais: é uma carta de amor ao Superman que mais uma vez tem sua importância reconhecida – e sem a necessidade de mostrar o personagem como violento ou descontrolado.

 

O novo Roscharch trabalha com Ozymandias em O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock) de Geoff Johns

 

Respondendo a pergunta: valeu a pena mexer com Watchmen? Sim, valeu!

O Relógio do Juízo Final é facilmente a melhor HQ de super-heróis que chegou nas bancas desde os anos 2000 e é impossível não se emocionar e sentir vontade de lê-la novamente.

Johns e Frank se elevam ao hall de grandes criadores e mostram de uma vez por todas porque eles devem ser as principais vozes do Universo DC.

Minha recomendação?

Prepare-se e leia O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock) o quanto antes!

 

Avaliação: Impecável!

 

Ainda quer falar sobre O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock)?

Confira o Costelinha, o podcast do UB, especial em 3 partes sobre a HQ aqui!

 


Créditos:

Texto: Lucas Souza
Imagens: Reprodução
Edição: Alexandre Baptista

 

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