Diretamente das telinhas, Go Go Power rangers de Ryan Parrott e Dan Mora traz para as páginas dos quadrinhos a história dos “jovens de atitude” originais, com uma profundidade jamais vista!
Go Go Power Rangers vol 1 lançado aqui pela Indievisivel Press compila as edições 1-4 da série da Boom Studios.
Dica para o leitor: existem duas séries de Power Rangers diferentes chegando por aqui (sem contar o crossover com as Tartarugas Ninja) então caso esteja na dúvida, confiram nosso texto explicando um pouco a dinâmica dessas duas séries!
Qual é a trama de Go Go Power Rangers vol 1 de Ryan Parrott e Dan Mora
A série de Go Go Power Rangers adota o Dia da Chegada, a libertação de Rita Repulsa, como o marco zero para sua narrativa. A trama se foca principalmente no presente dos jovens tendo que lidar com suas novas responsabilidade, mas também retorna ao passado para trazer ainda mais camadas de complexidade para Jason, Zack, Trini, Billy e Kimberly.
Eis a principal diferença entre o quadrinho e a série de TV: tudo aqui ganha novas dimensões. Os jovens não são tão unidimensionais como no seriado, assim como os vilões deixam de lado muito daquele tom pastelão que conhecemos. Rita, Goldar e até mesmo Finster, Squatt e Baboo ganham uma nova camada (principalmente Rita e Goldar, nem tanto o pobre Baboo).
Se passando literalmente nos primeiros dias dos jovens como rangers, o principal foco destas primeiras edições é mostrar como a vida deles foi afetada por seu novo papel de guardiões do planeta. Do dia para a noite os jovens de repente se veem forçados a guardar um enorme segredo de suas famílias.
Esse novo peso é mostrado principalmente na relação entre Trini e sua mãe e também no novo personagem criado exclusivamente para os quadrinhos, Matthew Cook. Apesar de “novo” para o público, Matt é um amigo de longa data dos jovens que se tornam os rangers, sendo que é através do namoro dele com uma recém-chegada na cidade Kimberly que os demais a conhecem, fechando o quinteto multicolorido.
Eventualmente, o nível de perigo e de aventura dos quadrinhos dos Power Rangers irão aumentar consideravelmente, porém, esse primeiro volume foca justamente na adaptação dos jovens.
Em como eles lidam com essa nova responsabilidade e em como eles aprendem a navegar suas relações interpessoais para conseguir morfar sem chamar atenção. Aliás, esse acaba sendo o principal desafio do grupo nesse primeiro volume. O que na série de TV sempre pareceu tão fácil, agora ganha novos níveis de dificuldades.
Conforme mencionado anteriormente, graças a liberdade criativa que o quadrinho recebeu, ainda que não possamos esperar grandes divergências do material fonte que é o seriado de TV, ainda podemos aproveitar a jornada para conhecer melhor os jovens, que agora, longe dos modelos relativamente “perfeitos” da série, agora são muito mais adolescentes comuns, com seus próprios medos e ansiedades e suas próprias bagagens para encarar. Afinal, a adolescência é naturalmente uma fase difícil, isso sem acrescentar o perigo mortal.
Se for necessário elencar qual o principal destaque deste primeiro volume, eu teria que escolher ninguém menos que a vilã. Menos caricata, Rita agora parece uma ameaça muito mais formidável, uma verdadeira conquistadora espacial. É claro, são os Power Rangers, ela ainda vai ser detida de alguma maneira, mas seus planos para exterminar os rangers agora são muito mais sombrios e perigosos, e as consequências, principalmente psicológicas nos jovens, muito mais presentes.
Em resumo, esse primeiro volume é extremamente introdutório e justamente por isso um excelente ponto de partida para esse novo universo, seja você um fã antigo da temporada Mighty Morphin ou alguém que esteja procurando uma nova leitura. Com um grande foco na construção de personagens, Go Power Rangers vol 1 de Ryan Parrott e Dan Mora consegue captar toda a nostalgia do seriado e acrescentar uma incrível dose de qualidade.
Confira também nossa review da HQ Klaus de Grant Morrison e Dan Mora.
Avaliação: Bom!
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Créditos:
Texto: Lucas Souza
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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