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Mulher Maravilha 1984 (2020) – O Ultimato

Em 16 de Dez de 2020 5 minutos de leitura
Mulher Maravilha 1984

Após alguns adiamentos em virtude da Pandemia que nos assola, finalmente Mulher Maravilha 1984 chega aos cinemas. O filme, continuação direta de Mulher Maravilha (2017), traz de volta a diretora Patty Jenkins tentando fazer um bom filme da Mulher Maravilha, depois de um primeiro filme que acabou dividindo um pouco as opiniões, em especial por causa de seu terceiro ato um tanto frágil.

Mas será que Mulher Maravilha 1984 é melhor que seu predecessor? Vejamos…

Mulher Maravilha 1984A tranquilidade da Mulher Maravilha ao enfrentar simples ladrões em Mulher Maravilha 1984

Mulher Maravilha 1984 – O Ultimato

Em Mulher Maravilha 1984, acompanhamos Diana em 1984 (jura?!?!), durante a Guerra Fria, entrando em conflito com dois grande inimigos – o empresário de mídia Maxwell Lord e a amiga que virou inimiga Barbara Minerva, enquanto se reúne com seu interesse amoroso Steve Trevor.

Essa sinopse é boa, evita entregar detalhes da trama, o que a Warner aprendeu a fazer bem, inclusive muitas pequenas surpresas ficaram longe dos trailers.

Mulher Maravilha 1984 é em alguns momentos um pouco superior ao primeiro, mas nem tanto. Gal Gadot nitidamente se encontrou como a personagem e entrega mais uma vez uma ótima interpretação como Diana Prince.

Como alter ego da Mulher Maravilha, Gal Gadot tem uma presença imponente demais em tela, firme e intensa ao extremo, não tanto pela beleza exótica, mas pela sua postura. A atriz entrega bem sua atuação e seus momentos “diabéticos” com Steve Trevor (Chris Pine) funcionam bem até demais.

Mulher Maravilha 1984Mulher Maravilha e Barbara Minerva se enfrentam em Mulher Maravilha 1984

Já como Mulher Maravilha, parece que falta algo! Mas isso parece mais uma falha da direção do que da atuação em si. Patty Jenkins nitidamente ainda não encontrou um equilíbrio em mostrar a força da Mulher Maravilha e as sutilezas de Diana Prince. E é aqui aonde o primeiro filme se destaca em relação a sua continuação! No primeiro temos a Mulher Maravilha mais firme e imponente, com cenas de ação que melhor destacam seu poder.

 

A Mulher Maravilha de Jenkins ainda me parece um tanto frágil! Se a Mulher Maravilha tivesse a mesma imponência de Diana Prince, o filme seria outro. E parece que do filme anterior para esse, isso piorou. Não vemos muito a guerreira, a amazona! O que é muito frustrante…

Mulher Maravilha 1984Pedro Pascal como Maxwell Lord em Mulher Maravilha 1984

Mulher Maravilha 1984 tem uma ótima cena de abertura, talvez o melhor momento do filme, em Themyscira. Essa cena explora mais o conceito das Amazonas e faz uma sútil (bem sútil mesmo) referência à hq Mulher Maravilha Terra Um (confira aqui nossa review completa) de Grant Morrison.

Seria ótimo se o filme explorasse mais Themyscira com protagonismo, e não como base para justificar e explicar alguns detalhes.

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A história do filme pega emprestado alguns momentos de Hqs, mas criando algo bem próprio, o que é bom! A trama toda é bem amarrada e apesar de ter pontos muito incômodos, funciona dentro da proposta.

A ambientação do filme começa bem, usando todos os clichês para os saudosistas dos anos 80. O problema é que a partir de determinado momento, parece que esqueceram isso e a única coisa oitentista que resta são as cores e o tom Sessão da Tarde!

Mulher Maravilha 1984Mulher Maravilha e Barbara Minerva em um de seus tensos embates em Mulher Maravilha 1984

Mas vamos aos problemas…

A Mulher Maravilha é uma representação feminina de força e empoderamento (sem viés político millenium). A personagem, uma das mais poderosas do universo DC, não só sempre esteve à altura de personagens como Superman, mas também já foi vista como uma ameaça por não ter um ponto fraco explícito.

