Ultimato do Bacon

O Quarteto Fantástico de John Byrne

Em 10 de Abr de 2020 5 minutos de leitura
Quarteto Fantástico de John Byrne enfrenta Galactus

O Quarteto Fantástico de John Byrne é um marco. Nascido em 06 de julho de 1950, o inglês naturalizado canadense John Byrne é uma LENDA dos quadrinhos. Trabalhou, e se consagrou, nos maiores títulos do mercado. Ele tem trabalhos que falam por si só: a revitalização do Superman (apontada por muitos como a melhor fase do personagem), a fase dos X-Men ao lado de Chris Claremont onde ele lançou a Tropa Alfa (que teve seu próprio título por mais de 100 números!), e sua fase no Quarteto Fantástico.

Byrne começou na Marvel Comics em 75, mas foi em 77 ao lado de Chris Claremont que ele começaria a se tornar uma lenda. A Saga da Fênix Negra e Dias de um Futuro Esquecido são bons exemplos de histórias que saíram dessa parceria Byrne/Claremont. Só em 1981 o britânico iniciaria sua fase no Quarteto Fantástico em The Fantastic Four Vol.1 #232. O roteirista e desenhista passou 6 anos a frente do título causando uma verdadeira revolução nas histórias da mais famosa família da Casa das Ideias.

Quarteto Fantástico foi revolucionado pelas mãos de John Byrne

Kirby e Stan Lee criaram e trabalharam no Quarteto Fantástico juntos até a partida de Kirby para a Distinta Concorrência (onde ele foi criar o incrível 4º Mundo). E, após essa partida, a revista da família fundamental da Marvel perdeu muito do seu brilho. A chegada de Byrne veio para virar esse jogo e tornar a revista da equipe importante novamente. A proposta do autor era atualizar os dilemas familiares e a dinâmica da equipe para os anos 80 – tornando as histórias mais identificáveis para esse público. Unindo os conceitos antigos e criando novos, ele pretendia devolver o Fantástico para as histórias do Quarteto.

Byrne iniciou sua jornada em The Fantastic Four Vol.1 #232 e terminou seu run em The Fantastic Four Vol.1 #293. O autor já havia desenhado duas edições da equipe antes de iniciar sua fase – The Fantastic Four Vol.1 #220 – #221. Aqui no Brasil, apesar de a Marvel republicar a fase Byrne de forma recorrente nos EUA, não temos uma coleção que contenha todas as edições do roteirista. A que chega mais próximo é a lançada pela Panini, em 2005, chamada “Os Maiores Clássicos do Quarteto Fantástico: John Byrne”. A Coleção contou com 4 volumes que cobriram The Fantastic Four Vol.1 #232 – #260. O Vol.1 traz The Fantastic Four Vol.1 #232 – #238, Vol.2 traz Fantastic Four Vol.1 #239 – #247, Vol.3 traz Fantastic Four Vol.1 #248 – #255 e o Vol.4 traz Fantastic Four Vol.1 #256 – #260 além de The Fantastic Four Annual #17, The Thing #2 e Avengers #233.

Galactus foi um vilão importante na fase de John Byrne no Quarteto Fantástico

Os Melhores Momentos do Quarteto Fantástico de John Byrne

Muito foi feito por Byrne nos seus seis anos à frente do Quarteto Fantástico. Acho válido começarmos falando do personagem mais beneficiado pelos roteiros do autor: Victor Von Doom – O Doutor Destino. Antes da entrada do autor, tenho a sensação de que o Doutor Destino era um personagem extremamente simples: vilão megalomaníaco com fome de poder e ditador. As camadas que são adicionadas ao personagem fazem dele mais complexo e o próprio Quarteto se pega vendo o personagem de forma diferente em alguns momentos. O arco contado em The Fantastic Four Vol.1 #246 – #247 dita o tom do personagem até o dias atuais: um vilão impiedoso e brutal, que nutre amor e um sentimento de proteção pelo povo da Latvéria, que tem na arrogância e na inteligência suas principais características. A virada desse arco em especial, que faz o Quarteto ajudar Von Doom a reconquistar seu trono, é um excelente exemplo da magia que a fase do autor britânico produziu.

