Lançado pelo selo Young Animal, Lanterna Verde Setor Final nos apresenta a Sojourner “Jo” Mullein, a nova lanterna da terra e que assume o posto na Liga da Justiça do “Future State”. Sim, mais uma lanterna verde terrestre.
Como parte de sua designação, Jo é enviada a um setor que ela imagina ser tão distante que os Guardiões nem se dignaram a numera-lo, que ela carinhosamente chama de “Setor Final”. Enviada para investigar uma sociedade muito peculiar, que como a própria sinopse diz, encara seu primeiro assassinato em centenas de anos.
Qual a trama de Setor Final
O primeiro volume lançado pela Panini contempla as 6 primeiras edições do título que terá ao total 12 (atrasos relacionados com a pandemia). Há pouco da história de Jo antes de chegar ao Setor Final é revelada, mas não há maiores detalhes sobre sua escolha, além de algumas menções a um prazo e a percepção de que seu anel não é similar ao de Hal e cia.
Sojourner “Jo” Mullein é a Lanterna Verde encarregada do Setor Final
A trama de Setor Final gira em torno do assassinato cometido em um planeta habitado por 20 bilhões de pessoas, porém a população é formada por um triunvirato de espécies que uma vez destruíram seus planetas numa guerra e agora são forçados a coabitar.
Há certas semelhanças entre a história de Setor Final e o filme Equilibrium, estrelado por Christian Bale, uma vez que neste planeta, os habitantes são submetidos a uma droga que suprime suas emoções, deixando-os “dóceis”, o que causa a estranheza ao redor do assassinato.
Entretanto, mais do que uma trama de assassinato, conforme a lanterna novata mergulha nas intrincadas conexões entre as espécies misteriosas desse planeta. Conforme ela passa mais tempo no Setor Final, mais crescem as suas dúvidas com respeito aos acontecimentos que a trouxeram para este lugar além das numerações dos próprios Guardiões.
A palavra que descreve essa trama é mistério, afinal, todos os aspectos trazem uma novidade. A ligação da história com o resto do Universo DC é enevoada, mesmo que hajam menções aos demais lanternas. Ao enviar a novata ao Setor Final ao invés de pareá-la com John Stewart ou Guy Gardner, ela é lançada em território completamente novo e precisa aprender a lidar com seus poderes sozinha. E como eu disse, mesmo o anel dela é diferente.
A série conforme mencionada terá 12 edições, todas passadas no Setor Final, então as primeiras 6 edições servem como um excelente preludio, porém serve pouco para explicar a situação a que a lanterna Jo foi submetida. Com essas edições somos ligeiramente apresentados ao conflito geral que envolve essa suposta sociedade utópica.
A referência ao filme Equilibrium é o mais próximo que podemos fazer de comparação. Há de se convir que mesmo essa breve comparação traz alguns spoilers sobre a trama, porém nada grande demais. Afinal, se há uma droga que suprime as emoções, obviamente (ou não) deveria haver uma droga que as libera.
Essa dualidade eventualmente toma grande parte da trama de Setor Final, ao contrastar Jo, a humana contra uma espécie não apenas alienígena, como também uma espécie alheia aos sentimentos que preenche a existência da humana.
A autora N. K. Jemisin, usando seu background de psicóloga, costura muito bem a trama, aos poucos revelando os conflitos da própria Jo, e o que a levou a se tornar uma lanterna verde, e as peculiaridades que a tornam perfeita para a missão no Setor Final.
As histórias do selo Young Animal em geral são voltadas a um público mais especifico, com Setor Final sendo recomendado para idades acima de 17 anos. Os temas abordados são ligeiramente mais sombrios do que nas HQs tradicionais da DC, por isso fica aqui nosso aviso. Além disso, considerando a opção da Panini em um lançamento de capa dura, o preço salgado, lembre-se de que nem todas as HQs são para todos os públicos antes de investir o seu dinheiro.
Lembrando que aqui no site nós também já falamos sobre o selo Young Animal, e sobre as HQs Madre Pânico e Guerras Lácteas.
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Créditos:
Texto e Edição: João Pedro Maia
Imagens: Reprodução
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