Em Mulher Maravilha 1984 criam uma kryptonita para a Mulher Maravilha chamada Steve Trevor! Desde os trailers, já se sabia que isso era uma escolha ruim para o filme, visto que o arco do personagem se encerra de forma digna no filme anterior.

Ok, a forma como trazem o personagem de volta é interessante e fica intrinsecamente ligada ao McGuffin que move a trama. O problema é que o retorno do personagem cria um problema sério para as cenas de ação.

Mulher Maravilha 1984Uma bela homenagem para os fãs que poderia ter sido perfeita se não fosse o excesso de açúcar!

Assim como em Homem de Aço (2013) temos Lois Lane participando de quase todas as cenas de ação, aqui temos Steve Trevor envolvido em 90% delas, coisa que já vimos no filme anterior.

Porém aqui, foi criada uma espécie de “muleta” ou “âncora” para que o personagem tenha destaque, tirando um pouco do protagonismo da Mulher Maravilha. O que convenhamos, é revoltante!

Poxa, o nome do filme é Mulher Maravilha, eu quero ver a Mulher Maravilha descendo a porrada com todo o potencial dela sem precisar de suporte de meros mortais!  

Sem contar que somos obrigados a assistir longas cenas açucaradas e piegas do casal, tornando o filme ainda mais longo e cansativo.

Mulher Maravilha 1984Mulher Maravilha e sua muleta em Mulher Maravilha 1984

Os vilões do filme, Barbara Minerva e Maxwell Lord são muito bem interpretados por Kristen Wiig e Pedro Pascal, porém sofrem com um problema sério! Não tem vilania, maldade!

Ambos os personagens são desenvolvidos como vítimas de circunstâncias que os levaram a ter as atitudes erradas. Tipo o Lex Luthor ser vilão porque o Superman acidentalmente deixou ele careca.

Falando em pré crise, o filme tem ainda mais essa treta…

Quais são os poderes e habilidades da Mulher Maravilha? Os que o roteiro precisar… E assim o filme segue, não só com os poderes da Mulher Maravilha, mas com as habilidades de outros personagens. Isso gera momentos irritantes para quem presta mais atenção e conhece um mínimo das Hqs.

Legal, usam isso diversas vezes para fazer homenagens e referências à momentos clássicos de todas as fases e origens da Mulher Maravilha, mas isso me incomodou pelo excesso. Na maioria das vezes eu fiquei me perguntando como aquilo era possível e a resposta que me vinha na cabeça era “aqui é pré crise irmão, vale o que o roteiro precisar”.

Mulher Maravilha 1984A armadura ficou belíssima, extremamente natural! 

Mesmo com problemas idênticos aos do filme anterior, Mulher Maravilha 1984 consegue entregar momentos bem divertidos. Por mais que as cenas de ação tenham sido prejudicadas, tem momentos legais e cenas com fotografias belíssimas.

Faltou porrada? Sim, muito! Como eu queria ver a Mulher Maravilha de Gal Gadot no mesmo clima de Batman V Superman, trocando soco sem culpa e com um sorriso no rosto! Mas não foi dessa vez!

Para os fãs de Hqs, fica um gosto final agridoce, com belas homenagens visuais e referências, faltou um certo respeito com a importância da personagem como um todo. A armadura criada por Alex Ross em Reino do Amanhã ficou belíssima na tela e teve outro belo momento que acabou sendo atrapalhado pelo excesso de açúcar do casal, mas me rendeu um sorriso sincero.

Mulher Maravilha 1984…de fato essa armadura merecia mais destaque em Mulher Maravilha 1984

Para os fãs de cinema, o filme deve agradar em cheio e entregar uma ótima experiência, em especial para quem não acompanha ou nunca leu Hqs.

Em Mulher Maravilha 1984 temos muitos elementos que vêm agradando o público para esse tipo de filme. É leve, colorido, divertido, romântico, engraçado e tem cenas bem feitas.

Para mim, faltou a força da Mulher Maravilha e mais uma vez sobrou o poder do amor… com direito a uma versão mais “doce” da música Beatutiful Lie de Hans Zimmer e Junkie XL!

Avaliação: Bom!

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Mulher Maravilha 1984

Mulher Maravilha Terra Um de Grant Morrison

Mulher Maravilha 1984

 


Créditos:
Texto: Diego Brisse
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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