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He-Man e os Mestres do Multiverso – Guia

Em 28 de Out de 2021 7 minutos de leitura

Eles têm a força! Versões alternativas de He-Man se unem para salvar o multiverso em minissérie. Lançada originalmente em 2020, ‘Mestres do Multiverso’ reúne diferentes encarnações do herói, desde o desenho dos anos 1980 até jogos lançados para celular

Ao que tudo indica, os Poderes de Grayskull voltaram com tudo. Após o lançamento de ‘Mestres do Universo: Salvando Eternia’, que põe, com todos os méritos, Teela no papel da principal guardiã de Eternia, He-Man está na crista da onda mais uma vez. Prova disso é que o herói voltou a ter quadrinhos publicados por aqui.

Recentemente, a Panini trouxe ao Brasil o encadernado ‘He-Man e os Mestres do Multiverso: Mestres dos Universos’, que compila a minissérie em seis edições escrita por Tim Seeley e desenhada por Dan Fraga e Tom Derenick para a DC Comics.

Grande fã da mitologia MOTU, o roteirista não poupa esforços para oferecer, ao longo das páginas, uma verdadeira viagem movida pela nostalgia. O gibi é uma verdadeira oportunidade de ver encontros entre as mais diferentes versões de He-Men e seus aliados e vilões. Ao mesmo tempo que tenta respeitar a saga de cada Eternia apresentada na HQ, Tim também aproveita para elaborar novos conceitos e amarrar algumas pontas deixadas.

Com uma trama até relativamente simples, já que, convenhamos, histórias que envolvem o Multiverso não são novidade, ‘Mestres do Multiverso’ consegue costurar em uma só linha do tempo as linhas de brinquedos da Mattel, as diferentes animações, radionovelas, o filme live action e até mesmo games inspirados em He-Man.

E como todo bom nerd, decidimos fazer uma espécie de guia com (quase) todas as versões do herói que aparecem no quadrinho. Uma ficou de fora propositalmente, pois representaria um baita spoiler, além de ser uma figura bem importante no contexto geral da mini. Mas vale avisar que alguns textos possuem algumas informações sobre a história.

Ah, já ia esquecendo o conselho do final do todo episódio: divirtam-se!

Índice

He-Man e os Mestres do Multiverso

Mestres do Multiverso Banner

Sideshow He-Man

A primeira versão alternativa do herói a dar as caras na minissérie é baseada em uma estatueta lançada pela Sideshow Collectibles em 2018. Esse He-Man possui uma aparência mais sisuda e bárbara, além de apresentar um cabelo mais longo e uma ombreira de metal. Reimaginado e redesenhado pela equipe criativa da empresa norte-americana de colecionáveis, esse He-Man foi comercializado em duas versões: uma escultura com capa e outra sem o apetrecho, mas acompanhado de um machado.

Anti-He-Man

Mestres do Multiverso

O grande vilão da saga é uma figura importante, e até mesmo querida, para os fãs alemães de Mestres do Universo. Criada em 1985 para uma radionovela do herói transmitida no país, a criatura é uma espécie de antítese de He-Man, algo parecido com o que ocorre entre Superman e Bizarro, por exemplo.

Corrompido pelo poder das trevas, esse príncipe Adam matou parte da sua família e se tornou o governante do Castelo de Hellskull, local onde encontrou o Orbe dos Horrores, artefato que o permite viajar por Eternias paralelas em busca do controle total do multiverso.  Entre os fãs, é apontado que a inspiração para a criação do Anti-He-Man veio do He-Man Negativo, personagem que surgiu em 1984 para a HQ ‘Masters of The Universe’, também feita para a Alemanha.

Tapping He-Man (ou ‘o He-Man que olha pra cima’)

Desde que foi apresentada pela primeira vez, a mitologia de He-Man e seus amigos já foi adaptada para diferentes mídias, inclusive para o mundo dos jogos eletrônicos. Em 2016, o herói foi a estrela de ‘Tappers of Grayskull’, game desenvolvido pela Animoca Brands e lançado para Android e iOS.

O RPG consiste basicamente em cliques para derrotar os vilões. Com uma aparência mais caricata e bem-humorado, essa versão fofinha de Adam parece desafiar as leis da física e parece ter certa noção que seu universo é diferente dos demais, já que por lá Esqueleto e seus capangas, além de ficarem gigantes, “soltam” números no ar quando atingidos pela espada mágica, como pontuações.

