Ultimato do Bacon

Guerras Infinitas chegou ao fim, e aparentemente a criatividade dos roteiristas também

Em 30 de Dez de 2018 4 minutos de leitura

Por João Pedro

Não é segredo para ninguém que a Marvel há muito tempo adotou a política de lançar mega saga atrás de mega saga com o objetivo de aumentar as vendas, gerar mudanças de status quo, gerar propaganda (normalmente através de uma “morte” extremamente alardeada), criar novos personagens, e por aí vai. E isso não mudou com a chegada de “Guerras Infinitas”.

A principal força motriz da saga (assim como de qualquer outra que envolva “Infinito” no título) são as joias do infinito. Depois da morte e reconstrução do universo Marvel em “Guerras Secretas”, as joias tornam a reaparecer (curiosamente elas se alteraram para parecer mais com as contrapartes do cinema, quem poderia imaginar não é mesmo?). A partir daí temos o de praxe: uma correria por parte de diversos personagens para obter as pedras.

A partir daqui esteja avisado de que o texto conterá spoilers:

 

Infinity Wars é inédita no Brasil, você pode comprar a versão digital pela Comixology clicando na imagem. 

 

Mais uma vez só para não dizerem que não foram avisados…

 

Ok, vamos lá

Antes do início da saga propriamente dita, temos a “Contagem Regressiva” que lida justamente com o reaparecimento das joias e as primeiras batalhas pela posse delas. Dentre os pontos que merecem destaque, estão a inusitada aliança entre Kang e Adam Warlock, que se unem para prevenir o que é chamado de “Final Infinito”, e a separação dos Guardiões da Galáxia, uma vez que Gamora se torna desesperada para obter a joia da alma e recuperar a parte de sua alma que se encontra aprisionada lá. Outro ponto importante é que em sua busca para recuperar a joia da alma das mãos de Ultron e também impedir os planos de domínio universal do vilão, Warlock se une ao Surfista Prateado, mas é apenas a intervenção de Galactus que consegue pôr um fim as ambições do vilão, entretanto este acaba regredindo ao status de Devorador de Mundos (Galactus foi transformado em Semeador de Mundos num dos arcos iniciais dos Supremos da Totalmente Nova e Diferente Marvel). Por fim, como era de se esperar, uma cruzada pelas joias do infinito não poderia ser feita sem a participação do titã louco favorito da galera: Thanos. Entretanto, sua busca pelas joias é interrompida antes de se iniciar quando ele é brutalmente assassinado por Réquiem. Enquanto isso, em outro ponto do universo, Loki busca por respostas a respeito de partes de sua história que desapareceram.

Iniciando as “guerras” propriamente ditas, o Doutor estranho reúne os atuais possuidores das joias na intenção de criar uma nova Guarda Infinita e mantê-las separadas para evitar que caiam em mãos erradas. É então que eles são atacados por Réquiem, revelada ser Gamora em posse da joia do poder que ela roubou do Senhor das Estrelas anteriormente. Gamora prova-se uma adversária extremamente capaz, rapidamente derrotando os heróis e vilões reunidos e juntando todas as 6 joias. Gamora então finalmente abre a joia da alma e recupera o pedaço perdido de si mesma. Declarando que Devondra deve ser alimentada, ela aprisiona todo o universo dentro da joia da alma, reduzindo seu tamanho através da fusão de diversas almas. É então que surgem os heróis de fusão que viraram notícia pelo mundo. Temos personagens como Capitão Supremo (a fusão do Capitão América e do Doutor Estranho), o Martelo de Ferro (Homem de Ferro e Thor), Cavaleiro Aranha (Homem Aranha e Cavaleiro da Lua). Gamora então é abordada por Loki, descobrindo em sua mente a intenção de investigar a “Fonte da Criação”, ocultada pela “Fonte dos Deuses”. Gamora então joga Loki na joia da alma e parte para a fonte.

 

 

 

Não vou descrever toda a saga em detalhes, porque isso tornaria o texto longo e maçante. Num breve resumo, Loki reúne alguns heróis e usando as joias do mundo da alma ele escapa e encontra Gamora, roubando as joias dela e entrando na fonte, encontrando diversos celestiais. Seus questionamentos e as respostas obtidas permanecem incógnitos para os leitores. Enquanto isso, no mundo fundido os heróis conseguem conter Devondra, e levando em consideração conflitos éticos a respeito do que fazer com as histórias criadas pelas fusões, os heróis decidem criar um novo universo, onde os novos heróis criados pelas fusões poderão continuar suas vidas, enquanto os heróis originais serão restaurados. Outro ponto relevante da saga acontece aqui, quando Drax se sacrifica para manter os portais abertos para que todos escapem enquanto o mundo da joia da alma é destruído. Finalizando, os heróis começam a debater o que fazer com as joias do infinito, uma vez que a existência delas inevitavelmente levará a conflitos pela sua posse. É então que Warlock resolve tentar algo novo, e concede a cada uma das pedras uma alma, e cada uma delas se espalha pelo universo. Fechando a edição, Gamora encontra um Magus renascido e parte com ele.

 

Bom, como eu mencionei, as sagas da Marvel têm como objetivo mudar o status quo da editora, lançando diversos questionamentos que serão respondidos ao longo do tempo, sejam em arcos de alguns heróis, ou até mesmo culminando em outra saga (é um ciclo sem fim). “Guerras Infinitas” não é diferente: como eu mencionei, Loki encontrou alguma coisa na “Fonte da Criação” que permanece em segredo, e que provavelmente será explorado em breve. Além disso, falta descobrir as ramificações da decisão de Warlock de conceder uma alma a cada uma das joias, além do retorno de Magus sob os cuidados de Gamora. Como uma consequência a ser explorada de maneira mais imediata está a dissolução dos Guardiões da Galáxia e o vácuo deixado pela morte de Thanos. Essas duas questões serão abordadas a partir de janeiro quando chega às bancas novo volume de Guardiões da Galáxia.

Em termos práticos, as mega sagas da Marvel já estão desgastadas a muito tempo. Temos diversas sagas interessantes e divertidas, como Guerra Civil e Guerras Secretas, outras que ainda que não tão bem avaliadas pelo público deram origem a arcos muito interessantes, como Invasão Secreta que deu início ao Reinado Sombrio. Resta aguardar que “Guerras Infinitas” caia nessa categoria, uma vez que a história é apressada e confusa. A necessidade de deixar pontas soltar com mistérios que podem levar anos para serem desvendados acabam deixando a saga cheia de furos e enfadonha, uma vez que você sente que está lendo um material inacabado. As mortes apresentadas na saga não parecem ter o peso necessário, parecendo apenas um jeito fácil de se livrar de personagens, e os heróis de fusão gerados pela saga, numa tentativa descarada de vender tie-ins, não tem tanto carisma. Eu particularmente aguardo muito mais ansioso pelo futuro retorno das joias, dotadas de alma, do que espero o lançamento de um novo volume do universo de fusão.

Gerry Duggan é um excelente autor, com ótimos arcos lançados pela Marvel, como seu run em Deadpool e nos Fabulosos Vingadores. Entretanto, uma mega saga cósmica talvez estivesse um pouco fora de sua zona de conforto.

 

Infinity Wars está disponível na Comixology

 

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