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Fate a Saga das Winx (2021)

Em 26 de Jan de 2021 4 minutos de leitura

Fate A Saga das Winx já apresenta logo de cara dois fatos que poderiam afastar as pessoas: primeiro é uma adaptação de um desenho infantil, e nenhum marmanjo gosta de admitir que algum dia viu desenho, que dirá de fadas. E em segundo lugar, é uma adaptação da Netflix, aquela que certamente teria feito Dragon Ball Evolution se já existisse na época.

Se alguém está cogitando assistir a série pelo saudosismo, passe longe, afinal, fidelidade não é um traço exercido na Netflix e não foi dessa vez que começaram, mas talvez seja isso que torna a série tão interessante em alguns momentos.

Diga adeus as cores e a inocência que marcaram o desenho 

Saiba mais sobre Fate a Saga das Winx

Não são necessários muito mais que os dedos de uma mão para contar os personagens que pelo menos mantém o nome de uma mídia para a outra: Bloom, Stella, Aysha, Musa, Sky e Riven. Mas em a Saga das Winx, a similaridade não vai muito além dos nomes.

Ao adaptar a Saga das Winx, a Netflix muda completamente o foco da coisa e resolve um dos principais calcanhares de aquiles de séries infanto juvenis como Power Rangers e várias da Disney: a criação de adolescentes perfeitos. No desenho em que se baseia, as Winx são adolescentes extremamente conscientes, com personalidades de alinhamento leal/bom e em alguns momentos extremamente unidimensionais.

É claro, algumas séries exageram focando o drama adolescente em “o mundo inteiro está contra mim”, mas considerando o mundo fantástico de a Saga Winx, essa afirmação talvez seja ligeiramente mais real, e as inimizades de um colégio de poderosas fadas realmente podem ser mais mortais do que as picuinhas adolescentes das séries humanas.

as adolescentes de a saga das winx são muito mais palpáveis que as do desenho

Cinco adolescentes “comuns” com personalidades distintas precisam aprender a conviver umas com as outras

Ainda que “relacionáveis” seja uma palavra difícil para se usar numa série adolescente de fadas, a adaptação das personalidades realmente as aproxima mais do público. Por mais velho que você seja, você já foi adolescente e pode se lembrar de como mesmo que você não fosse o mais dramático você tinha amigos que pareciam estrelar sua própria novela da Globo.

Qual a trama de Fate a Saga das Winx

A premissa inicial é mais ou menos mantida por alto. Bloom é uma jovem que veio do mundo humano, descobrindo ser uma fada apesar de ter sido criada por pais normais. Como eu disse, a Saga das Winx puxa as coisas para o mais sombrio, então o amigável incidente do desenho é substituído por um acidente causado pelas emoções de uma adolescente em crise com poderes que, veja só, são controlados pelas emoções.

Bloom descobre ser uma fada do fogo de maneira bem traumática na série

Antes de falarmos dos demais personagens, falemos também das mudanças do mundo das Winx. Diga adeus a Torre Nebulosa, e a Fonte Vermelha. Não há a distinção entre as bruxas e os especialistas passam a ser treinados em Alfea para agir em conjunto com as fadas. E sem armas de laser (ao contrário de magia, um sabre de luz aparentemente seria fantasia demais).

Além disso, apesar de ser um mundo mágico, os adolescentes não precisam deixar de ser adolescentes normais, uma vez que celulares estão presentes na trama, com menções a uso de apps populares como Instagram e Snapchat. Além disso, para que “pó de fada” se os rebeldes podem ter acesso a boa e velha marijuana.

As mudanças com relações a essas modernidades não atrapalham a trama, caindo muito bem para agilizar a comunicação entre as nossas intrépidas protagonistas.

Falando em relação a elas, muito se comentou sobre a escolha de trocar Flora por Terra. Não vamos entrar nesse mérito, mas a inclusão de uma personagem fora dos padrões (aqui a galera grita “lacração” e fecha o texto) serve para acentuar esse distanciamento de um desenho onde tudo é branco e preto para uma série onde adolescentes são adolescentes independente de seus poderes mágicos.

A Saga das Winx com todas as suas visíveis mudanças acaba esbarrando em um erro comum de séries adolescentes: os adultos. Assista uma ou assista dez, quando se mistura uma pitada de fantasia, acabamos nos deparando com os adultos que sabem demais e acabam ocultando muitos segredos que fazem o plot girar. Segredos dos adultos são os MacGuffins das séries adolescentes.

São esses segredos que permitem que o mal de a Saga das Winx tome forma. A princípio, são os sussurros, até que eventualmente nós, o público, finalmente entendemos junto com as jovens o que se passa. A luta ainda é entre o bem e o mal, mas graças aos tons de cinza introduzidos na série, os personagens deixam de ser os insossos unidimensionais do desenho.

Para aqueles que estão se perguntando sobre o romance, afinal é uma série adolescente, ele está lá. Mas não da forma direta do original com um “príncipe” para cada fada, já que a Saga das Winx lida com “realismo”, há intrigas, há interesses não correspondidos, há flertes alcoolizados, tudo bem longe da idealização infantil apresentada na material fonte.

As espadas laser dão lugar a espadas de ferro para os especialistas

E afinal, qual é a ameaça desses seis episódios lançados? Ora, se dissesse, eu daria spoilers. Mas eu já dei uma dica: segredos. Como dizem por aí, as coisas que tentamos enterrar tem uma tendência de voltar para nos assombrar.

No final, Fate a Saga das Winx se prova um produto completamente novo que pode tanto surpreender quanto chatear os antigos fãs, mas é o bastante para entreter os corajosos o bastante para dar uma chance (e convenhamos, se veio até este ponto do texto, pelo menos balançado você está). Uma segunda temporada com certeza seria merecida e uma chance de expandir ainda mais este universo mágico que preenche um slot até então vazio de seriados do tipo.

 

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Créditos:
Texto e Edição: João Pedro Maia 
Imagens: Reprodução
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