| Cavaleiros do Zodíaco (1ª Temporada) | |
| Ano: 2019/2020 | Distribuição: Netflix |
| Estreia: 23 de Janeiro |
Direção: Yoshiharu Ashino Roteiro: Eugene Son Baseado em: Saint Seiya por Masami Kurumada |
| Duração: 23 min/ep |
Elenco: Hermes Baroli, Élcio Sodré, Francisco Bretas, Leonardo Camilo, Ursula Bezerra, Letícia Quinto, Marcelo Campos |
Sinopse: Seiya e os Cavaleiros do Zodíaco estão de volta para proteger a reencarnação da deusa Atena, mas uma obscura profecia paira sobre todos eles.
[tabby title=”João Maia”]
Com o lançamento da segunda metade da temporada 1, é hora de fazer um balanço da adaptação de Saint Seiya pela Netflix.
por João Maia
Muito se debateu sobre as mudanças que a Netflix optou por realizar em sua adaptação da série Cavaleiros do Zodíaco, popular anime dos anos 90. Entre as mudanças mais polemicas, que não sabe aqui debater, estão a troca do sexo do personagem Shun de Andrômeda. Mais que isso, muitos fãs ficaram de queixo caído ao ver a inclusão de um elemento “humano” entre os antagonistas da série: o exército de Vander Guraad.
Essa talvez tenha sido a parte mais controversa da primeira metade da temporada, muito mais que a troca de sexo ou até mesmo a talvez problemática profecia. Muito tempo foi gasto estabelecendo uma nova mitologia para os cavaleiros além de ser necessário embasar o novo vilão. Vilão este que pode ser um grande desvio do mangá, mas que incorpora também um elemento bastante problemático do anime clássico: os cavaleiros de aço.
Ao perder um precioso tempo com essa nova história, muito do que os fãs consideram importante foi perdido, deixando de lado por exemplo toda a pompa do Torneio Galáctico em favor dessa nova visão fundida de cavaleiros negros/cavaleiros de aço, e principalmente, o ponto baixo dos 6 primeiros episódios foi o abandono por parte da nova animação de toda a empolgação presente no duelo entre Seiya e Shiryu.
A história começa realmente a empolgar no sexto episódio, dedicado a contar a história de Ikki de Fênix e que segue mais fielmente o mangá. O mesmo estilo foi adotado agora para os últimos 6 episódios, mantendo a animação bem mais próxima do material fonte. Considerando-se que o tempo continua resumido, o arco dos cavaleiros de prata foi consideravelmente encurtado, com alguns personagens deixados de fora, mas sem perder a essência: mesmo no mangá, alguns cavaleiros de prata só servem para serem derrotados e mostrar o crescimento dos protagonistas. O que é importante está lá (confiram nossa matéria sobre as cenas mais empolgantes).
Conforme mencionado anteriormente, Vander Guraad surge como um novo inimigo dessa nova geração, mas incorpora não apenas os cavaleiros negros como também os problemáticos cavaleiros de aço, um filler do anime clássico que acaba ficando sem resolução e gera bastante frustração até hoje. Entretanto, diferentemente do clássico, aqui este arco recebe um fechamento ao que parece. Mesmo que o anime resolva não mais mencionar os personagens, esta foi uma caixa de Pandora que eles insistiram em abrir, mas que pelo menos tentaram fechar de forma satisfatória.
A profecia da destruição da humanidade está realmente muito intrínseca na história, mas para quem tem suas dúvidas, ela me parece um tanto quanto mais plausível do que as enganações de Saga mesmo no mangá original. Qual fã nunca teve que lidar com o fato de que Shaka, o homem mais próximo de Deus foi iludido por 13 anos com uma mentira tão simples?
A animação parece ter melhorado um pouco entre as duas metades da temporada, e as lutas parecem mais fluidas. Talvez seja apenas meus olhos cansados se acostumando a algo novo. O que resta agora é saber se haverá uma segunda temporada (há fortes indícios de que sim) e se eles saberão adaptar o arco das 12 casas, visto que da última vez em que tentaram acelerar as batalhas (no filme A Lenda do Santuário) o resultado ficou muito aquém do esperado.
Avaliação: Bom
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