Ultimato do Bacon

Batman: A Piada Mortal – Baú de HQs

Em 1 de Out de 2019 3 minutos de leitura

por Alexandre Baptista

Hoje no Baú de HQs, vamos apelar para o clássico Batman: A Piada Mortal, de Alan Moore e Brian Bolland.

Publicada originalmente em 1988 pela DC Comics com o título Batman: The Killing Joke, a HQ foi traduzida e lançada no mesmo ano pela Abril, no número 5 da série Graphic Novel.

Depois disso, a obra jamais deixou as prateleiras das bancas e livrarias: um relançamento em capa cartão pela Abril em 1999 (ainda com as cores originais de John Higgins); uma versão em preto e branco pela Opera Graphica em 2005; a versão recolorizada por Brian Bolland em 2009 pela Panini, com reedições em 2011, 2015 e 2016; e a mais nova versão, da Eaglemoss, dentro da coleção A Lenda do Batman, junto com a também clássica Batman: O Homem Que Ri (Batman: The Man Who Laughs, 2005).

Comparações realizadas pelo blog Jim Smash entre as cores originais e expressionistas de Higgins e a recolorização pasteurizada de Bolland, mais palatável ao grande público.

A história, uma das obras-primas dos quadrinhos de super-heróis, tornou-se cânone no “bat-universo”, embora originalmente não fosse essa a inteção da DC Comics. Alan Moore se vale de sua magnífica habilidade narrativa para traçar paralelos entre o tempo presente e os ecos de fatos acontecidos no passado do Coringa, estabelecendo pontos chave na vida do personagem que o fizeram perder os eixos e se tornar o sádico e insano criminoso.

O argumento, que em muito ecoa o que parece ser a escolha de Todd Philips no vindouro longa Coringa (Joker, 2019), é o de que todo mundo pode “quebrar”… basta um dia extremamente ruim.

Com essa sólida base, o autor estabelece também paralelos entre o vilão e a figura do Cruzado Encapuzado, questionando a sanidade de alguém que se veste como morcego para caçar bandidos.

Na trama, o Coringa invade o apartamento de Bárbara Gordon, baleando-a e sequestrando-a, bem como a seu pai, o comissário de polícia James Gordon. O Palhaço do Crime mantém Jim Gordon em cativeiro, fazendo-o passar por todo tipo de tortura psicológica, tentando causar a ele “um dia muito ruim”.

O bem-estar de Bárbara Gordon é uma das provocações psicológicas que o Coringa usa contra Jim e, sobre isso, falamos em mais detalhes nessa matéria aqui.

Barbara Gordon e a censura: o estupro da garota foi alterado a pedido da editora.

A HQ é significativa não somente por ser a origem do ferimento que deixou Bárbara Gordon paraplégica e transformou a Batgirl em Oráculo; nem pelo final em aberto que sugere a morte do Coringa pelas mãos do Batman (fato ignorado pela DC Comics para incluir a HQ no cânone).

Além de tudo isso, Batman: A Piada Mortal é importantíssima pois estabelece o Coringa como antítese do Batman (algo inédito até então); por humanizar a origem do vilão, dando a ele um passado de sofrimento e fracasso, incluindo uma família – esposa e bebê – mortos por uma ironia da vida, além, é claro, do acidente na indústria química; e também, por sedimentar o visual do Coringa, que permaneceu inclusive como referência para encarnações mais recentes.

Coringa em um visual clássico, inspirado no Coringa de Cesar Romero

Batman: A Piada Mortal pode ser negada por Todd Philips como inspiração para seu longa do personagem, mas é indiscutível que a leitura é obrigatória, tendo sido pioneira em um tratamento mais realista e calcado nas tragédias pessoais, aprofundando a discussão sobre o personagem e suas reais motivações.

Fique ligado no Ultimato do Bacon para mais notícias e reviews sobre HQs!

Sugestão de Leitura (em inglês):


Acessem nossas redes sociais e nosso link de compras da amazon

Instagram 

Facebook

Amazon


Quer debater Quadrinhos, Livros e muito mais?

Conheça nosso grupo no WhatsApp!

Quero participar

Notícias relacionadas

Superman, Batman e Mulher-Maravilha em Capa da revista Heróis em Crise da DC Comics

Importante herói da DC irá em busca de redenção

12 de Jun de 2019

Nós usamos cookies para garantir que sua experiência em nosso site seja a melhor possível. Ao navegar em nosso site você concorda com a nossa política de privacidade.

OKPolítica de privacidade