Como seria o universo Marvel depois de um apagão global? É exatamente essa pergunta que Idade das Trevas de Tom Taylor busca responder em suas seis edições, mostrando como os heróis e vilões lidam com um mundo onde a energia elétrica não existe mais (sim, temos um Homem de Ferro steampunk).
Idade das Trevas foi anunciado um pouco antes do início da pandemia, com o seu lançamento sendo atrasado até o final de 2021, e está chegando agora ao Brasil pela Panini Comics.
Qual é a trama de Idade das Trevas de Tom Taylor?
A história começa nos apresentando a primeira das variações com relação ao universo Marvel principal, mostrando que nessa realidade Peter e Mary Jane tem uma filha chamada May.
É inclusive num momento de descontração entre a família Parker e a família Cage, num dia comum, que Peter e May são surpreendidos com a explosão de dor associada com seu sentido-aranha (Miles e Gwen também são mostrados sentindo).
Aos poucos, os telepatas e os gênios são alertados também sob essa misteriosa ameaça. Eis que Uatu surge para então revelar a história por traz do Desfazedor, um ser ancestral criado para proteger o universo da entropia.
Eventualmente corrompido, ele começou a desfazer galáxias inteiras (um Galactus mais esfomeado) até ser confrontado pelo Tribunal Vivo e selado na infante terra.
Para impedir o despertar completo da criatura e a destruição do planeta, um time de heróis é selecionado para impedir a criatura.
Porém, seu poder é maior que o esperado, e para conter a criatura, uma última cartada desesperada é lançada: um portal para um universo onde um pulso eletromagnético impede toda a energia de funcionar. Com o portal aberto, o monstro é detido, porém toda a energia do planeta é dissipada.
Essa foi apenas a premissa inicial de Idade das Trevas. Criado especialmente para a saga, o Desfazedor é apenas um meio de acelerar o plot. Com a energia interrompida e grande parte do planeta destruída pelo despertar, cabe agora se reorganizar.
A trama então dá um salto de alguns anos, para que vejamos como está estabelecida um novo tipo de sociedade e quais são as ameaças enfrentadas nesse admirável novo mundo.
A trama é totalmente narrada pelo ponto de vista do Homem Aranha, que parece narrar para o leitor como é o dia a dia nas novas cidades criadas e como funciona a sociedade sem energia.
Obviamente, mesmo num mundo após o fim ainda existem ameaças, e aqui ela é representada pelas criaturas da noite como vampiros e lobisomens, e principalmente por aquele que governa a Europa com uma mão de ferro: Apocalipse.
A trama gira em torno das maquinações do vilão para tomar para si o poder do Desfazedor e como ele reuniu ao seu redor tanto heróis quanto vilões para alcançar esse objetivo e como os heróis irão se organizar para impedir essa ameaça que pode destruir esse novo mundo que eles lutaram para construir.
A trama tem o selo de aprovação “escrito por Tom Taylor” que garante pelo menos uma nota 3 bacons e daí avaliamos os 2 a mais, entretanto, a saga sofreu um atraso de 2 anos e foi o último trabalho do autor na Marvel, antes de ter assinado exclusividade com a DC Comics.
Só podemos supor como esse atraso e essa pressa da saída do autor pode ter afetado o andamento da história.
Vale a pena ler Idade das Trevas de Tom Taylor
Ainda que a trama seja bem interessante e traga um ar de novidade para a mesmice que vemos nas histórias, a história segue bem até certo ponto.
Se o plano inicial era que houvessem mais edições e foi necessário encurtar para que o autor pudesse cumprir seus compromissos ou se esse era o plano mesmo, o final da trama parece um tanto quanto corrido e anticlimático considerando tudo o que foi construído até então.
Nos pontos altos, a arte de Iban Coello combina muito com a trama desenvolvida por Taylor.
Além disso os personagens que recebem destaque na trama trazem uma combinação muito interessante de aliados e inimigos e por se tratar de uma história em um mundo paralelo, as apostas e riscos são bem mais altas e permanentes do que as supostas “mega sagas” que irão “mudar tudo” do universo regular.
No geral, ainda que o final seja um pouco mais aguado do que gostaríamos, a trama de Idade das Trevas de Tom Taylor não perde muito de seu brilho e seu ar de novidade, garantindo uma boa diversão para quem está procurando algo além do costumeiro Vingadores do Aaron.
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Avaliação: Bom!
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Créditos:
Texto: João Pedro Maia – JP
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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