Ultimato do Bacon

Godzilla II: precisamos falar sobre aquela cena

Em 8 de Jun de 2019 4 minutos de leitura

Para quem não sabe, Kong: Ilha da Caveira (Kong: Skull Island, 2017) faz parte do MonsterVerse da Legendary. E muito mais que jogar o nome Ilha da Caveira a cada momento possível para promover Godzilla vs Kong a ser lançado ano que vem (adiado para 2021), Godzilla II: Rei Dos Monstros (Godzilla: King of the Monsters) conecta o universo de maneira bem mais profunda (hehe).

Estamos falando sobre uma das teorias mais fascinantes sobre o formato da Terra. E não é a terra plana, essa só é uma teoria bem chata mesmo. Quase tão antiga quanto a noção de que a terra é redonda, existem teorias de reinos subterrâneos. Mencionada em diversas mitologias, desde a grega até a cristã, as camadas inferiores do planeta serviriam de acesso para os reinos do submundo como o Hades (o reino não o deus) e o inferno.

Essa é a chamada teoria da “terra oca”. E como eu disse, é bem mais interessante que a teoria da terra plana. Quem ia querer um filme em uma terra plana?

[Nota do editor: os fãs de Terry Pratchett e do Discworld, talvez]

A teoria, que não faz muito sentido debatermos aqui, afinal isto é um site de cultura pop e não ciência, serviu de base para a criação de diversas histórias, sendo uma das mais famosas o clássico de Júlio Verne lançado em 1864: Viagem ao Centro da Terra.

Mas o que isso tudo tem a ver com Godzilla II, Kong e o MonsterVerse?

Bem, para quem não se lembra ou não viu Kong: Ilha da Caveira, parte do motivo que leva os personagens a irem para a ilha titular é a chance de investigar e provar a teoria da terra oca de Houston Brooks. Personagem que inclusive aparece novamente em Godzilla II.

Eis que depois da primeira luta contra Ghidorah e estando gravemente ferido pela interferência humana na batalha, Godzilla retorna para seu lar subterrâneo. Numa tentativa de ajudá-lo a se recuperar e com sorte derrotar Ghidorah, os pesquisadores tentam segui-lo sendo sugados por um dos “portais subaquáticos” criados pelos espaços da terra oca. Mais do que isso, eles se deparam com um imenso templo construído no fundo do mar.

Godzilla II apresenta diversos mistérios sobre o passado do planeta e dos titãs

A Legendary entre outras coisas alterou a origem dos kaijus, agora nomeados titãs. Ao contrário do Godzilla original, que assim como quase todo herói criado na época da Guerra Fria, tinha origem derivada da radiação, os titãs agora são anteriores a humanidade, estando na terra há milhões de anos e sendo reverenciados como deuses pelos primeiros humanos.

O templo debaixo d’água e o fato de que ele serve como casa para Godzilla é uma clara alusão a isso. Se ele afundou como a mitológica Atlântida (talvez em decorrência de um embate anterior dos titãs) ou se ele sempre foi subterrâneo, sendo inundado como consequência do passar das eras, ficou em aberto. Talvez para um outro filme ou uma HQ complementar.

O futuro (e passado) do MonsterVerse mostrado em Godzilla II

Como mencionamos aqui na matéria anterior, a Legendary tem grandes planos para o MonsterVerse. Ainda que tenha usado monstros clássicos como Mothra, Ghidorah e Rodan para atrair a atenção para este filme, todos os demais são originais. A inclusão da teoria da terra oca e a presença do templo submarino são evidencias claras de que seu universo compartilhado ainda tem muito o que explorar.

Será que a Legendary tem coragem de apostar em um filme passado entre as primeiras gerações de humanos que construíram templos para seres colossais que eles viam como deuses?

Outro ponto a ser questionado é o futuro da franquia. Eu menti, nós vamos falar da cena pós-créditos sim.

De acordo com a cena pós-créditos de Godzilla II, Jonah ainda está a solta e segue tendo planos para os titãs, incluindo Ghidorah.

Sim, Ghidorah morreu, mas uma de suas cabeças permanece. No outro post eu comentei que nos clássicos filmes da Toho alguns dos monstros encontraram uma nova força ao serem transformados em mechas, ou seja, se tornaram parte robôs. Mas assim como as origens nucleares, as transformações robóticas eram um produto da época, uma época que talvez já tenha passado.

Estamos agora na era da genética. Até mesmo os heróis tiveram suas origens atualizadas para o novo tempo. Peter Parker não é mais mordido por uma aranha irradiada, mas sim por uma aranha produto de experimentos de manipulação gênica. Durante o filme, Jonah é descrito como um ecoterrorista, que negocia em material genético dos titãs, com vários usos científicos para este material sendo descritos. Com os velhos titãs se ajoelhando perante Godzilla e provavelmente mantendo a paz entre eles e os humanos, será que não é hora de alguém trazer a vida novos titãs?

Não, não estamos falando desses Novos Titãs

Em suma, enquanto a Marvel reina com seu universo compartilhado e a DC e a Universal tentam estabelecer os seus (ainda que com alguns tropeços), a Legendary pode ter encontrado um excelente caminho de criar algo único e digno de nota.

Algumas pessoas podem não estar satisfeitas com Godzilla II: Rei dos Monstros, descrevendo em suas críticas que o filme não passa de uma batalha de seres gigantes com efeitos especiais (juro que não sei se isso é uma crítica ou a sinopse do filme), mas se os roteiristas corretos forem encontrados, o MonsterVerse pode ser muito mais que um episódio de Power Rangers.

 

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Créditos:
Texto: João Pedro Maia
Imagens: Reprodução
Edição: Alexandre Baptista
Matéria publicada originalmente em 08 de junho de 2019. Atualizada em 25 de janeiro de 2021.

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