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Happy Hour – Verdades e Consequências – O Ultimato

Em 28 de Mar de 2019 3 minutos de leitura
Happy Hour – Verdades e Consequências
Ano: 2019 Distribuição: Imovision
Estreia: 28 de Março

Direção: Eduardo Albergaria

Roteiro: Eduardo Albergaria, Ana Cohan, Carlos Arthur Thiré, Fernando Velasco    

Duração: 104 Minutos  

Elenco: Letícia Sabatella, Pablo Echarri, Luciano Cáceres

Sinopse: “Após um acidente, Horácio (Pablo Echarri) muda completamente suas perspectivas de vida e decide confessar para sua esposa, Vera (Letícia Sabatella), que deseja ter relações com outras pessoas, embora ainda queira continuar o casamento. Confusa e inserida em um momento profissionalmente complicado, ela não gosta da ideia mas percebe que precisa, mais do que nunca, continuar seu casamento.”

 

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

Na levada de um tango argentino, Happy Hour – Verdades e Consequências envolve e conduz o espectador, tratando com paixão e bom humor os dilemas da relação humana

Primeiro longa do diretor Eduardo Albergaria comete alguns pecados, mas de maneira geral surpreende pela boa qualidade

por Alexandre Baptista

 

Happy Hour – Verdades e Consequências, primeiro longa do diretor brasileiro Eduardo Albergaria que estreia amanhã, 28 de março nos cinemas é um filme realizado em uma parceria Brasil-Argentina, estrelando o portenho Pablo Echarri (interpretando o professor universitário Horácio) e a mineira Letícia Sabatella (a deputada e candidata a prefeita, Vera Luz), com participação de outro portenho, Luciano Cáceres (no papel do excelente Ricardo).

A mescla funciona muito bem, com as mudanças de idioma passando do português para o espanhol através é claro, do portunhol, e a estrutura narrativa, bem como o clima geral do filme, se assemelhando muito ao tango argentino.

No entanto, em Happy Hour – Verdades e Consequências, o “tango” é menos trágico e menos dramático, cedendo espaço a excelentes alívios cômicos, mais engraçados que recentes filmes de “comédia” nacionais e deixando o longa com uma característica verdadeiramente única.

Um detalhe interessante acerca de um dos personagens – o bandido “Aranha” (Pablo Moraes) – do ponto de vista da direção e produção é que, sempre que está em tela, os ângulos de filmagem, a fotografia e a trilha sonora evocam os blockbusters de super-heróis, com aquela sensação de algo épico para acontecer, numa metáfora interessante sobre o imaginário humano, o ego e as conexões invisíveis no jogo das relações – amor, amizade, poder.

Aproveitando para mencionar a trilha sonora, com presença de Secos e Molhados e Carlos Gardel, é uma das melhores surpresas do filme, se colocando de maneira sutil mas precisa nas cenas, apoiando a narrativa de maneira exemplar sem atrair atenção demasiada para si.

A fotografia é interessante embora não seja inovadora, cumpre seu papel e caracteriza bem a cidade do Rio de Janeiro; em especial, a Urca e a Zona Sul. Aliada à recorrente piada sobre o Pão de Açúcar, ela é determinante para o clima geral de estranhamento do “estrangeiro morando no Brasil”, imprescindível para a narrativa.

Falando sobre os pequenos pecados de Happy Hour, nota-se que a continuidade falha algumas vezes durante o filme. A cena em que Horácio “captura” o Aranha é mostrada duas vezes e elas são bastante diferentes. Em determinado momento no longa, Vera Luz realiza um corte de cabelo radical; momentos depois, seu cabelo já está crescido novamente; volta a ficar curto e longo mais algumas vezes durante o filme. Talvez os “erros” sejam propositais e tenham alguma função metafórica, sejam alguma chave de leitura, mas confesso que o significado, caso seja esse o intuito, é sutil demais para ser percebido, dando ao espectador a impressão de um pequeno descuido da produção.

As atuações do trio principal são bem convincentes, segurando as pontas em cenas em que há a necessidade do núcleo “estudantil” do filme – que deixa a desejar, mas não interfere. O núcleo dos políticos também destoa um pouco, com uma interpretação menos naturalista e mais teatral; no entanto, por representarem a classe política e as artimanhas e alianças por interesse, a estratégia (embora talvez não intencional), funciona bastante e acrescenta à qualidade do filme.

Destaque para o Ricardo de Luciano Cáceres, caricato na medida precisa, divertido e convincente em todos os aspectos, tornando-se o típico coadjuvante que “rouba a cena”.

A direção de Eduardo Albergaria é coesa e seu roteiro é bastante interessante. É um excelente filme de estreia como diretor – apesar da vasta experiência de Albergaria na produção, direção para TV etc. – e mostra seu grande potencial para filmes que saem do lugar comum.

A conclusão de Happy Hour – Verdades e Consequências apresenta ainda algumas reviravoltas interessantes e uma reflexão um pouco mais subjetiva e menos didática que no restante do longa – que critica a mídia e o imaginário popular acerca da fabricação de “heróis” e a deificação e enaltecimento de figuras públicas; talvez desnecessária, mas que obriga o espectador a alterar sua compreensão da trama.

Com estreia amanhã, 28 de março, Happy Hour – Verdades e Consequências é uma boa opção de um filme nacional com uma pitada de filme argentino.

 

 

Avaliação: Bom

 

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Trailer

 
Cena Inédita 1
 
Cena Inédita 2
 
 
 

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