He-Man Live Action (ou ‘o He-Man que olha para baixo’)

Talvez quem seja mais novo não saiba, mas He-Man já teve um filme live-action. Com o brucutu Dolph Lundgren no papel principal, o longa estreou em 1987 com o título original de ‘Masters of the Universe’. Fracasso comercial à época, a película hoje é considerada cult, mas segue dividindo opiniões, já que a trama altera muitos elementos da franquia. 

Com um clima mais sombrio e voltado para a ficção científica, o filme leva a guerra entre He-Man e Esqueleto para a Terra, onde os heróis de Eternia ganham ajuda de dois adolescentes. Apontado por John Byrne como uma grande homenagem a série ‘Novos Deuses’ de Jack Kirby, o próprio diretor Gary Goddar confirmou anos mais tarde que o longa foi sim muito inspirado em diversas obras do Rei dos Quadrinhos. Pessimista e violento, porém altruísta, o He-Man desse universo é o grande líder da missão que visa salvar o multiverso.

He-Man do espaço sideral

Mestres do Multiverso

Apesar de ser considerada uma continuação da animação clássica, a série que estreou em 1990 não foi tão bem recebida por fãs e crítica. Uma das principais reclamações foi a mudança drástica de tom. Na trama, He-Man é enviado ao futurístico planeta Primus para defendê-lo dos malignos Mutantes de Denebria. Porém, o herói é seguido por Esqueleto, o que leva toda a eterna batalha entre os rivais ao espaço sideral. Nesse universo, o herói usa e abusa de apetrechos tecnológicos (e de um rabo de cavalo), mas deixar de lado sua famosa espada. Já seu arqui-inimigo se torna uma espécie de ciborgue.

A bordo da nave espacial Eternia, Adam forja novas alianças, enquanto atua ao lado dos Guardiões Galácticos. Com um design voltado para cenários de ‘Star Wars’ e ‘Jornada nas Estrelas’, ‘As Novas Aventuras de He-Man’ até hoje divide a opinião de admiradores da franquia. Tanto a linha de brinquedos como o desenho tiveram vida curta: a animação durou apenas 65 episódios, enquanto a produção dos bonecos foi encerrada em três anos.

He-Man do Século 21

Mestres do Multiverso

Após quase uma década sem novos lançamentos, He-Man e os Mestres do Universo voltaram com tudo em 2002. Primeiro, com uma nova linha de brinquedos e logo depois com uma nova série animada. Homenageando e expandindo elementos do original, o desenho retornou a Eternia e reapresentou a mitologia clássica da luta das forças do bem contra Esqueleto.

A trama e suas ramificações, que se estenderam em quadrinhos e videogames, também se destacaram por explorarem e apresentarem conceitos antes nunca vistos, como a origem de muitos personagens. Também houve espaço para novos aliados e adversários. Apesar disso tudo, a animação teve vida curta no Cartoon Network: apenas 39 episódios divididos em duas temporadas. Em ‘Mestres do Multiverso’, acompanhamos o destino de Eternia de onde a série parou em 2004, com a ameaça dos Homens-Cobra e Adam utilizando uma nova armadura.

He-Man clássico (ou ‘He-Man alegre demais’)

Essa versão dispensa apresentações, afinal, é o He-Man que todos conhecemos e adoramos. Diretamente do desenho original de 1983, príncipe Adam, Feiticeira, Teela, Gato Guerreiro e Gorpo são mostrados no gibi como foram eternizados na série animada da Filmation que durou 130 episódios.

Considerada um porre pelos demais He-Men, essa Eternia é mostrada como uma terra inocente e alheia ao terror da morte, onde o herói e os Defensores do Universo passam grande parte dos seus dias enfrentando as forças do mal lideradas por Esqueleto, cujo grande objetivo é conquistar a misteriosa fortaleza de Castelo de Grayskull. E o roteirista Tim Seeley abusa de referências a série clássica, inclusive com as famosas lições de moral apresentadas ao fim de cada capítulo. Como se era de imaginar, esse He-Man é fundamental na luta contra o Anti-He-Man.