Outro grande fator que voltou com força total a revista na fase Byrne foi a ciência! Reed Richards se mostra absurdamente inteligente durante as histórias e muitas vezes sua curiosidade científica leva o quarteto para aventuras com uma pegada forte de ficção científica. Bons exemplos de histórias com esse cunho não faltam nos seis anos do roteirista e desenhista a frente do Quarteto. Destacam-se:

1. O Plano de Von Doom que miniaturiza o Quarteto e os deixa presos em uma cidade maquete em The Fantastic Four Vol.1 #236 (Os Maiores Clássicos do Quarteto Fantástico de John Byrne Vol.1)

2. A História do Imperador Gaius Tiberius que governava a Torre de M´Kumbe dentro de Wakanda. O Quarteto só vai parar nessa aventura por conta da curiosidade de Reed Richards e só escapa com o auxílio do Pantera Negra. Isso ocorreu em The Fantastic Four Vol.1 #241. (Os Maiores Clássicos do Quarteto Fantástico de John Byrne Vol.2

3. As 4 Edições em sequência que o Quarteto Fantástico passa na Zona Negativa em aventuras que são totalmente voltadas para o Sci-Fy. Nunca antes a Zona Negativa havia sido tão explorada! Isso ocorre em The Fantastic Four Vol.1 #252 – #255.(Os Maiores Clássicos do Quarteto Fantástico de John Byrne Vol.3)

Nem só de reformular vilões e de ficção científica viveu o Quarteto Fantástico na fase de John Byrne. Um dos pontos altos eram os diálogos e interações entre os integrantes que, cada vez mais, tinham sua personalidade aprofundada. Todos se beneficiam muito do trabalho do autor, mas dois integrantes foram muito transformados pelo autor : Sue Richards e Ben Grim. A Mulher Invisível ganhou mais destaque e parou de ser tachada de “o elo fraco do grupo”. Byrne faz questão de destacar isso em toda fase, mas isso fica ainda mais evidente em The Fantastic Four Vol.1 #245 onde Sue dá uma entrevista refutando ser a mais fraca do grupo e mostrando seu valor em uma história que envolve seu filho Franklin Richards. Essa mesma história (Os Maiores Clássicos do Quarteto Fantástico de John Byrne Vol.2 no Brasil) mostra que os traumas e inseguranças do Coisa são extremamente profundos, com ele tendo medo de voltar a sua forma original.

Mulher-Hulk vira integrante do Quarteto Fantástico na fase de John Byrne

O autor britânico modificou e brincou bastante com o Quarteto Fantástico na sua fase: Os Inumanos, a Mulher Hulk, Frankie Raye, Tia Petúnia e tantos outros foram presença garantida nas páginas do super grupo. A Mulher-Hulk, porém foi a que chegou mais longe na equipe durante  fase de John Byrne: substituiu o Coisa (The Fantastic Four Vol.1 #265)que ficou no planeta Beyonder após as Guerras Secretas originais. Apesar de todas as mudanças que fez, o roteirista sempre manteve o espírito da equipe intacto como era seu plano.

Von Doom mostra novas facetas na inesquecível “This Land is Mine” em The Fantastic Four Vol.1 #247

 

De dramas pessoais a cruzadas espaciais, Byrne fez de tudo e envolveu todo o Universo Marvel no processo. Como esquecer a luta contra Galactus que reúne Capitão América, Thor, Homem de Ferro, Dr. Estranho em plena Nova Iorque e ainda tem Homem-Aranha e Demolidor como observadores de luxo? O confronto que aconteceu em The Fantastic Four Vol.1 #243 é mais uma prova da genialidade de Byrne. Só nos resta apreciar o legado que esse grande autor deixou para Reed e Sue Richards, Johnny Storm e Ben Grimm e torcer para que tempos ainda mais brilhantes cheguem para a família no seu retorno aos Quadrinhos!

Tá na Hora do Pau!

Já leu a fase de John Byrne no Quarteto? Tem uma história favorita dessa fase? Conte para a gente nos comentários!

E fique ligado no Ultimato do Bacon para mais matéria, notícias e reviews sobre HQ´s

 

Créditos:

Texto: Lucas Souza
Imagens: Reprodução
Edição: Alexandre Baptista

Texto publicado originalmente em 21 de março de 2019. Atualizado em 10 de abril de 2020.
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