Ultimato do Bacon

Duas Rainhas – O Ultimato

Em 2 de Abr de 2019 3 minutos de leitura
Duas Rainhas (Mary Queen of Scots)
Ano: 2018 Distribuição: Universal
Estreia: 04 de Abril de 2019 (Brasil)  

Direção: Josie Rourke

Roteiro: Beau Willimon (roteiro); baseado no livro "Maria, Rainha dos Escoceses" de John Guy

Duração: 124 Minutos  

Elenco: Saoirse Ronan, Margot Robbie, Jack Lowden, Guy Pearce, David Tennant 

Sinopse: “Mary (Saoirse Ronan), ainda criança, foi prometida ao filho mais velho do rei Henrique II, Francis, e então foi levada para França. Mas logo Francis morre e Mary volta para a Escócia, na tentativa de derrubar sua prima Elizabeth I (Margot Robbie), a Rainha da Inglaterra.”

 

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

Duas Rainhas, belíssima estreia de Josie Rourke na direção, é um filme bem executado e nitidamente feminino

Baseado no livro Maria, Rainha dos Escoceses do historiador John Guy, longa explora a relação de Elizabeth I e Maria Stuart

por Alexandre Baptista

 

A história de sucessão do trono inglês, especialmente durante o século XVI, é rica em sub tramas, traições, acordos e tratados, num clima de desconfiança e reviravoltas inesperadas que, não fosse a ausência de dragões e caminhantes brancos, poderia ser confundida com um roteiro de Game of Thrones.

Nesse período, duas figuras despertam particular interesse: a rainha Maria da Escócia, também chamada Mary Stuart (que inspirou George R. R. Martin na criação de Sansa Stark) e a Rainha Isabel I de Inglaterra, conhecida como Elizabeth I (inspiração para Daenerys Targaryen).

As cortes das duas rainhas ainda inspiraram diversos outros personagens dos livros e da série (Tyrion Lannyster, Petyr “Mindinho” Baelish, o Alto Pardal, Margaery Tyrell, etc.) e, talvez justamente por essa natureza instigante, esse período seja tão comumente representado nos cinemas em diversos longas.

Duas Rainhas (Mary Queen of Scots), que estreia no Brasil na próxima quinta-feira, 04 de abril, oferece no entanto um novo viés na relação entre as duas governantes com a sutileza do olhar e da direção feminina de Josie Rourke.

A trama, centrada em Mary Stuart após seu regresso da França para a Escócia, estabelece na figura de Elizabeth I, sua prima, o único verdadeiro contraponto à Majestade dos Escoceses (e verdadeira herdeira do trono inglês), fazendo com que o título nacional faça até mais sentido que o original: duas mulheres que ocupam a posição mais alta da corte de seus países, forçadas a abdicar de vontades e desejos pessoais, odiadas por seus conselheiros pelo simples fato de não serem homens e pressionadas pelo povo, pela corte e pelas expectativas da sociedade e de si mesmas.

Um dos pontos mais fortes do longa é justamente essa característica: uma forte história, contada por mulheres, com um ponto de vista exclusivamente feminino e sem a necessidade de subterfúgios ou situações forçadas. Uma trama que se desenrola de maneira orgânica, expondo realidades duras e frias de uma sociedade em que a quase exclusividade do poder era masculina.

Além disso, a produção do longa também capricha nos penteados e maquiagem, categoria em que foi inclusive indicado ao Oscar. As cenas parecem o tempo todo sugerir uma espécie de competição entre as duas rainhas acerca de seus cabelos e aparência, num espetáculo visual muito interessante, que mistura vaidade, poder, inteligência e estratégia militar e política.

Assim também é o figurino, exuberante e buscando reproduzir à perfeição as roupas e trajes de época.

Já a trilha sonora de Max Richter é competente e sutil apesar de não trazer elementos memoráveis, apoiando com qualidade o ritmo do filme.

O elenco é impecável, com uma interpretação apaixonante por parte de Saoirse Ronan (Mary) e a impressionante Elizabeth I de Margot Robbie – convincentes, marcantes e impecáveis. Destaque também para Guy Pearce no papel de William Cecil, numa interpretação com qualidade muito superior a que estamos acostumados a receber do ator; e David Tennant, no papel de John Knox, em uma excelente participação do ator escocês.

De modo geral, Duas Rainhas seria o típico filme para premiação no Oscar, com todos os elementos que a Academia busca nos longas que premia. Porém, o filme acaba sendo “básico demais”, com ângulos e takes tradicionais, competentes, mas pouco inovadores ou ousados; uma trilha sonora comum para o gênero; um roteiro bem alinhavado, mas sem grandes ganchos emocionais; tudo isso justamente em um ano em que tivemos A Favorita (The Favourite) entre os pré-selecionados, preenchendo o espaço de “filme de época” de maneira inquestionável, inovadora e irretocável.

Ainda assim, Duas Rainhas é um filme interessante por seu ponto de vista dos fatos históricos que ecoam de certa forma até hoje e demonstra o excelente domínio de Josie Rourke em sua estreia como diretora em uma indústria que, em muitos momentos, ainda se comporta como uma corte do século XVI.

 

Avaliação: Bom

 

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Trailer:

 
 
 

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