Só para contextualizar, o desenho ‘He-Man and the Masters of the Universe’ estreou na década de 80 baseada na linha de brinquedos lançada pela Mattel na época. A produção, que conquistou o coração dos fãs, é considerada um celeiro de grandes artistas que trabalham na indústria pop até hoje, como Paul Dini e J. Michael Straczynski. No Brasil, a série fez tanto sucesso que ganhou até música própria escrita pelo hit maker Michael Sullivan e gravada pela banda infantil Trem da Alegria.

He-Man Primordial

Antes da Filmation apresentar a mitologia que hoje faz parte do imaginário dos fãs, He-Man teve uma origem totalmente diferente. Foi nos minis quadrinhos que acompanhavam os primeiros brinquedos dos heróis, lançados pela Mattel em 1981, que os leitores deram de cara pela primeira vez com as aventuras do defensor de Eternia, ainda retratado como um bárbaro errante. Considerada a Eternia primordial, esse universo é considerado essencial para os planos malignos de Anti-He-Man.

Por conta das Grandes Guerras, que devastaram as civilizações que antes governavam o local, os habitantes desse mundo se esforçam para sobreviver em condições primitivas, enquanto pessoas selecionadas armazenam e utilizam o maquinário e tecnologias que sobraram do passado. A curiosidade aqui fica por conta do He-Man ‘primordial’ possuir apenas metade Espada Mágica, enquanto Esqueleto é dono da outra parte.

Rei Adam

Após passagem por diversas outras editoras, como Marvel e Dark Horse, os quadrinhos do herói de Eternia voltaram a ser publicados pela DC Comics em 2012. E a editora usou e abusou dos conceitos em duas novas séries inéditas. Além de trazer de volta personagens e elementos clássicos, ‘Masters of the Universe’ e ‘He-Man and the Masters of the Universe’, que chegaram a ter roteiro de Geoff Johns, trataram de apresentar novidades e explorar a fundo alguns pontos das vidas dos defensores e dos vilões de Grasyskull.

Até mesmo crossovers com o Universo DC e com os Thundercats foram lançados. No entanto, o ponto alto dessa retomada é ‘Eternity War’, saga que segue inédita por aqui. Para evitar muitos spoilers, podemos resumir a trama como uma guerra que envolve todos os personagens, inclusive She-Ra. No fim, alçado ao posto de rei, Adam, já apresentado como um homem mais maduro e ostentando um novo traje, decide compartilhar os poderes de Grasykull com outros heróis. É justamente desse ponto que Tim Seeley nos apresenta a equipe He-Força, composta por:

He-Sol

He-Sol foi desenvolvido como uma homenagem a Sun Man, personagem criado por uma mãe na década de 80 que buscava mais representatividade dentro do mundo dos brinquedos. Inspirada pelo filho, Yla Eason, abriu a própria empresa, a Olmec Toy, especializada em bonecos para crianças negras, hispânicas, nativo-americanas e asiáticas.

Zak

Mestres do Multiverso

Uma fusão entre o Gato Guerreiro e He-Man, Zak é fruto da imaginação de Tim. O personagem foi desenhado por ele quanto tinha apenas seis anos.

Hi-Ra

Inspirada nos designs originais de She-Ra, a personagem traja roupas bem parecidas com a de He-Man, além de ostentar um escudo e símbolos mágicos em uma das mãos.

Valente Tina

Apesar do nome remeter a Teela, essa personagem foi batizada em homenagem a filha do próprio Tim. Com uma aparência que mescla traços latinos e nativo-americanos, a super-heroína é retratada como uma das mais leais ao Rei Adam.

Plantino

Com o sucesso mundial de He-Man, era de se esperar que o guerreiro e seus companheiros ganhassem, digamos, versões ‘paralelas’ não apenas nos quadrinhos, mas também no mundo real. Plantino foi criado por Tim como uma homenagem a linha de brinquedos argentina Fuerza T, que remodelou grande parte dos Mestres do Universo em novos personagens “originais”.

He-Wo

He-Wo é uma combinação de designs de He-Man e de Squinch, personagem apresentado no desenho da Filmation. Desenhado no estilo caricato, o pequeno herói é apontado como uma espécie de alívio cômico.

‘He-Man e os Mestres do Multiverso’ foi lançada em edição encadernada pela Panini Comics em setembro de 2021. A HQ, tem capa dura, possui 144 páginas e custa R$ 57,90.

Não deixe de conferir nossa matéria sobre Mestres do Universo – Salvando Etérnia clicando aqui!  

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Créditos:
Texto: Gustavo Sleman
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse

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